quinta-feira, 6 de março de 2008

15: Sobre Fogo Amigo, Concessões e Montagem (de novo)


No final de novembro de 2007, com a quarta versão da montagem concluída, fui ingênuo ou arrogante a ponto de achar que o filme já estivesse quase pronto.

Certo disso, resolvi fazer uma sessão para amigos. Pensei que iria receber alguns aplausos, ouvir poucos toques, fazer os inevitáveis ajustes e acabar o processo. O Colégio Santa Cruz nos cedeu seu auditório, e eu nem fui conferir se o projetor estava calibrado corretamente para a cópia precária que tínhamos. Não estava, mas os detalhes técnicos não impediriam ninguém de apreciar o filme. Mas invés dos poucos toques que aguardava, o que recebi foi uma artilharia pesada à queima-roupa. “Fogo amigo”, como dizem em Brasília.

Não doeu tanto. Sabia que todos estavam apenas interessados em me ajudar a melhorar o filme. Amigos do peito – mesmo assim foi duro.
Após a projeção, os aplausos foram mais educados do que entusiasmados, e seguidos de uns cinco segundos de silêncio.

“Ferrou”, pensei. Para evitar o constrangimento geral, abri a fuzilaria com um tiro no próprio pé: “Não estou muito seguro em relação ao primeiro ato do filme. O que acham?”
“De fato está meio fraco”, um amigo emendou de bate pronto. Outras vozes se seguiram e por quase uma hora fui anotando a lista de problemas que me eram apresentados e que, pelo volume, me ocorreu organizar em ordem alfabética.

Um filme sobre cegueira onde o diretor não conseguiu enxergar o que só naquele momento se revelou. Irônico. Lembrei da expressão “gelatina inútil”, que é como Glocester se refere aos seus olhos em Rei Lear, por não ter enxergado que Edmundo, seu filho bastardo, o enganava. É também sobre este tipo de cegueira que fala esta história.

Não vou aborrecer-lhes (ou alertá-los?) sobre a lista de problemas encontrados no filme, porém o que mais me preocupou foi a dificuldade de alguns amigos em se relacionar com os personagens sem nome e história. Na literatura isso funcionou perfeitamente, mas no cinema percebi que não seria tão fácil.

Como uma espécie de instinto de sobrevivência, minimizei alguns comentários que pareceram ter mais relação com a história do Saramago do que com o filme. Ignorei outros tantos por serem subjetivos, questão de gosto pessoal. Mas fora esses, o resto do pacote não poderia ser ignorado e me preparei para começar uma quinta versão de montagem já no dia seguinte.

De 2h20, esta nova montagem foi para 2h12. Escaldados, só o Daniel e eu assistimos a nova versão, e depois de vê-la já partimos direto para o sexto corte, o qual seria mostrado para os distribuidores e investidores no início de 2008. Trabalhamos entre o Natal e o ano novo e despachamos os DVDs no dia 02 de janeiro.

Do Canadá, Japão e Brasil vieram boas notícias. Em NY, onde fui pessoalmente levar a cópia, deu trave. A eficiente turma da Miramax, distribuidora nos EUA, disse que gostou, mas fizeram muitas ressalvas, principalmente quanto à intensidade do filme.

Por contrato, o corte final é meu, mas os caras sabem o que dizem e aproveitei este expertise e a minha disposição para repensar mais uma vez a montagem. Achei que foram hipersensíveis em relação às cenas de violência sexual e não dei tanta importância aos comentários. Nenhum amigo no Brasil havia levantado este problema. Norte-americanos são mais moralistas, generalizei. Mas mesmo assim, como política de boa parceria, decidi diminuir um pouco a voltagem do filme. Um pouco.

Voltei para São Paulo no dia 14 de janeiro para atacar a sétima versão que deveria ser mostrada em Toronto, em um primeiro test screening. Diretores costumam odiar test screenings, mas eu gosto. Eles colocam de 300 a 500 pessoas num cinema, projetam o filme ainda não totalmente acabado, e na saída todo mundo preenche uma ficha de avaliação cujas duas perguntas mais importantes são:

1 – Você classificaria este filme como: excelente; muito bom; bom; regular ou pobre.
2 – Você recomendaria fortemente este filme para um amigo?; recomendaria o filme a um amigo?; recomendaria com ressalvas?; não recomendaria?

Fora isso, avalia-se a performance dos atores e o interesse despertado por cada personagem. Há perguntas sobre o andamento do filme – lento, correto ou rápido. Pede-se uma avaliação do interesse despertado pelo início e final do filme, e levantam-se os pontos positivos e negativos, informações que serão usadas para fazer o trailer e o cartaz.

Depois que todos entregam suas fichas, eles mantêm umas 25 pessoas na sala e tem início o chamado focus group, no qual se levantam questões específicas, incluindo perguntas que o diretor ou os produtores queiram fazer.

Pois bem, entre os dias 14 e 25 de janeiro, o Daniel e eu tivemos que montar a sétima versão tentando solucionar os problemas levantados em NY pela Miramax, fomos para BH por três dias remontar a trilha sonora e voltamos correndo para preparar todo o pacote para o temido test screening em Toronto. Fizemos em 11 dias o que levaria uns 25.

A turma da finalização começou a virar madrugadas para aprontar uma boa cópia. Dia 25 de janeiro, tirei literalmente a fita da máquina aos 45 minutos do segundo tempo e saí correndo para o aeroporto.
“Não vai dar tempo, você vai perder o vôo”, garantiu o motorista.
“Provavelmente, mas com o Nelson Jobim no Ministério da Defesa e os amigos do Lula na Infraero e na ANAC eu tenho chances”, respondi, “Vamos tentar”.
Batata! O vôo atrasou 50 minutos e eu embarquei.

Antes não tivesse embarcado
O test screening começou bem. A imagem e o som estavam excelentes. Havia 540 pessoas na sala e gente para o lado de fora. Até o meio do filme senti que a platéia estava comigo, então veio a primeira cena de estupro, quando umas 16 mulheres foram levantando e saindo. “Será que passamos do ponto?”, me perguntei. Veio então a segunda cena de estupro e mais 42 (!) mulheres deixaram o cinema. “Sim, passamos do ponto!”, respondi para mim mesmo. Eis que chega a cena onde a Mulher do Médico mata o Rei da Camarata 3, e nessa hora minha surpresa foi ainda maior: o cinema explodiu em aplausos e gritos de “well done” assim que a tesoura da Julianne Moore entrou na garganta do Gael.

Alguma coisa está errada quando uma platéia de civilizados canadenses comemora como adolescentes em cinema do interior uma dona de casa cortando a jugular de um ceguinho boa pinta. Capitão Nascimento revisitado. Como saio desta?

O resultado da pesquisa apenas confirmou o que eu já imaginava após a sessão. Os números não foram formidáveis. Entre as razões pelas quais mais pessoas não avaliaram o filme como excelente, os 5 primeiros itens
mencionados estavam relacionadas a intensidade:

1 – Cena de estupro muito forte. 2 – Cenas de estupros muito longas. 3 – Muitas cenas de estupro. 4 – Filme muito intenso. 5 – Filme difícil de assistir.

E pensar que eu estava com medo de ter feito um filme muito limpinho... Tive que dar o braço a torcer para o pessoal da Miramax, havia mesmo passado do ponto.

Para completar a noite desastrosa no focus group, uma mulher, que havia avaliado o filme como “pobre”, fazia questão de participar ativamente do debate levantando todo tipo de problema que passava pela sua cabeça perversa e despenteada. Se o braço da minha poltrona fosse removível provavelmente teria tentado acertar aquele cucuruto grisalho de onde saía sua voz irritante:
“The sexual violence is totally gratuitous in the film”, dizia.
“Fecha essa matraca e vá pentear esse cabelo minha senhora!”, eu replicava mentalmente. “E aproveita e bota uma tintura também!”

...

Perdão. Me deixei levar pela emoção.

...

Na manhã seguinte, após uma ótima reunião com os produtores e distribuidores, saí convencido que deveria dar mais alguns passos atrás na intensidade. Estaria me vendendo ao mercado? “Talvez sim”, sugeriu minha mulher. “Obviamente que sim”, afirmou minha filha. Mas é claro que eu neguei.

Lembrei de um excelente filme que muita gente nem percebeu que era tão bom por causa de duas cenas excessivamente violentas: Irreversível, do franco-argentino Gaspar Noé. Por acaso eu estava na premiére deste filme em Cannes e lembro que parte da platéia saiu no meio da sessão berrando impropérios contra o diretor. O Gaspar Noé se divertia com isso, mas, no meu caso, realmente gostaria que o os espectadores conseguissem recuperar algum humor ou boa vontade depois das cenas mais pesadas para chegar até o final da história. A última cena está bacana, vale ser vista.

Mais uma vez frustrada minha expectativa de fechar o filme, me vi novamente na sala de montagem rumo à oitava versão. Desta vez não só aliviaria a barra pesada, mas também tentaria uma idéia meio radical que me ocorreu no vôo de volta: desestruturar completamente a narrativa, até então linear, e com isso poder cortar mais uns 15 minutos do início do filme. Este trabalho tomou mais uma semana, e ao invés de um oitavo corte acabamos montando também um nono e um décimo, que levei à NY para decidirmos qual versão mostraremos no segundo test screening, que desta vez acontecerá nos EUA.

Hoje é dia 25 de fevereiro. Embarco amanhã para NY, mais uma vez para mostrar a versão escolhida. De tanto rever estas cenas minha paciência está se acabando. Imagine o que é ficar assistindo ao mesmo filme diariamente por cinco meses. Cenas ou falas que eu gostava anteriormente agora me parecem ruins ou desnecessárias para a trama, então eu vou cortando fora. Estamos agora com uma hora e cinqüenta e nove minutos de filme. Isso parece um processo de destilação ou de redução de um caldo. Tende a sobrar apenas o que interessa, o que tem sabor, quero crer.

Este décimo corte será mostrado para uma platéia norte-americana na quinta-feira, dia 28 de fevereiro. Se tudo correr bem, dia três de março começa a pré-mixagem e estarei livre do filme por duas semanas. Pretendo sumir nestes dias para conseguir reaver um certo frescor antes de começar a mixagem final. Se houver notícias neste ínterim , ou novas versões a caminho, escrevo mais um texto curtinho.

Mas que a Nossa-Senhora-dos-Test-Screenings seja misericordiosa comigo desta vez.

Amém.

651 comentários:

1 – 200 de 651   Recentes›   Mais recentes»
V disse...

Kra....tô lendo o livro.....MUITO FODA!!!!!

Mas massa mesmo tá sendo acompanhar esse blog!!!!

Abração

Alex Luna, Tarrask disse...

O blog é genial. Uma verdadeira aula. Estou esperando ansiosamente pelo filme.

memórias solúveis disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
memórias solúveis disse...

Nossa!
Doeu-me o coração saber que o filme chegará um tanto quanto mutilado pra os expectadores, e que se vender ao mercado é quase irresistível e não seria diferente... Fazer um filme mais agradável ou pelo ao menos que não faça ninguem querer sair do cinema com um nó gigante na garganta e ficar a pensar em Blindness a semana toda...

Eu vi Irreversível, e não consegui assistir a cena do estupro inteira, é perturbadora... É aquela dor que consigo sentir em mim mesma. Lendo o livro do Saramago acredito que economizei nos pensamentos que formam imagens na hora do estupro...


Ahh! E quanto a personagens "sem nome" acredito que seja somente pelo fato de não estarmos acostumados, mas é uma grande sacada... É a história vista por um ponto de vista, e os nomes que nos cercam pouco importa né, e sim o sentimento que tais pessoas despertam.


Um Beijo Fernando, boa sorte e força pra correr esta maratona!

OqueMeDeixaPUT0 disse...

Fernando,
Como agora sou apenas o quinto comentário, me sinto mais a vontade do que ser o centésimo. :)
Seu blog é uma aula de cinema para um cinemaníaco como eu. Meu sonho é poder participar de todos os estágios da produção de um filme, por mais estressante ou chato que seja. Não sei se um dia isso vai se realizar, mas vou vivendo. Espero que você consiga fazer uma "versão do diretor" com todas as cenas intensas que você teve que cortar.
Aproveito para te convidar a entrar no meu blog de cinema: www.cinecriticas.com.br
Se gostar é só escrever para djaldomix@gmail.com
Grande abraço!

ju k disse...

pros amantes da literatura há um certo purismo inevitável, mas me parece que todo filme é uma cadeia de cortes mesmo. véia fora da realidade, que acha que o mundo é feito de algodão-doce não é focus group, é useless mind. confesso que não vi cidade de deus por um medo insano de ver o que li, eta bichinho contraditório este tal de homo-sapiens! looking forward to seeing the final cut, not looking forward to reading the final post...

Andy disse...

Caro Fernando. Não imaginava todo este processo de test screening antes de trailer, poster, etc.
Imagino também que os cortes requisitados sejam exagerados. Quem leu o livro já espera algo impactante. É assim no livro, por que não seria na tela, por ser muito visual o que antes era apenas imaginação? De qualquer maneira gostaria de deixar a sugestão de "versão do diretor" em DVD. Sempre assisto a versões diferentes, é interessante perceber o que era para ser e não foi, e até mesmo julgar, dizendo que tal cena deveria ter ido para o corte final. De qualquer maneira. Desejo boa sorte. Abraço.

André

Thata. disse...

Te desejo toda sorte e serenidade do mundo!

É uma delícia acompanhar a produção de um filme pelo backstage...melhor: por um privilegiado backstage! são um milhão de barreiras, grandes e pequenas que surgem no meio do processo, que nós espectadores nem imaginamos quando nos sentamos nas poltronas do cinema para ver o resultado final. Obrigada por dividir isso com a gente!


Sucesso!!!

Iza disse...

hahahahhahahahah...
levar pela emoção...
É, Saramago não é mole não, profundo...
Na tela do Cinema tudo se amplifica, imagino o que são imagens do "Ensaio sobre a Cegueira", a realidade nua e crua
amplificada, profundooooooooo
Fernando, deixe-se levar pela emoção sim, você sabe o que tem sabor. Acredite nisso. Você já provou isso. Estou contigo para o que der e vier.
Aguardo novos post
Sucessoooooooooo!!!
Amém

OBS:A nova imagem publicada nesse post está lindíssima,Alice Braga e Danny Glover ,a cor rosa e verde ficou lindo. Parabéns

Maína Junqueira disse...

Mulheres não aguentam mesmo cenas de estupro muito longas. Até as mais 'suaves' incomodam.
O filme vai ficar bom, sem puxa saquismo, nunca vi um filme seu ruim. O primeiro que vi foi na FAU, aquele TGI documentário sobre a escola, divertidíssimo!
Boa sorte e aguardamos ansiosamente a estréia aqui.

Will Martins disse...

Fernando,

Há sempre dualidades no processo cinematográfico, é inevitável.
Eu estou me formando em cinema e estou me formando (depois de 5 intermináveis longos anos).
Dos filmes que integrei equipe(desde curtas, até longa) sempre me vi em dualidades desta forma, se estaria entregando um pouco do meu experimentalismo perante a um mercado moralista. Estaria deixando de experimentar pra tornar rentável aquilo que faço?
A história da violência no audiovisual tem vertentes opostas, discussões intermináveis e nenhum resultado comum.
Eu particularmente prefiro ter uma cena que faça o espectador virar o rosto (como quando minha mulher passa por um cachorro morto em plena rodovia), que torna aquele espectador alguém ativo, com a seleção do olhar.
Não seria de certa forma interessante num filme sobre a cegueira, fazer aqueles que enxergam(nós espectadores), virar o rosto para não ver aquilo que podemos ver de certa forma, não aproveitando nosso dom da "visão" que temos sobre os personagens?
Eu entendo que enquanto caminha-se para um lado, puxa-se do outro. Ao mesmo tempo, pessoas podem deixar a sessão pela violência excessiva, e sem publico, não há filme.
O difícil é saber se o que você-espectador e não você-diretor toleraria assistir. Saber se nos rendemos ao mercado ou se nos apegamos ao que é conceitual. É uma ponta dupla, como todo processo, uma escolha.
Basta agora saber o que você quer "enxergar" neste filme, perdão do trocadilho.

PS: Particularmente eu sou contra edição não-linear "scrumble", embaralhar o filme todo para tentá-lo deixar melhor, já que não foi de início projetado para não ser clássico ("O filme é ótimo, eu tenho que vê-lo denovo para entender" - sim já ouvi isso várias vezes). Eu já acho golpe fácil. Difícil é deixar o filme interessante de forma linear, onde o ritmo é mais difícil de ser mantido. Agora, se a história ganha força dessa forma não-linear (já que não tenho acesso ao filme), deve sim ser feito.

As escolhas são suas. O seu nome no final do filme não significa apenas um filme de... mas sim... "este roteiro foi dirigido através da "visão" do diretor Fernando Meirelles.

E sinceramente, isso que me dá mais medo de fazer parte do processo cinematográfico.


Boa Sorte, boas escolhas!

mihail disse...

Fernando, quando assisti o Irreversível, tinha bebido algumas cervejas, e outras coisas. Chegou na hora que o cara esmaga a cabeça do outro que eu simplesmente saí para vomitar, e depois nem tive coragem de assistir o restante. Isso porque eu nunca tive esse tipo de fraqueza, ou frescura. Foi a cena mais pesada de todos os tempos que eu já vi. Talvez realmente a cena do estupro muito crua possa atrapalhar a parte comercial do filme. As pessoas que não conhecem o livro talvez criem uma opinião negativa só por causa da cena. Sabe como são os humanos, todos teimosos e preconceituosos. Parabéns pelo filme e pelo blog, pela 300ª vez.

mihail disse...

Ah esqueci de dizer, eu preferiria o filme bem forte. Para as pessoas jamais esquecerem.

Cristiano disse...

Eu, particularmente, acho meio boboca a idéia de bagunçar a ordem da narrativa. É um artifício fácil, desnecessário e usado por meio mundo.

Unknown disse...

Olá Fernando Meirelles, primeira vez que comento, grande prazer. Como alguém já comentou antes de mim, espero que você tenha a chance de produzir uma "versão do diretor", sem estes cortes. Não porque eu tenha um interesse sádico em ver cenas violentas - e Irreversível me incomodou neste aspecto tanto quanto Paixão de Cristo - mas sim porque umas das coisas que me faz amar o autor Saramago é a sua disposição para aquilo que foi calado, sabe? Se você filmou Blindness assim, acho que você quis fazer a sua obra e eu gostaria de ter a chance de vê-la! Gosto do seu trabalho pelo discurso que ele tem e espero encontrá-lo no cinema, muito mais do que uma fala dos estúdios, entende? Enfim, um abraço.

Tanaka disse...

Finalização....mais uma lição!

Lili disse...

Como a muitos dos leitores aqui do blog (imagino), seus textos brilhantes e a ansiedade por ver o resultado final me insentivaram a ler o livro! Simplesmente genial!!! E pelo visto, o filme não ficará para menos! Cada post é uma emoção e expectativa nova!!! Por enquanto, Fernando, te parabenizo pelo blog. Espero poder passar aqui daqui a uns meses me desfazendo em elogios ao filme!!!!
Beijo

Neguinha Suburbana disse...

Fernando, é uma pena que a gente terá que assistir a um filme mutilado por causa do [falso] moralismo de algumas platéias. Fico me perguntando se as pessoas leram o livro do Saramago. O livro é forte, intenso, difícil. A cada página, uma reviravolta no estômago. Não há como o filme não ser difícil.
Mas isso não significa que não seja bom.
Desde que soube que você estava filmando Blindness, estou contando os dias. Continuo ansiosa.
Sucesso!

herick disse...

Então a velha perguntou, ouviste alguma coisa, Três tiros, respondeu a outra, Mas havia também um cão aos uivos, Já se calou, deve ter sido o terceiro tiro, Ainda bem, DETESTO OUVIR OS CÃES UIVAR.

Hoffmann disse...

Cara, na maior esperança possível venho insistir que considere a estética mais que a ética do filme. Não acredito em "se vender", faz o que achar melhor. Com todo o respeito, escandalizar é bom. Não entendo porque nos filmes do Tarantino as pessoas não percebem essa violência gratuita. Duas horas e vinte, para mim, seria o ideal de um filme que tenha algo a dizer - cada um no seu contexto, claro -, mas não imagino o Ensaio como sendo um filme curto.

Abraço, Ferando.

Cauê.

O Matutinho! disse...

O livro é maravilhoso, e sem dúvidas a filme também o será, amenizado ou não... mas, PELO AMOR DE DEUS, lance em DVD a versão "Director's Cut". O original é cru e verdadeiro. Nos deixe ver sua versão para a história.

Quanto aos personagens "sem nome", acredito que depois do filme, quando os expectadores se referirem à Esposa do Médica falarão "personagem da Julianne" , e se for a respeito da Moça de Óculos Escuros, falarão "a personagem da Alice Braga".
Hehehehehe. Meio que inevitável...

Abraço, e todos esperamos mais POSTs.

Ariadne Mazzetti disse...

E ai, deu certo o test screening??? Conta o resultado, se a mix ja começou.... muito sucesso!! Vai ficar o máximo com toda certeza!!!
Bjs
Ariadne

Navasques disse...

Cara, como dizia Spike Lee:
Faça a coisa certa.

Lene Martins disse...

Olá, espero que dê tudo certo. Você bem que poderia exibir seu filme no Teste de Audiência aqui em Brasília, seria muito legal!!!!

Navasques disse...

Aliás:
Dadinho é o caralho!
Meu nome é Zé Pequeno

Quem não achou forte a cena do tiro no garotinho em CDD??
Cara,

do the right think

e boa sorte com os figurões

Anônimo disse...

Estou no escritório pensando se faço ou não um curso de cinema no Senac e, assim, aumento a dívida do meu cartão de crédito em R$ 1800,00. Quase deixando a história do curso pra lá, quando me lembro de Camus em A peste e, de quebra, me lembro do Saramago e de voce, com o seu Blindness. Dai leio no seu blog:
"Fecha essa matraca e vá pentear esse cabelo minha senhora!" e "E aproveita e bota uma tintura também!". Começo a rir muito e penso: vale a pena participar deste mundo louco. Agora estou pensando em outra situação, a das crianças de rua de Sampa.Na verdade, na situação de todas as crianças. Moro na região central de São Paulo e escolho, por vezes, a "cegueira branca" quando passo por uma criança de rua. A cena dói. Tento fazer algo, mas é pouco, uns trocados, um lanche, tudo é mais fácil que reparar (nos dois sentidos!). Será que alguém, ao menos, pode vê-las?

Valeu por reparar, cara!
Boa sorte ai.
Grande abraço,
Luiz Durante.

Rafael Castanheira Parrode disse...

Como sou adepto do cinema de autor e da capacidade do cineasta se impor diante do filme e de sua produção, fiquei meio frustrado com esse post de test screenings, dos cortes amenizadores, da décima versão, concessões... enfim, coisas de mercado, infelizmente! Acho importante nessas horas é ter fé no seu material e no que ele irá provocar nas pessoas, afinal vc não está filmando o livro do Saramago pra comfortar o público (espero eu) do mesmo modo que Saramago não escreveu seu livro pensando em encantar leitores pelo mundo afora! Ensaio Sobre a Cegueira é um livro forte, impactante e fico me pergunatando o por quê de diminuir esse impacto? Em prol do que?
Ainda continuo ansioso pelo filme. Pela experiência nova e dolorosa que possa ser Blindness. Espero que o filme não se transforme em produto com tempo de validade e que ao contrário, possa ficar preso em nossas cabeças por mto tempo!

vera maria disse...

oh, fernando, já estou aqui ansiosa com a perda dos pedaços que não vou ver de blindeness por causa, entre outras coisas, de uma senhora descabelada. eu tb me regozijei quando, no livro, a mulher mata o rei da casamata, eu tb matei aquele homem, acho que por causa do estupro, a gente não aguenta cenas de estupros impunes, nem violência sexual contra crianças, eu não perdôo mesmo. De todo modo, não sei se aguentaria ver tudo que vc mostra pq não sei o que vc mostra, mas lamento de todo jeito os cortes pq eu quero decidir se quero ver ou não. enfim, aguardo o filme, a versão do diretor, alguém que recolha todos os pedacinhos e um dia a gente possa ver tudo, quem sabe..
um abraço, obrigada por tudo,
clara lopez

ps. adoraria fazer parte desses grupos de primeiros espectadores

vera maria disse...

'blindness'...

Tatiana Babadobulos disse...

mas afinal, meirelles, o que deu em Nova York no dia 28 de fevereiro? Faz mais de uma semana!!!

Eric Arantes Corrêa disse...

Olá Fernando! Finalmente de volta! Fico cada vez mais perplexo e consternado com o conservadorismo e estupidez e moralismo americano. Sempre exigindo o mesmo enquadramento de cenas, a mesma fotografia chapada e lugar-comum. Sei que a pressão dos principais envolvidos, da MIRAMAX e do olhar enojado e frágil de uma crítica cega, demente e obtusa, que suporta e aplaude com um sorriso estampado na cara a carnificina de um "Jogos Mortais", mas se recusa a encarar o realismo da barbárie humana. Você é um cineasta genial, têm nas mãos as ferramentas e o aparato para expressar o seu ponto de vista, ético e estético, único e singular! Os americanos, aliás, não querem se r tocados no íntimo, muito menos que desvelem suas antíteses e preconceitos morais. Ouse! Avante! Você é um cineasta sem igual! "Ensaio sobre a cegueira não é um mundinho cor de rosa. O ambiente é cruel, desolador, angustiante. Mas sobretudo escancara tudo (ou ao menos o que se pode VER) de rançoso no ser humano.
Admiro muito seu trabalho, e, se a pressão é muito grande para inevitavelmente tornar o longa pop, resta sonhar ao menos com uma versão do diretor.
Abraços!

Michel disse...

Marcelo, seria um erro fazer do ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA um filme que não fosse perturbador. É o livro mais assustador já escrito.

Espero que no próximo post, que você disse que será o último (para nossa infelicidade), você admita que chegou à conclusão que o melhor a fazer era ligar o 'fuck off mode on' e tocar o barco adiante.

Tenho grandes dúvidas se o ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA é passível de ser avaliado por norte-americanos.

Um test screening na Europa faria bem. Iriam reclamar da suavidade do filme...

Parabéns por todo sacrifício e dedicação. Será uma grande obra. Lembre-se do CIDADE DE DEUS e de quanto aquilo foi grandioso. Com cortes seria mais um filme pipoca...

Sucesso.

Francisco Pereira Ladislau Neto disse...

Fernando,
agradeço muito por essa oportunidade de acompanhar a produção de um filme. Ainda mais um filme de um diretor brasileiro, baseado num livro português. Sempre que leio tenho uma aula de cinema, e por isso te agradeço!

Mas pelo amor de Deus e tudo que é sagrado, manda um trailer pra a gente! :D Tô sofrendo aqui pensando nesse filme, e confio em vc, com certeza vai ser ótimo...

Mas mate essa nossa ansiedade e divulgue algum trailer! :D

Parabens pelo ótimo trabalho, e torço muito por vc sempre!

Francisco

Marcelo Garcia disse...

O colega Francisco disse tudo, melo amor de Deus e dos meus filhos (que ainda não tenho), nem que seja teaser, mas divulgue algum pedaço do Blindness. A propósito, já que vivemos no Brasil do Lula, posso te pagar um... ''cafézinho'' se você divulgar algum trailer, que tal rsrsrsr.

Agora falando sério, como é bom saber que pessoas tão talentosas tem as mesmas dúvidas, anseios, frustrações e humor (''vá tingir esse cabelo''kkk) assim como nós simples mortais.

E diz logo como foi no dia 28/02, acho que você gosta de nos maltratar viu, seria um lado sádico de Fernando Meirelles se revelando ? Vixi, não deixe os americanos saberem.

raulzito77@gmail.com disse...

Li que algumas pessoas consideram que será uma pena receber o filme mutilado.

Acho que o cinema é uma linguagem onde podemos explorar planos diferentes na tela, como a história do livro. Todavia, não necessariamente precisa ser um soco no estômago. Pode usar da linguagem implícita, uma das mais incríveis ferramentas do homem, para lidar com conflitos, por exemplo, de violência sexual.

Tenho certeza que com este trabalho todo que estamos acompanhando, o resultado será fantástico. E não é por que recebeu cortes que será "menos melhor".

Abraço, Fernando!

Raul Vieira.

Rogério Saliba disse...

Como é que é?!
"Fecha essa matraca e vá pentear esse cabelo minha senhora!"
hahahahahahhahahahahahahahahahahaha

Meu caro, esse seu post foi o melhor!!!

Eu sempre pensei que se me tornasse cineasta, se conseguiria fazer isso: rever tantas vezes o mesmo filme, as mesmas cenas, etc. Sempre que faço algo e preciso mexer muitas vezes me canso e acho q ficou tudo ruim!
E concordo com o amigo Raul ai, afinal a linguagem cinematográfica é diferente da literatura, o filme não precisa ser "igual" ao livro em violência e intensidade.

E, principalmente, não pode ser feito pra quem leu o livro. O filme tem que andar sozinho, ter sua própria personalidade. É isso ai!

Grande abraço.

Rogério Saliba

Anônimo disse...

boa sorte com o filme!! estamos na torcida.

Stefano disse...

Muito bom o texto.
Esse negócio de se vender pro mercado é complicado, mas não se deve dar muita atenção apesar de tudo.
Esperamos próximo post.

Anônimo disse...

Fernando,
o mais legal disso tudo é que tu és gente como a gente. Estou me sentindo diretor, editor, criador etc... de uma certa forma.
Parabéns pela coragem em partilhar o que passa na tua mente neste momento delicado. Dado o teu perfil é impossível o filme ser isso ou aquilo. Não serão cinco minutos de corte que tornará teu estilo "comercial", "autoral", "vendido" ou seja lá que rótulo tiver. Já tens marca registrada indelével que te distingue dos demais diretores. Boa Sorte e mais do que nunca torço para que seja um puta sucesso esse filme.

Garcia Filho disse...

Fernando, obrigado por voltar a postar!

Dênis Pagani disse...

estamos aqui, estaremos no cinema.

Anônimo disse...

Primeiramente...

Alegra-me ver novidades no blog... e por favor continue a faze-lo... é mágico o que você esta fazendo, tanto aqui quanto em retratar com tamanha coragem e destreza o livro de Saramago. E aqui você nos faz sentir como se fossemos amigos próximos que podem compartilhar de toda esta magnífica obra... (só olhar estas cenas... da Alice... da Moore... do garotinho... nossa!!!)

Bom...
É estranho pensar que o filme que veremos na telona já tenha sido quase que totalmente diferente das primeiras versões, mas isto como você disse (e você é o mestre) é normal. Mas pesa saber que há mais versões e cenas que nunca veremos... Não que o que você decida não seja o melhor... mas não me importaria de ver um filme com mais de duas horas... assim como já foi pedido... poderia saciar o público com uma versão do diretor?... ^^

Em relação ao estrupo, é uma cena forte no livro. Todas aquelas cenas que antecedem e sucedem a ela são demasiadamente carregadas de imagens perturbadoras. Acho que mesmo depois de podadas elas ainda perturbam fizeram seu propósito.

A falta de nomes... como você disse pode ser um problema para um público que esta acostumado com filmes mastigadinhos e cheios de clichês. Mas é muito mais fácil falar isso quando só se leu o livro... e como disse pode ter funcionado melhor só nele... Mas creio que isso não se tornará um “problema”... Personagem tem uma gama, uma aura, muito maior que um nome.... tanto na literatura como no cinema...

Me sinto lisonjeado em poder comentar aqui... saber que você arruma tempo para vir aqui e agradar a todos que são seus fãs...

Valeu mesmo... e conte-nos como foi!!!!

P.S – Muito obrigado por ter nos presenteado com as magníficas fotos!!! Rapariga dos óculos Escuros e o Velho da venda Preta!!! Nossa Alice Braga e Glover arrasam!!! Sem falar nas anteriores... fiquei pasmo quando vi o Primeiro Cego!!!

.:.: Ellen Azevedo :.:. disse...

Hahahah boa sorte nessa nova versão e acaba logo esse filme que estamos loucos pra assistir dps de ler tantas coisas sobre como ele foi feito!! =)
Mas confesso que ler o making off me interessa mais do q quem sabe o proprio filme! Adoro acompanhar a produção!
Abraço

Miguel Marcarian disse...

bem, me pergunto, e imagino que você muito mais, se um filme sobre violência tenha que ser violento. ou um filme sobre sexo tenha que ser sensual. ou sobre política...
quero dizer, a cena de estupro serve para o que no geral? (eu não li o livro).
não lembro de um único corte sangrando ser visto na cena do chuveiro em "Psicose". e o último filho do fazendeiro não morre diante de nós em "Era uma vez no oeste..." e para citar você mesmo, a gente não vê a mãe do Bambi morrer...
por outro lado, sou do tipo que desvia o olho quando alguém é humilhado na tela. nem precisa de estupro. como quando roubam os sapatos do River Phoenix na última cena dele em "Garotos de Programa". acho que sou mau parâmetro para saber se um filme eh forte ou fraco... embora fosse uma comédia de humor negro, teve uma hora que me cansei de ver sangue jorrando de buracos nas pessoas em M.A.S.H. ... por outro lado... as costas do Peter O'Toole sangrando em "Lawrence da Arábia" funcionou bem. era para ver ele humilhado, então a gente viu.
mas por falar em cegueira... se a mulher do médico não pudesse ver, será que ela mataria?
se 42 mulheres saíram no meio da projeção, sorte delas que era uma projeção. na vida a gente não pode sair quando o pior acontece.

Manuca Ferreira disse...

Fernando,

O blog é genial. Devorei este post sobre a sua angústia no processo de cortar, exibir e cortar de novo, mas espero que não tenha cedido tanto às pressões das carolas de cabeças grisalhas. Afinal, estupros são atos negativamente fortes, perturbadores.

Também estou ansioso para ver o filme.

Abraços!

Espatódea disse...

Eu adoraria poder ter visto uma que fosse, dessas sessões! Olhar apenas, engraçado que num filme sobre a cegueira o que mais necessitamos agora é da versão (vista pelos olhos), viajei... Oh, Fernando ler esse texto seu me faz ter a convicção de que o filme já está maravilhoso, sim... qualquer uma das versões. Percebemos isso por causa das suas preocupações (como se fosse o primeiro filme!) é belo. Lembrei de uma citação de Lou Salomé, fui buscá-la para você:

“Ouse, ouse... ouse tudo! Não tenha necessidade de nada! Não tente adequar sua vida a modelos, nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém. Acredite: a vida lhe dará poucos presentes. Se você quer uma vida, aprenda ... a roubá-la! Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer. Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso: algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!"

Faço minhas suas palavras, não creio que você está “se ven ou rendendo”.

Bom trabalho, boa sorte!

Beijos

Giovanna Borgh disse...

Não linear realmente me interessa...

Quem sou eu para dizer, mas, acertou em cheio!
E os gringos vão amar..
é tendência...
Iñárritu que o diga...rsrsr

Giovanna Borgh disse...

ah! E é o que vai diferenciar do livro, que é tão ordenado.
Uma tarefa difícil pela história em sim, mas vc manda bem...

Unknown disse...

eu fiquei meio chateado...tudo bem que o filme não seria muito pra familia, mas acho que esta cortando cenas demais, num da...o livro é totalmente chocante impactante mesmo, forte demais, e o filme tem que passar essa ideia. Filmes polêmicos sempre fazem sucesso, e não acredito que tenha ficado tão leve....mas tomara que os cortes estejam sendo feitos por culpa de bom senso mesmo, porque se for para diminuir a censura do filme é fogo né...

To muito ansioso pelo filme e pelo jeito ainda estamos longe de um trailer hehehe....

Stella disse...

Nós mulheres somos mais sensíveis a cenas de estupro, é claro. Em casa ainda é possível usar o fast forward!

Aproveite o descanso, volte com a mente e os olhos renovados que o resultado será maravilhoso, certamente.

Quando sair em DVD, por favor, capriche nos EXTRAS, como sempre! Um abraço,
stella

Ana disse...

Fernando,

Adorei ler o post todo, me envolvi com suas questões e fiquei extremamente curiosa a respeito dessa montagem que foi aprensentada em NY. Assistirei ao filme, com certeza, mas, essa curiosidade vai me acompahar à sessão.

Um grande abraço.

Cris disse...

Meireles, acabei de ler o Ensaio sobre a Cegueira essa semana, ele realmente é muito denso, do tipo que eu gosto por sinal, depois resolvi ir caminhar um pouco pra disecar as emoções e pensei no grande desafio que deves está passando pra achar o equilibrio deste filme. Como tinha começado a ler o teu blog antes do livro, fui procurar os atores que já estavam definidos para os papeis e ficou muito interessante a leitura.
Boa sorte nos novos processos de finalizações.
Abraços.......... Cris

Carolinda! disse...

ah não... agora fiquei curiosa... quero ver as montagens anteriores!!!
tem como???
não dá pra fazer um test screening aqui no Brasil, com os leitores do blog??? aposto que você se sairia muito melhor!
;-)
boa sorte e aguardo mais notícias da Miramax...

Unknown disse...

Nunca participei de um test screening!!

Na verdade...
nunca nem tinha ouvido falar, achei surreal!!

Prefiro ver sua visão sobre a história, q a de um bando de Canadenses de meia idade!

Posta mais, logo!

Maurício Fonseca disse...

Sabia do test screnning da publicidade pq fui de agencia e tbm sabia do cinema, especialmente ligado a grandes distribuidores e produtoras. Deve ser uma coisa maldita, tanto esforço e ter de modificar cenas, ediçoes, enfim, é totalmente compreensivel.

Godoy disse...

Quero muito poder aplaudir logo a cena da morte do Gael! Cara, que desespero em ver esse filme!

matériasfr disse...

Ler esse post agora foi otimo pra mim. Estou montando um video de cinco minutos e a sensaçao é a mesma. Ja mudei mil vezes. Mas perto da sua experiencia, fico até mais tranquilo. Boa sorte pra vc. Adoro o livro e acho que depois de tanto trabalho e dedicaçao, so pode vir coisa boa. Inté

Duubhglas Falácia disse...

Se te valer de alguma coisa, achei um comentário de um sujeito do focus group no Imdb (http://www.imdb.com/title/tt0861689/board/nest/99082796). Precisa ter cadastro pra ler, mas cê deve ter, né?

Thiago Flôres disse...

Meirelles.

Sem puxar muito saco, você é, na minha opnião, o que o cinema brasileiro tem de melhor! Estou super ansioso para ver Blindness, assim como estava ansioso para ver Jardineiro Fiel.
Seus posts são verdadeiras aulas para quem está em início de carreira nessa dura vida de audio-visual no Brasil.
Obrigado por fazer esses filmes e continue o bom trabalho.

Unknown disse...

Tudo bem com os novos cortes no filme. É aceitável que se diminua a intensidade do filme para a platéia mais sensível. Contudo,Fernando, presenteie os fãs do cinema que não se importam com violência com a versão do diretor, aquela que você achou a melhor, sem os puritanismos culturais. E inclua todas as cenas cortadas, é sempre um prazer ver uma cena bem feita, ainda que não integre o corte final.
Por fim, comparar qualquer filme com Irreversível é o maior risco do mundo, pq Irreversível tem, sim, cenas gratuitas (estupro e a cabeça contra o extintor), mas isso não acontece no livro do Saramago, no qual a violência é explicada pela volta da civilização aos instintos mais básicos. Aliás, a precariedade de nossa civilização é o ponto do livro (eu acho) e a violência é inerente e indissociável disso.
Boa sorte.

LICARO disse...

A única coisa que posso dizer é: BOA SORTE!

Espero ansiosa pelo resultado...

LRO disse...

Fernando! Não têm valor essas experiências que você divide conosco!
Já não é comum um diretor se abrir assim com seu público, ainda por cima um diretor brasileiro que passou por toda a dificuldade de se fazer cinema no Brasil e ser reconhecido mundialmente...

Dá um frio na barriga ler alguns de seus posts, mas quando lembro de Cidade de Deus e Jardineiro Fiel, digo pra mim mesmo que você sabe muito bem o que está fazendo, e que eu posso comprar meu ingresso no dia da estréia sem medo e com orgulho.

Tenho a pretensão de dizer que queria tentar seguir seus passos, porque a única coisa clara na minha vida é que, se quando estiver velho e ver que não trabalhei como diretor de cinema, posso me considerar triste por não haver realizado um sonho (que trágico! hehe, mas é verdade de certa forma)...

Enfim, estou terminando o curso de publicidade e um pouco confuso quanto ao que fazer a seguir. Acha que por esse caminho existem portas para alguém se tornar um cineasta? Pelo cinema publicitário, talvez?

Adoraria que você continuasse o blog mesmo após Blindness, contando suas experiências e dando algumas preciosas dicas pra nós, os brasileiros perdidos loucos por cinema!!

Enfim, confio no teu taco e sei que vem coisa fina por aí, e aguardo ansiosamente me arrepiar de cima a baixo à vista de um cartaz ou teaser de Blindness!! hehehhehe

Abração, cara.

Larios Cine disse...

Não sei se você vai ler esse comentário, mas fica aqui meus parabéns por sua verdadeira aula de como se fazer um filme, e mostrar que nem tudo é um mar de rosas. Estou ansioso pela estréia de Blindness que com toda certeza estarei.

Abraço

Unknown disse...

Caro Fernando,
acompanho seu blog desde o início e sempre imaginei como você conseguiria ser fiel ao livro sem provocar repulsa no público. Por que o filme pode ser pesado, mas a intenção é que as pessoas queiram ver. Que se incomodem, mas que gostem. Já é 10 de março e imagino que você já conseguiu resolver todas as questões pendentes. Com o mínimo de intervenção das velhinhas despenteadas. Espero, sinceramente, que você não tenha decidido diminuir demais a violência e a "sujeira" do filme, porque a essência do livro do Saramago está aí, nessa animalidade a que o ser humano se vê para resgatar a sua porção de gente. Aguardo ansiosamente a estréia de "Blindness" no Brasil. Boa sorte!

Lucas Fry disse...

Acredito que deva resitir as cenas fortes, como o fez em Cidade de Deus, afinal, no livro elas nos causam a sensação de "meu Deus, não há mais humanidade!" Acho que retirar esta ideia do filme é trabalhar para que quem leu o livro ache que fizeram um longa infantil. De qualquer forma, existe todo esse lance de preparar para vender, só guarde as cenas para tentar lançar uma versão do diretor em DVD. Acredito que o filme será maravilhoso! Parabéns!

Daniel Bruson disse...

Uma sugestão: talvez seja o caso de fazer um test screening no Brasil, ou em algum lugar, na Europa, por exemplo.

Parece clara a influência cultural nas opiniões e críticas que recebeu, e talvez dessa forma vc encontre mais apoio a fechar o filme como o imagina. Pode até te ajudar a sustentar sua posição, e te deixar mais confortável quanto à recepção do público. Fora o fato de que o filme não é feito apenas para um pequeno público de apenas um país do mundo.

E pelos comentários no blog, parece que a intensidade do filme vai ser mais respeitada no Brasil.

Boa sorte.

InarA disse...

Sei que deve ter lido e ouvido zilhões de vezes: Esse é meu livro preferido! Mas repito para justificar o meu entusiamso em acompanhar esse blog! Ainda mais que sou uma aprendiz de cinema (estudo comunicação) que um dia vai dirigir e ter competência para adptar obras literárias tão importantes! A literatura me move, Saramago me comove.Vejo vc na tela, pois de uma maneira ou de outra estará lá, o criador sempre está na criação.
Abraço e boa sorte!

Colombine Acessórios disse...

cenas de estupro realmente são complicadas. principalmente se for como em irreversível. consegui assistir esse filme inteiro, mas inconcientemente fiquei a cena inteira segurando forte a mão do meu namorado, super tensa. minha amiga saiu da sala q eu nem vi. é uma coisa de grande impacto q realmente é complicado ser aceito. o livro é forte e o filme acredito q ñ deva ser diferente, mas no filme ñ é só imaginação de cenas como qdo vc lê, então torna-se mais forte ainda. por mim ficaria como estava sem redução dessas cenas, mas... infelizmente ñ depende só de mim e/ou de outras poucas pessoas q tenham estomago pra esse tipo de cena q é a realidade... vai mostrar uma cena de estupro como?
enfim, boa sorte nas novas mudanças. acredito que vc ñ irá nos decepcionar! aguardo ansiosíssima para assistir a esse filme!
abraço ;)

Juliana disse...

Olá Fernando,
Tudo bom?
Li Ensaio sobre a Cegueira há um tempo e adorei o filme. Acho que você deve deixar as personagens sem nome e permanecer com as cenas de estupro, tão frequentes na obra do Zé Saramago. O que mais me impressionou no livro é o fato de ele representar cada dia uma nação, cada dia uma cultura. Curso o 3º ano de jornalismo e trabalho na área. A cada vez que escrevo notícias, lembro de uma personagem, inclusive com características físicas! Sei perfeitamente quem é a 'rapariga de óculos escuros' que anda no mesmo ônibus que eu, a que estuda na mesma sala e, incrivelmente, a que faz parte da notícia no caderno metrópole. E sei que vou encontrá-las no seu filme. Boa sorte!

matheus disse...

É uma besteira ficar tentando se adequar ao público. Vale mais uma obra sincera que um estouro de bilheteria...

Lais Cattassini disse...

Estou ansiosíssima para assistir ao filme. O livro é fenomenal e acredito da competência do caríssimo diretor.

Mas pra criticar... O cinema brasileiro está realmente acostumado demais com violência. Acho que tem muita coisa desnecessária, não que não seja real ou que não seja importante chocar nesse sentido, mas nos acostumamos com essa realidade e, a cada momento, damos um passo a mais em direção à ela...

Não acho que se vender ao mercado seja ruim nem acho que você está fazendo isso, Fernando. Acho importante sim considerar que, mais do que uma história de homens se tornando animais, a história é uma parábola social belíssima, cheia de sensibilidade!

Cortar as cenas de estupro e deixar a história o filme um pouco mais leve com certeza vai fazer com que o público consiga se identificar mais com os personagens e vai evidenciar a qualidade dramática e literária de Saramago. "Blindness" deixará de ser um "filme violento do diretor de 'Cidade de Deus'" para se tornar um "filme excelente sobre as relações humanas".

Boa sorte!

Planeta Pandora disse...

Eu tenho que ler o livro o mais rápido possível, tem alguns 'spoilers por aqui.

Mas por outro lado é impossível resistir a voltar aqui pra ler mais um pouco sobre o filme.

Sorte no teste! Abraço!

Fora de Sintaxe disse...

adoro esse blog. sempre achei muito estranho essas audiências antes do lançamento dos filmes. espero q vc consiga finalizar a edição do jeito q quer.

Homero, O Truculento disse...

A questão das cenas estupro é realmente delicada, no livro a prosa quase poética do Saramago dá uma amenizada na coisa, mas acredito que para as mulheres smepre dever ser muito desagradável. Não sei o quanto as cenas são fortes, ou o quanto o que importa não são as imagens mais a idéia a ação em si... a estória é sobre isso, sobre a míseiria humana... Não tem como ser agradável. Acho que você não conseguir fugir disso.
As palmas e euforia diante do assassinato do chefe da camareira 3, me lembrou o final de Dogville, quando se dá a vingança da personagem da Nicole Kidman, as pessoas torcendo e vibrando com o massacre dos moradores da cidadezinha... Me veio a mesma ideia, nossa pessoas civilizadas torcendo pela morte de crianças, passei uma semana me sentindo culpado e pensando se não era essa a intenção do diretor.
Independente dos cortes ou das mudanças no “teor alcoólico” do filme, Não vou deixar de vê-lo, primeiro porque gostei muito do livro e segundo porque através desse blog podemos ver todo a preocupação com a qualidade que vocês estão tendo.

Abraços e boa sorte.

Unknown disse...

Blog fantastico. Fernando,comparo sua atitude de compartilhar com o publico cada passo do calvario que é produzir um filho desses com os extras de King Kong. Peter Jackson tambem fez questão de mostrar que não é nem um pouco facil/glamuroso botar a mão na massa.Obrigado e boa sorte.

PS : a Juliane Moore é realmente aquela coroa que eu sonho que é?

Unknown disse...

Blog fantastico. Fernando,comparo sua atitude de compartilhar com o publico cada passo do calvario que é produzir um filho desses com os extras de King Kong. Peter Jackson tambem fez questão de mostrar que não é nem um pouco facil/glamuroso botar a mão na massa.Obrigado e boa sorte.

PS : a Juliane Moore é realmente aquela coroa que eu sonho que é?

marcel123 disse...

pô Fernando, uma pena que você vai deixar o filme menos intenso... O livro é uma porrada na cara justamente por essas cenas que você comentou. Engraçado que enquanto lia o seu post, me lembrava do Irreversível. você acha que ele ficaria um "filme melhor" se fosse mais leve?

De qualquer forma, boa sorte! Estamos aguardando ansiosamente pelo filme!

Pedrita disse...

fernando, eu li sobre uma matéria sobre a dificuldade de fazer essa obra ficar menos indigesta. eu me lembro que quando li o livro, chegava a arremessar, e eu sou muito cuidadosa com meus livros, e ficava um tempo sem conseguir voltar a ler. mas mesmo assim acho a obra maravilhosa! portanto vai ser difícil mesmo não incomodar, como amores perros me incomodou, mas isso não diminui o tamanho nem a gradiosidade da obra. coragem! beijos, pedrita

Unknown disse...

Fernando, só não se esqueça da versão do diretor no DVD. Pelo menos no DVD brasileiro...

Linda essa coisa toda da criação em cinema, ainda chego lá.

Um abraço.

Tiago disse...

essa sua sinceridade é demais, mal posso esperar pelo filme! :D seja ele com suas trocentas versões! ahahaha

Luis Felipe Cruz disse...

Fernando,
Ensaio sobre a Cegueira é, sem dúvida, um dos melhores livros que já li... Intenso...
Certamente, estarei no cinema paraver seu filme... Espero que você consiga manter a intensidade que o mestre Saramago desejou passar para seus leitores.
Abraço e boa sorte!

Bruno Franco disse...

Não faça seu filme ser lembrado por uma ou duas cenas de violência sexual ou qualquer outro tipo de cena chocante.

Vivi Ferreira disse...

ow meu querido fernando...sou sua exímia fã, e realmente estou maravilhada com este blog...
o livro de saramago é fantástico, um dos meus favoritos...eu realmente espero que o filme seja glorioso, e de maneira que você fique feliz com o resultado...eu já sabia que haveriam cortes, já que realmente o tema do livro é por si só intenso...mas fique tranquilo, estamos todos torcendo por você e pela equipe de blindness!

Die Go disse...

Você já viu o filme Gláuber. O labirinto do Brasil.?
Lá é relato quando Gláuber exibiu um de seus filmes em Cannes e na metade da exibição, metade da platéia já havia saído da sala. E quando terminou, havia meia dúzia de admiradores dele.
Resultado? Le Male ganhou o prêmio e Gláuber gritava efusivamente: - Le Male é um cineasta de segunda categoria. - Festival patrocinado pela Rai, pela Columbia, pela Goumont. Merda!
Meirelles, vendo o seus comentários sobre a finalização de seu filme, me parece sim que você está se vendendo ao sistema. Se queres ganhar um Oscar e dar entrevista para o Fantástico: ótimo!
Mas se você quiser ser um cineasta brasileiro que vê com o filme a alma da humanidade, seja você mesmo. Tenha alma de brasileiro e finalize esse filme como um nordestino que olhando o chão rachado pela seca, sentencia: - Um dia o mar vai virar sertão e o sertão vai virar mar!
"Naquela noite, o cego sonhou que estava cego"...
Quando tiveres dúvida, amigo (permita-me a liberdade), releia o livro. Esqueça-se dos prazos de entrega e se entregue, cegamente ao livro.
Um abraço.

greming disse...

Li o livro. Trata-se, sobretudo, de um livro rico na produção de imagens. A tensão domina a narrativa. Uma excelente obra.
Ouvi hoje um comentario sobre o seu blog na cbn. Parabéns pela batalha. Aguardo o lançamento
Tadeu Alencar Arrais

Alex Pizziolo disse...

Rio muito com os comentários e aprendo muito, de fato!!!!
Estou muito ansioso pelo e filme e mais ainda pela Trilha Sonora!!!
Quando q vai sair o 1º poster???? E o trailer??? Sneak?????? Algo????
Se puder responder: alexpzz@yahoo.com.br
Fernando vc é d+!

capote disse...

Olá Fernando.
O chato de ser famoso e que, qualquer coisa exposta,gera 82 comentários,logo não sei você terá tempo de ler esse aqui.
Parabéns,pela escrita,pois é bem facíl ler essa eternidade que você escreveu...
Por irônia,estou fazendo uma pesquisa e tenho que ler - passei de vista,por enquanto - Saramago,
mas no meu caso :O envagelho segundo Jesus Cristo.
Sabe que junto com essa pesquisa,descobri em um artigo sobre literatura que o cara é o único que pode ser definido como literatura universal,nos anos 90.
Puxado para adpatar,né?Eu tenho uma teoria de que,quem não é pretensioso,não faz cinema.
Venho refletindo muito sobre narrativas,pois claro que é necessário ter a química com o público,porém o mestre Stanislawisky nos alerta que essa química só pode existir onde há verdade,o que,de alguma forma é o que você está falando no post.Como fazer o público interagir com toda a vanguarda de Saramago?Como manter a estílística do autor e a sua. A resposta está, -olha lá,só vagamente- no foco da verdade.
Qual o filme que você gostaria de ver,afinal você,e todos nós,somos apaixonados por isso.Lembro me que você falou de ter retirados falas que eram boas,mas que com a reação do público saíram.Acho que a reação do público está mais ligada a narrativa,do que as falas.Ando até lendo um excelente livro antigo chamado: Screen Writers,Screen Writing by Joel Engel.(publisher: hyperion)onde vários roteristas falam sobre a relação do ´público com as narrativas...
Adoraria discutir mais sobre esse tema,mas tô vendo que teremos mais uns posts sobre o processo e já coloquei o seu blog no meu agregador,vou dar umas passadas por aqui.
Bons insights próximos...

ma,lo divo!

capote disse...

obs: não tem agregador aqui,né?Daí que eu vou ter que voltar intuitivamente para saber o que você falou.Pô,arruma um RSS para mandar direto para o nosso agregador,homem.

ma,lo divo.

Viuvez Perpétua disse...

Já tive o privilegio de estar um ano inteiro fazendo um filme de 15 minutos sozinho, ocupando todo o meu tempo com ele.

Perdi completamente a perspectiva, já nada significava nada, não percebia nada do que estava fazendo, só seguia o plano que havia feito no início quando imaginei o filme.

Quando chegou o dia de mostrar o trabalho para quem o pagou, eu não fazia a mínima ideia se o filme faria sentido. Só sabia que tinha uma lista de mais de 140 erros/alterações a fazer. Felizmente quem o financiou adorou o filme e quando eu disse que tinha mais de 140 alterações a fazer, disse para eu não mexer mais. Até hoje me sinto algo envergonhado do filme. Excepto a banda sonora. Era o que eu mais queria fazer no filme, mas não queria pensar sequer nela enquanto não tivesse o filme terminado. Acabei tendo que a fazer só com algumas horas de trabalho salteadas ao longo dos últimos 3 dias enquanto terminava o filme. Mas gostei muito da banda sonora, as pessoas não se apercebem, mas é ela com a sua fragilidade herdada do medo que eu tinha de desafinar e errar enquanto tocava (não tinha tempo para errar) que sustenta todo o filme.

Se há algo que faz muita falta num processo destes é um tempo de repouso que nos permite ganhar o distanciamento necessário para conseguir ver o filme de fora e de dentro ao mesmo tempo. Fernando, é pena que não possa ter esse tempo.

Hélio Flores disse...

Meirelles, so por curiosidade... o Cidade de Deus passou por test screenings? Porque acho que se tivesse passado para essas mesmas mulheres sem tintura no cabelo, o filme poderia ter sofrido cortes e nao seria o que ele é.

É uma pena que o Cegueira tenha que passar por esses filtros. O filme tinha que sair do jeito que os realizadores pretendiam. Se for um lixo, paciencia. Ao menos nao será mutilado por gente que talvez (certamente?)nao entenda lhufas de cinema.

Mas bom saber que, por contrato, vc tem a decisao final.

Unknown disse...

Fernando, por favor, faça um DVD com a versão do diretor.

user disse...

Fox group no Brasil, nunca? Sobre 'Blindness', tudo vai dar certo no final! Verás!
Abs e tudo de bom!
S.

Giuliano Cesar disse...

Ola Fernando.Entendo tua apreensao.Nao.Nem de longe faco aki uma comparacao.Eh q como ator,ex-estudante de cinema e CINEFILO os percalcos na realizacao de um filme nao me sao estranhos.Nunca dirigi nada,mas participei de curtas e longas.Convivo com cineastas,leio e assisto bastante a respeito.Bom..eh isso.Forca.Se o resultado for tao bom quanto teus ultimos trabalhos(em especial o CONSTANT GARDENER,BELISSIMO!!!),vai ter valido a pena.

mari disse...

É verdade: Constant Garderner é show,Fernando!
...

mari disse...

É verdade: Constant Garderner é show,Fernando!
...

ROBNEY BRUNO disse...

A CEGUEIRA DE SARAMAGO E MEIRELLES
por Robney Bruno

Pertubador. Se fosse possível resumir o livro ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA, de José Saramago, em uma única palavra, essa seria a minha escolhida. Ao saber da adaptação do livro para o cinema, com direção de Fernando Meireles, fugi da leitura do livro para não ser influenciado. Mudanças de linguagens sempre são temerárias, ainda mais quando se trata de um escritor de grande renome. Sempre alguma coisa sai perdendo neste processo: no livro, os leitores que certamente o deixarão de ler para assistir o filme (como eu quase o fiz) - e no filme, toda a subjetividade intrínseca do autor ao escrevê-lo, e dos leitores ao lê-lo.

Uma das coisas mais perturbadora no livro com certeza é imaginar, como se isso fosse possível, uma cidade inteira de cegos. Pela realidade narrada, bastaria nos faltar um dos sentidos que voltaríamos a mais completa selvageria. Seríamos como animais em busca de um único propósito, a sobrevivência. Mas indo contra o que ouvi da maioria, o livro não me embrulho o estômago. Pelo contrário, confesso que me divertir muito com a bancarrota do império capitalista que nos governa. Assistir todo um sistema que levou a evolução inteira para chegar ao ápice do que somos hoje, ruir diante de um simples toque como peças de dominó. Carros abandonados, supermercados saqueados, o sistema bancário falido, pessoas perambulando sem status. Sonho com isso todos os dias. Com os "Herchcovitchs" da vida tomando água suja, com o padrão globo de qualidade sem saber sua audiência, com os governantes sem ter como apertar o botão que nos controla. Essa é a grande viagem que o livro me rendeu, não a simples parábola da visão, (oh!, que para enxergarmos seria necessário perdermos a visão, que pra mim não passa de uma piada saramesca), mas a que não precisamos de todo esse sistema “idiossincrata” que nos governa para que possamos viver. Enxergar isso no livro foi realmente compensador e o que certamente, também vai fazer valer a pena a viagem do filme. Aliás, é nas suas imagens que deve estar o seu grande impacto. Como conseguir traduzir tantas cenas com a mesma verossimilhança que o livro nos passa, fugindo dos habituais clichês (cegos sem parecerem zumbis e a urbanidade caótica sem os efeitos katrínicos). Estes devem ser os desafios de Meirelles. Fecho os olhos e vejo o disco amarelo iluminando-se. Também estou cego. Um a um somos guiados em direção as camaratas. Ouço o "altifalante". Sinto o cheiro da merda toda. Vou a camarata 3. Sou estuprado, chupo e mato. Fogo. A chuva lava o meu corpo. Sou guiado pelas ruas da cidade. Através dos olhos da Julianne ,vejo os carros abandonados, o lixo espalhado, comércios saqueados, pessoas mortas, matilhas de cães que vagam. Visito primeiro a casa da rapariga de óculos escuros, depois a casa do médico e a casa do primeiro que cegara. Atrás de comida e combalido, entro numa igreja onde todas as imagens sacras estão como sempre foram, de olhos vendados. O que é isso. Ninguém responde. Olho para cima e vejo o céu branco, todo branco, como a brancura da cegueira que nos cegara. Chegou a minha vez, penso. Abro os olhos. A tela do computador ainda estava ali. Uma pena.

Assistir ao filme certamente vai ser uma viagem diferente a que o livro nos proporciona. A cegueira de um, certamente não vai ser a mesma cegueira do outro. Enquanto o livro nos abre os olhos para coisas que há muito tempo deixamos de enxergar, o que o filme deve fazer, pelo menos até a sua estréia, fica no campo imagético de cada um. O que podemos neste momento é apenas esperar e torcer para que Meirelles consiga, como em seus outros trabalhos, nos surpreender com uma narrativa e estética única em seus filmes. Não criar grandes expectativas sobre um projeto é uma das primeiras coisas que se deve aprender neste mundo frágil do cinema. Ainda mais se tratando de um filme feito para se conseguir grande público nas bilheterias. Nem sempre a mágica funciona ou às vezes a soma dos números bate. A única certeza que se tem é que o filme jamais deve se igualar ao livro, não só pela linguagem diferente de ambos, mas como também pelos seus diferentes objetivos. Ma isso é como ouvir o velho ditado: livro é livro, e filme é filme

CESAR A. GANANIAN disse...

Caro Fernando,

andei pensando esses dias sobre a ultima nota de seu diario. Acredito que muita mais que cortar a sequencia de violencia do homicidio da MULHER DO MEDICO, vale mais a pena explorar a culpa e remorso que vem em seguida. Por mais que o publico irã celebrar um ato tao bruto e violento, quando se depararem com a dor que vem em seguida disso , refletirão sobre a magnitude do ato de matar uma pessoa *por pior que esta seja).
Gostaria de te recomendar o filme de Woody Allen, CASSANDRA-S DREAM, nunca tinha visto no cinema um tratado sobre homicidio tao profundo como nesse filme.

Boa sorte meu caro, torço sempre por voce e seu cinema.

Cesar A. Gananian
diretor eprodutor cinematografico
cesargananian@hotmail.com

raulzito77@gmail.com disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
raulzito77@gmail.com disse...

Acho que é meio que conseqüência, uma coisa da outra.. ocorre é que fico ansioso também com o blog, se vai ter algo de novo e acabo entrando algumas vezes ao dia.

Abraço!

Diana disse...

Fernando,
eu deixei de ver Irreversível justamente por causa da cena de estupro que alguns qualificaram como longa, muito forte etc. Somente hj lendo suas anotaçoes eh que me dei conta, que me lembrei dos estupros...e se vc insinuasse uma parte e deixasse outra e sutil, forte, mas rapida? Desculpe a interferencia, mas estou acompanhando o blog, amei o livro, fiquei suuuper feliz em saber que VOCÊ esta fazendo este filme e nao vejo a hora de assisti-lo. Pode me chamar para o test screening do brasil?(Vai ter?)
Outro ponto, personagens sem nome...quando li o livro essa caracteristica do texto latejava em mim, afinal, eh muito interessante e tb dificil!Estou pensando...como fazer isso? Na verdade, eh uma caracteristica do Saramago, em "Intermitencias da Morte" também nao têm nomes, por outro lado, se vc der nomes aos pesonagens, somente quem leu o livro vai questionar...e qual eh a porcentagem dessas pessoas em relação ao todo, numero total de espectadores? E, se os personagens falassem pouco seus nomes, talvez numa apresentaçao inicial? Para que o publico possa chama-los pelo nome, afinal, os personagens sao cegos, nao eh?
Desculpe pelo enorme texto!
Bom trabalho!

Ricardo disse...

Você está lidando com uma adaptação do melhor livro de todos os tempos. Por favor, não faça um filme "normal".

E parabéns.

Diana disse...

Fernando,
lendo outros comentários aqui, pensei (sobre a cena do estupro), imaginei esta cena como um flasback da mulher do medico em que ela conta, com as palavras do livro, do Saramago,ou seja, o texto dele ameniza a cena e vc nao precisa modifica-la.
Cidade de Deus é forte e real, o desafio é realmente em como mostrar esta realidade.
Boa sorte!

"wetabax", num momento de sono... disse...

e se ao invés de retirar as cenas de estupro vc "cegasse" o projetor do cinema (efeito de filme enroscado, pulando pra fora, rasgando, tela branca) e depois voltasse a cena? Seria interessante as pessoas no cinema achando que o filme fudeu e era apenas um efeito. Poderia até combinar com o projecionista nessa hora de ligar a luz no cinema (aí já é pedir demais...)

Nessa Jansen disse...

Saramago não é fácil de se ler. A começar por sua pontuação que, peculiarmente beira a inexistência. E, no entanto, é extremamente eficaz, uma vez que, ao ler a história, não o leitor simplesmente não se perde. Eu, por exemplo, não me toquei que as personagens não tinham nomes: me foi apontado. E para a mminha surpresa, realmente não tinham.
Enfim, eu poderia me alongar por linhas e mais linhas para falar da obra. Mas como o foco não é este...
Fora todo o hipermoralismo americano e as senhoras canadenses em bad hair day, como o livro, o filme não há de ser fácil de se assistir, e menos de se montar. E é isso que bom: interessante, intrigante e atraente. Boa sorte, Fernando! Não temo o receio o resultado. Quer muito ver como vc transportou para a telona a cegueira branca, a pontuação e a crueza da história.

;)

Gabriel "Pardal" Carneiro disse...

Caro Fernando, adorei todos seus filmes e também o livro do Saramago, portanto fiquei muito feliz quando descobri que estava nesse projeto. Ler seu blog me causa uma vontade imensa de poder ver esse filme e também opiniar em suas escolhas e decisões. Como não ví nada, não tem muito o que eu possa fazer. Só digo uma coisa, a graça do livro está também um pouco na sua intencidade, senti grande sensação de repulsa nas cenas de estupro e também comemorei euforicamente quando a mulher do médico cortou a garganta do lider da terceira camarata. Sendo assim, imagino que o filme esteja retratando bem a intenção da obra de Saramago.
Fora isso é isso... espero que você consiga diminuir a violência da estória sem prejudicar as sensações do livro (assim como fez em CDD). Um abraço e boa sorte!

Tiago disse...

só queria dizer uma coisa pra quem está pedindo um versão do diretor, leiam o texto novamente. sem ofensas galera, voltando lá vocês perceberão que pelo contrato o filme será lançado como o fernando quiser, logo, a versão do diretor (notem que os cortes e diminuição da intensidade são opições do meirelles e não imposições.
fernando, se você estiver lendo esses comentarios eu gostaria de deixar claro que confio no seu talento, o cineasta que eu conheço e admiro não tiraria a alma de um filme pra agradar o publico, não faria um filme hollywoodiano só pra ganhar o grande publico.
apesar de poder ser interpretado como covardia ceder as exigencias do publico, nesse caso eu acredito na sua capacidade de julgamento, você está tentando fazer um filme melhor pra gente e eu agradeço por isso (mesmo que uma parte de mim queira muito ver as versões antigas do filme como essa do test screnning)

Michael Seth disse...

english is the only language i know, so bear with me. as a filmmaker, i really enjoyed reading this entry. i was lucky enough to attend the new york screening. i loved the film and when time to answer my "survey" questions, i begged that nothing be changed. nothing needs to be removed. the film is perfect. to know that you've already cut so many minutes of film, for better or worse, is sad to me, just because i was so in love with the film you've made, i was left wanting more. i just want to thank you for making such a stunning movie and i hope it gets the praise and attention it deserves once it's released.

Alexandre / Masato disse...

Dou meu reino para ver um test screening de Blindness, mas dou meu reino mais um pedaço de queijo para ver você falando “Fecha essa matraca e vá pentear esse cabelo minha senhora! E aproveita e bota uma tintura também!”.
Me preocupa um pouco esses cortes seguidos de cortes, mas confio na sua visão.

Unknown disse...

Que impasse...
O que posso alertar é que se você Fernando quiser montar um filme a partir das vontades do público,com o que consideram moral e psicologicamente suportável, você terá de montar um filme para cada um que comprar o ingresso.

"Irreversível" não seria "Irreversível" sem as duas cenas que você sublinhou.


Vale a pena lembrar o estupro de Nicole Kidman em "Dogville": Tenho certeza que ninguém saiu da sala enquanto assistia a forte cena, já que essas pessoas já tinham saído assim que começara o filme e os personagens começaram a abrir portas inexistentes no galpão vazio.

Deve ser horrível sentir-se um diretor sadista. (Só não pro Mel Gibson)

Bom mesmo é arriscar. Duas pessoas nunca leram o mesmo livro, nem assistiram o mesmo filme.
Bom mesmo é arriscar, engolir essa espinha de peixe, fazere-se um pouco de cego. Queria saber o que passa na cabeça de um individuo que lê o "Ensaio" e imagina as cenas mais fortes sorridentes. maniqueístas?("Que cara mal, pô...")Ingênuos? Imaturos?

Distribua, na fila da bilheteria, fichas. Só depois da análise de cada formulário autorize o pagante a entrar. Deve ser isso que as pessoas querem. As filas, aí, seriam mais suportáveis que a espera nos aeroportos brasileiros?

Sóramago sabe...

Unknown disse...

UMA ÚLTIMA COISA:
TODOS, TODOS, ABSOLUTAMENTE TODOS OS FILMES JÁ FEITOS JÁ NASCEM MUTILADOS. POIS FILMES SÃO OBRAS, E SEJA LIDA, OUVIDA, OU VISTA, NENHUMA GRANDE OBRA NASCE INTEIRA, E SIM DECEPADA, AMPUTADA, ESPERANDO QUE OS APRECIADORES, CONSUMIDORES, AS ENXERTE, ESPERANDO SEREM ENFIM, CRIADAS.

Flávia A. disse...

Ah,nem vou fazer looongas análises pq não sou lá super entendida no assunto cinema,mas leio seu blog faz tempo e PRECISAVA dizer:estou ansiosa DEMAIS pra assistir meu livro favorito!!=] E eu tenho certeza q não vou me decepcionar!!!

No mais,o blog eh mto,mto bom...Eu consegui ver a velhinha descabelada falando pelos cotovelos...hAIUHIuahAHIUa

Um bjo,boa sorte em td aí!

Rafael Castanheira Parrode disse...

Assunto discutido no orkut bastante pertinente com esse último post!

http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=357512&tid=2588264532292807893&start=1

Leia Fernando!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Viva Cassavetes... e Bergman!

Leonor Basílio disse...

Fernando, escrevo de Portugal, como leitora de Saramago. Por favor, não conceda ao moralismo anglo-saxónico. O livro é latino e o filme tem de o ser também. Por inerência...

Paola disse...

Vc j´mostrou para um certo senhor, chamado Seu Saramago? Quem sabe ele nnao fosse uma boa platéia para esse serviço?
É tão bom ler esse blog.
E mais uma vez, eu afirmo, cada um tem os problemas que pode resolver!
Boa sorte, e se precisar eu assisto o filme, sem fazer nenhum comentário!
Beijos, sorte!
Paola

The Victorian cow disse...

Sou portuguesa e o ensaio sobre a cegueira é dos meus livros preferidos.

Tenho acompanhado este blogue desde a 1ª "postagem" e está nos meus favoritos.

Espero sinceramente que o filme não venha mt mutilado, mas se vier, compra-se o dvd com todos os extras e cenas cortadas ( pelo menos espero )

Espero também que seja o mais fiel possivel ao livro que é sem duvida uma das melhores obras escritas em Portugal.

Vou esperar o filme c/ mt expectativa e que seja uma surpresa tão (des)agradavel como o livro foi para mim.E como foi saber que seria adaptado ao cinema por este grande cineasta.

Boa sorte para N.Y.

M/c
´

Unknown disse...

Adorei este blog. Também fiquei com curiosidade de ver o filme.

http://online.iguga.com/2008/03/11/dicas-para-aumentar-a-seguranca-do-seu-computador/

Unknown disse...

Hi!

I'm writting in English because my Portuguese is not my first language but I have studied it for a few years.
I had read "Ensaio sobre a cegueira" few years ago and I read again last year when I find out about the upcoming movie based upon the novel. And reading the scenes of sexual violence is quite harsh and demands a courage from the reader. And we keep on reading because from the first page we realize that it will be a well told story, draging us to a new world of sensations. But still not sensationalist.

The horror of this scene is witnessed by the doctor's wife, and it is crucial to her see that so can she do sth about it. Imagine if she had preffered to close her eyes... that would be like given up on herself and on the others. She needed to see the horror to get a raw dimension of that situation. Moreover, without her nobody would ever know what happened there. She is our eyes as your camera is now in the movie.

That woman who complained about the scene actually have problems with the story told by Saramago rather specifically with your movie. But still, a movie exposes the situation in its multimodality (semiotic wise),so it is out there to see and hear and the camera in this movie have the responsability to expose the consequences just as naturalistic as the discription presented in the book.

Nevertheless, the expensive art of movie making is subjected to many goals, and each production has its particular ones.

I wish all the lucky and I look forward to watching your movie.

Best,
Peter M.

Priscila Midori disse...

Que pena que o filme está sendo cortado. Assisti Irreversível no cinema e muitas pessoas saíram da sala. Pra mim são pessoas que não devem ver estes filmes e pronto, que peguem a próxima sessão de comédia romântica.
Estou com grandes expectativas para o lançamento de Blindness. Espero que as cenas não sejam tão modificadas a ponto de fazer com que EU saia do cinema chocada com tantas cenas brandas.

Unknown disse...

Fernando, você é um gênio.
Sou um grande fã de seu trabalho.
Está sendo mto interessante para mim acompanhar este blog. Desde criança eu sonhava em ser cineasta. Sempre tive verdadeira paixão por tudo que envolve a realização de um filme. Acho o cinema um grande caminho para um mundo melhor.
Não tive "coragem" de arriscar a vida como cineasta, acabei fazendo Medicina, mas hj estou tendo a oportunidade de ficar um pouco mais próximo deste mundo que tanto gosto, graças a seu blog. Escreva sempre que puder. Tudo de bom e mta sorte com mais esse trabalho. Será um sucesso, não tenho dúvidas.

Nelson

Unknown disse...

Fernando, você é um gênio.
Sou um grande fã de seu trabalho.
Está sendo mto interessante para mim acompanhar este blog. Desde criança eu sonhava em ser cineasta. Sempre tive verdadeira paixão por tudo que envolve a realização de um filme. Acho o cinema um grande caminho para um mundo melhor.
Não tive "coragem" de arriscar a vida como cineasta, acabei fazendo Medicina, mas hj estou tendo a oportunidade de ficar um pouco mais próximo deste mundo que tanto gosto, graças a seu blog. Escreva sempre que puder. Tudo de bom e mta sorte com mais esse trabalho. Será um sucesso, não tenho dúvidas.

Nelson

Caps disse...

Seguramente esta es la parte del trabajo que es mas difícil de hacer. La menos divertida supongo.
Donde se juegan mas las opciones Eticas verdad? Lo mas divertido es filmar, el rodaje, las opciones, los planos, etc.
Mucha suerte y entereza con esos caminos diversos, lo vas a hacer bien!! Pero ya sabías que esto también hay que hacerlo no?
Hay un personaje en "El Baño del Papa" que , refiriéndose a al Cantinero que se molesta por los Borrachos dice: "Si no le gustan los borrachos, que ponga Farmacia"

Salú

Cristina disse...

Fernando,
Estou amando acompanhar o Blindness. Uns dias sem poder acessar já fico imaginando a leitura gostosa que está a minha espera. Não pare com o blog.É muito feio deixar as coisas inacabadas...rsrs abraços. (a espera do filme que o diretor me motivou a ler o livro).

Jan disse...

A diferença entre ajustar um filme ao gosto do mercado e cortar os exageros estéticos é bem discreta.

Mas, em minha concepção, pecar por cometer exageros estéticos é mais saudável e bem-vindo que se adequar aos interesses financeiros, burros e anti-artísticos das distribuidoras.

Contudo, acho que você saberá contornar este impasse.


Um abraço

Marta De Divitiis disse...

Nunca imaginei que a montagem fosse feita e refeita tantas vezes... Deve ser um cansaço só...

Larissa Claro disse...

Podemos esperar pela versão do diretor em DVD, não é mesmo?

Hugo Cunha disse...

Voce esta pondo o filme curto de tempo e prvavelmene essas cenas são necessérias, mas se acha que a sim funciona continue nesse caminho.

Andrews Nascimento disse...

Caro Meirelles, li sobre as cenas de estupro e cheguei a conclusão de que não dá pra comparar ao PÉ DA LETRA o filme de NOE com o seu. Não que eu ache 100% correto ter que ceder aos caras da MIRAMAX, mas ao meu ponto de vista, e tendo assistido aos seus outros filmes, IRREVERSÍVEL é muito mais UNDERGROUND. Não é a toa que o diretor ficou as gargalhadas ao ver o público saindo da sala durante o festival de Cannes. São intenções diferentes. Você está consolidando o seu espaço no mercado internacional, e acredito que para isso é preciso saber lidar com as grandes companhias, sem deixar que elas se sintam contrariadas (você nunca sabe quando vai precisar deles). E tem que fazer isso tentando manter a sua linguagem a mais original que puder. Tarefa difícil, mas não impossível.

Quanto aos personagens sem nome e história, ainda não li o livro, mas o autor conta unicamente com a linguagem escrita, e isso facilita pra desenvolver a narrativa. O cinema é a arte da realidade, aonde somos enganados durante algumas horas, e deve incomodar o espectador ver e ouvir o personagem, se envolver com ele e não saber o seu nome e história.
Não acredito no velho mito que "o livro é melhor que o filme". Acredito que existam autores capazes de transmitir a sua história de uma maneira melhor que outros, devido a sua experiência com a linguagem que ele desenvolve.
Se por um lado é difícil resolver o problema dos personagens sem nome e história (no universo audiovisual), por outro lado vai ser genial se você conseguir resolver esse problema. Conhecendo o seu currículo, creio que você é capaz disso.

Um abraço e boa sorte na reta final do filme.

P.S: Quanto à mulher com o cucuruto grisalho, eu não teria a sua paciência. Teria jogado a cadeira inteira nela (rssssssssss).

Caio Cabral disse...

Fernando,

Estou ficando cada vez mais ansioso... há mais de um ano aguardo pela versão cinematográfica e ouço "cortes e mais cortes"...

O livro é impactante, o filme precisa disso. Ler o blog remete-me a diversos momentos do livro... o estupro é fortíssimo, nojento, asqueroso passei mal lendo, tive ânsia de vômito, chorei, arremessei o livro contra a parede e segurei-me para não rasgar suas páginas entre vestígios de vômito e lágrimas... Seria extremamente decepcionante ver uma cena pueril.

Confio em ti cara,

Forte abraço a todos os leitores!

ROBERTO SCHULTZ disse...

É uma droga, isso, mas "manda quem pode e obedece quem precisa". Digam o que disserem aqueles que eventualmente falam em contrário (inclusive as mulheres e as filhas da gente, também tenho a ambas) mas se não for assim, nos adaptando, as coisas simplesmente NÃO ACONTECEM, porque não dependem EXCLUSIVAMENTE da gente ou da nossa arte.Compreendo perfeitamente o que se passa. Quando é possível se fazer concessões, ainda que no limite do (nosso) tolerável, faça-se. E, claro, barganhe-se o máximo possível. Se dependesse da minha Editora, o meu último Romance (SEGREDO E FIM) teria saído com uma capa horrível, achavam que aquela que eu sugeri(e que efetivamente é, hoje, a capa do livro) era "pouco comercial". Bati o pé e saiu a MINHA capa e não a DELES. Agora eles me acusam de não vender por um único motivo: "capa pouco comercial". Quando sequer trabalham adequadamente na divulgação do Romance. Felizmente eu consegui mudar a capa e fazer com que ela saísse como EU queria (e acreditava). Esse negócio de "capa pouco comercial" é balela deles. No seu caso o jogo é mais pesado e internacional. E se eles disserem "capa pouco comercial" para o seu filme, você terá de se adaptar. A escapatória é enganar eles trabalhando o conteúdo e não a "capa".

Unknown disse...

Este blog é fantástico. Em www.belezapt.com podem encontrar informação do vosso interesse

Unknown disse...

um dos comentários aqui feitos:

"Todavia, não necessariamente precisa ser um soco no estômago. Pode usar da linguagem implícita, uma das mais incríveis ferramentas do homem, para lidar com conflitos, por exemplo, de violência sexual."

eu também sairia da sala, sou extremamente contra violência à mulher. ainda mais se forem cenas longas e exageradas. e fiquei me perguntando se a velhinha não fosse velhinha, se fosse uma bela mulher criticando a cena, como você reagiria?

bom, sendo o diretor que é, ninguém precisa aqui dar aulas... mas custa nada pensar no público. é questão feminina mesmo. se o texto do saramago basta, porque a imagem na tela teria que ser tão "ferida aberta" assim?

Unknown disse...

Caro meirelles, uma grande questao no que dis respeito aos filmes adaptados e que nao atingem as expectativas, está justamento no ponto que os diretoras cedem demais aos produtores e acabam se desviando do caminho da obra levanto em conta o que os produtores acham que a platéia quer ver. se eu fosse vc diminuiria sim, algumas cenas de estupro, mas sem perder a essencia do livro, que [e muito impactante.
sou seu fá, boa sorte.
que venha o oscar 2009!

Unknown disse...

ah também acho que os personagens sem nome no filme, é um artifício interessante por demais. vc como um mestre do cinema pode explorar isso de forma que fique bem interessante.
agora... nao me pergunte como...
hehehehe
abraço!

Willian disse...

Pleeease, não abandone o corte pré-test screening. Nem todos tomarão a parte pelo todo. Quem sabe não rola um original cut, ou qualquer alternativa do tipo no dvd...
Grande blog!
Bons agouros!

Gus Lise disse...

Se pudesse interferir com a tal Nossa Senhora, diria apenas : seja feita a vontade do diretor! amém!

Desespero e ansiedade pelo filme logo nos cinemas!!!

Valeu Fê!!!
Parabéns!!

Ps: Confesso que todas as vezes que li o livro, gritei de alegria e desabafo ao ver a tesoura sendo enterrada na garganta alheia!

Gus Lise disse...

Se pudesse interferir com a tal Nossa Senhora, diria apenas : seja feita a vontade do diretor! amém!

Desespero e ansiedade pelo filme logo nos cinemas!!!

Valeu Fê!!!
Parabéns!!

Ps: Confesso que todas as vezes que li o livro, gritei de alegria e desabafo ao ver a tesoura sendo enterrada na garganta alheia!

Paulo disse...

Sinceramente, saber que algumas cenas serão "mais" aliviadas, me deixam triste, porque Saramago não economizou na crítica feita a essa tal "visão clara das coisas", é uma pena que a indústria (principalmente a norte-americana) seja tão hipócrita(sim, essa é a palavra): Financiam uma guerra e não acham correto uma Obra transmitir a opinião metáforica sobre abusos cometidos por políticos cegos, e sem piedade. O livro deixou clara essa metáfora, essa denúncia sobre os abusos, sobre as consequências que a Humanidade sofre com o isolamento, com o pré-conceito direcionado ao que é "diferente": enfim, estúdios cegos, retiram os méritos do diretor que quer ser sincero.

Luis disse...

Nao se venda, fernando, danem-se os americanos, eles sao puritanos e hipersensiveis.

Voce ja tem sucesso, ja é reconehcido nao precisa ceder....daqui a 20 anos vc vai se arrepender de ter mudado sua obra.

Pior do que estupro encenado é estupro intelectual.

Patricia Basseto disse...

Gostei muito do blog, realmente é uma aula, e é legal saber como é o dia a dia de um diretor conhecido no mundo inteiro e saber dos problemas, mostra que as coisas não são glamourosas como a maioria das pessoas pensam. E sobre a mulher grisalha, muito bom os pensamentos, aposto que teve um pouco mais de ódio nisso rsrsrs
vou aguardar o filme!

Joel Cavalcanti disse...

é uma pena, pois eu costumo gostar de filmes que o pessoal sai do cinema... Adorei Irreversível, amei 4 meses, 3 semanas e 2 dias. Se a cena ficou violenta e muito forte foi perfeitamnete adaptada, pois é assim retradada no livro. Uma amiga e minha namorada choraram enquanto liam esta passagem, mas em nenhum momento pensaram em virar a página. Não tem muito saco para os puritanos que desperdiçam emoção. Tem tantos filmes por aí que não fazem a gente sentir coisa alguma, e quando temos desprezamos?
Sei que estou chorando sobre filme cortado, mas também estou escrevendo o que não será lido! Igualmente inútil!

Lorenço disse...

Caro, Fernando... Continue firme e forte... Adoro o livro e acredito no seu talento para levar para o cinema!!!! Supere os problemas e não desanime!!!! Abraço, Lorenço!

beckspace disse...

"the usual practice of testing the movie with an audience representing the general public may be counterproductive in some cases. If a film's appeal is only for a particular section of the population, comments from viewers outside the target audience may prompt filmmakers to make changes that alienate the target audience without significantly broadening the film's appeal. Such a film is said to be "dumbed down""

Steven Spielberg has slated the age-old practice of test-screening new movies - claiming they are no help to directors. The filmmaker argues that, in his experience, such events have been of no assistance and they can even lead movie bosses to make the wrong decisions in editing films. He says, "I stopped testing six years before the internet was invented. I just found that the test screenings for Hook, Always, The Color Purple and Empire Of The Sun didn't teach me anything. In fact, it got me to cut things out to please the audience that I wouldn't normally cut out. An audience might respond negatively on a Wednesday night, so you'd make all these changes, but you could take that same film and show it to a different audience on the following Friday and get a positive reaction. To make an assumption that 400 people on a Wednesday night can tell you where you've gone right and where you've gone off, is not representative of how your film will be perceived across America.

Unknown disse...

eu estou enlouquecido para ver isso,esse é o livro da minha vida, Saramago é um anjo no meio de nossa triste e terrestre sofreguidão HUMANA ... quando li foi por raro momento senti vale á pena estar vivo aqui. Fernando é a esperança após a Fernanda...JULIANE MOORE É SIMPLESMENTE MUCH MORE! ESTOU MUITO FELIZ COM A EMPREITADA ESPEREI DURANTE UM BOM TEMPO ISSO VIRAR ROTEIRO, ASSIM COMO O PERFUME...É UMA PAIXAO LOUCA MESMO,DAQUELAS DE GAROTO E GAROTA QUE TEM UMA INTENSIDADE UNICA, MAS QUE VAI FICAR COMO MARCO EM CANNES, NO OSCAR DE 2009. ESTOU TORCENDO E LOUCO PARA A ESTREIA...
´NO RESUMO É PAIXAO QUE CEGA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Maria. disse...

Olá!
a indetificação com o proceesso é de perder o ar!!! ESTOU HÁ UM MÊS EM CARTAZ COM "ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA" NO TEATRO!
está no Rio de janeiro. e estamos indo muito bem...

mas até aqui... quanta dor!!!!!!!
vai lá ver oq acha.

sorte em tudo.

maria roberta.
www.quemsouessa.zip.net

Colombo disse...

Boa sorte com os próximos teste, Fernando. Com certeza a expectativa para o filme é enorme. Já dei uma lida nessas listas de mais esperados do ano e os longas que desde já aparecem como fortes condiatos ao próximo Oscar, e foi gratificante ver os nomes Meirelles e Blindness próximo ao topo. Tá preparado para o 81ª cerimônia da Academia, Meirelles?

Patty Diphusa disse...

Uau, que sufoco. Fico imaginando se vc teve o mesmo problema nos outros filmes que fez. Esse é o momento mais estressante mesmo?

Acho que vc sabe ceder no ponto certo. Pelo menos é a imagem que tenho de vc pelo seu trabalho. Nada que comprometa.

bjs, boa sorte.

Unknown disse...

Ao assistir um filme por até duas horas não imaginamos como é dura a vida de quem está do outro lado das cameras...

Que me perdoem os "radicais" mas eu acho que o filme deve ser mais light para abranger um público maior

Prof. Aline Silva disse...

Eu estou ansiosa pra assistir o filme, mas com muito medo também, pois nunca acompanhei tanto um filme antes de ser lançado. Parabéns pela coragem de encarar uma obra dessas!

M disse...

Que bom que está de volta com os posts. Melhor ainda poder acompanhar até mesmo os "perrengues" do seu trabalho. Acho que o mais bacana de tudo é poder perceber que seus trabalhos são tão bons por se esforçar taaanto. Acho que nos dá até certo ânimo pra pensar em batalhar mais pra chegar algum dia em algum lugar.
Quanto à re-re-re-re-redição que parece não ter fim, entendo muitíssimo bem a conotação que cada frase toma após ve-la ou le-la diversas vezes. E acredito, sim, que após tantas vezes editadas, apenas o que realmente interessa sobrará.
Boa sorte neste finalzinho de percurso e não se esqueça de postar sobre como foi a aceitação desta última versão aí.

Claudia Arantes disse...

nossa só consegui respirar depois de ler tudo... fico muito feliz de ter encontrado esse blog...
bjos e muita... muita sorte...

claudia

LibLab disse...

Tchau a tudo,
eu sou um personage que trabalha para uma tv italiana que fala de cine.
Sero a Sao Paulo o dia 12 de abril e gosterei de encontrar Fernando Meirelles antes que va a ganar premios na Europa com Blindness.
Si alguem pode ayudarme a encontrarlo eu sero sempre grato.

alessandro.acito@mediaset.it

HISTORIANDO disse...

Cara, nem mesmo sei se você lê todos os comentários. No entanto, gostaria de sublinhar que estou ansioso pelo filme. Adoro o livro e em relação aos cortes mencionados, não se esqueça do que está filmando; do que ela se trata e como é a abordagem de Saramago. O livro é forte mesmo. Chorei diversas vezes ao ler...indignei-me outras tantas. Fui solidário em alguns momentos e puramente egoísta em outros...vivi aquelas histórias....Sei que fará a coisa certa....Agora, virar um "Sessão da Tarde" sabemos que não dá!

Rosana disse...

Engraçado, meu irmão comprou o livro "Ensaios sobre a cegueira" já faz tempo e lembro que na época ele não parava de matracar sobre ele, mas eu, por pirraça e pra não dar o braço a torcer, mostrei desinteresse e nem ousava chegar perto do tal livro (ok, ok... tinha 13 anos e ele 11 na época - isso já faz uns 9 anos), mas depois de ler esse post estou sem duvida nenhuma muito instigada a ler o livro. Espero que seu filme seja um sucesso e pode ter certeza que voltarei mais vezes pra conferir as novidades.

LM disse...

Excelente blog. Um autor como este fazia falta no forum de discussão http://www.espacofuncoapublica.com. Este é um forum para a defesa da classe dos funcionarios publicos.

Unknown disse...

Caro Fernando postei há alguns dias atrás. Li novamente o livro, não se venda aos produtores! o livro é impactante mesmo! é a essência da obra. eu acho que a violência, a sujeira e o caos funcionam como contra ponto aos momentos belos que também existem, dessa forma o filme se equilibra.
estou muito ansioso p ver o resultado.
e vc não vai postar mais?
HUM!

Renata disse...

Meirelles,

Assim como o livro do Saramago, teu blog também consegue passar muito bem as emoções que tens vivido e as decisões, sem sombra de dúvida dificílimas, que precisam ser tomadas por um diretor em relação à versão final de um filme!

Penso que o filme, sendo baseado em uma obra tão forte e impactante como o Ensaio sobre a Cegueira, não pode deixar de ter a característica de ser, a espelho do livro, extremamente impactante, forte e profundo e, em certos trechos, realmente chocantes. Os ônus disto já tinham sido, em minha opinião, "comprados" quando optaram os produtores e financiadores por esta adaptação. É claro que é possível abrandar-se um pouco ou encurtar-se certas cenas na adaptação necessária a ser efetuada na tentativa de promover proporcionalidade com a diferença de linguagem da literatura e do cinema, MAS, acima de tudo, penso que o público que deverá assistir a esse filme realmente não é o público americano típico cinéfilo "de pipoca" assim como também não é o grande público que leu ou lerá o livro, por suas características intrínsecas.
Pensar sobre se o público dos screentests é ao menos parecido com o público que irá ao cinema assistir a este filme é uma questão importante de ser avaliada, penso eu...

No mais, mesmo achando que dificilmente qualquer coisa que escrevamos aqui vá ajudá-lo nesta escolha de sofia...
Renata.

cacula disse...

Gostei Muito!

Vera Oliveira
http://cantinhodoemprego.blogspot.com
http://cantinhodofreeware.blogspot.com

Renato Gaiarsa disse...

cuidado. de repente todos esses cortes e esas reações são de públicos que não são exatamente o alvo de um filme como esse... ficarei triste em ver pouco do que esperava. mas entendo perfeitamente ceder um pouco, pra poder manter essas co-produções e os convites para sua atuação no exterior. boa sorte, mantenha o blog atualizadeo!!!

vitaomedeiros disse...

Não, por favor, não faça narrativa não-linear!!!
Não aguento mais essa modinha!!

Por que não seguir o desenvolvimento linear da historia, se isso funcionou tão bem com o Saramago?!?

Por favor, não caia nesse erro!!

claudio disse...

el libro es estupendo y se hace irresistible, el estupro debería salir puro y no condicionado por el nivel de sensibilidad que se quiere tener en un momento de distracción, como al ver un film. basta ver la televisión y hay más que estupro...
Sigo con atención el blog, espero la película, Agustín mi hijo participó como extra en Mvdeo y sueña con aportar su grano de arena a esta EMPRESA, Claudio

Paulo Uchoa disse...

Olá Fernando, sou Paulo Uchoa de Belém do Pará...Tocava violão numa manhã de domingo no hall de um hotelzinho em Tutóia no Maranhão quando conversamos.....É uma odisséia maluca como fui parar lá...Vc me falou do projeto da Cidade de Deus....prenúncio de sucesso.... Gostaria de ter um email para te mandar um alô especial...Compreendo que milhares de pessoas acessam o blog...espero te ruma chance...abraços

Tati Reuter disse...

Fernando, adorei esse último texto. É incrível a quantidade de alterações que devem ser feitas em prol de um filme para todos. As cenas de Irreversível realmente são fortes, mas, além delas, há um fantástico filme com montagem e atuação do casal indescritíveis. Estou contando os dias pro seu filme. Li o Ensaio há tempo e já estou agoniada. Boa sorte com a finalização e eu adoraria participar de uma sessão dessas de análise qualquer dia desses. :)

Clara Campoli disse...

A velha não leu o livro, Fernando. Explica pra ela que tem gente que vomita ao ler, e que você foi super legal ao evitar essa sensação no seu filme.

E por favor, não se venda ao mercado, faça o seu filme, Fernando. É seu e só seu.

Pro-Mundi disse...

Boa noite, Fernando! Primeiramente gostaria de parabenizá-lo pela iniciativa de interagir com o público através de um BLOG, excelente.

Sou de Curitiba, e tenho uma produtora de eventos muito relacionada ao público universitário, gostaríamos de organizar uma palestra sobre cinema com a sua presença, qual o telefone de contato para este tipo de evento?

Se possível enviar a informação para andre@pro-mundi.org - obrigado!

Victor Rodrigues disse...

Meirelles, faz isso não, rapaz!

Botar água no filme por conta de algumas senhoras recatadas? E a gente, como que fica?

Abraços

Unknown disse...

Nossa, não vejo a hora de ver esse filme!!! Força, Fernando! Só não esquece de contar como foi o último test screening! Esse blog é fantástico, parabéns!

Abraço!

LRO disse...

Cara, acabei de ver o trailer.

Fantástico!!!!!!!!!
Arrepiei inteiro a hora que vi!!!!
Creio que o clima do livro está completamente ali, um frio na barriga constrangedor, de não saber o que está acontecendo!

Quero ver logo esse filme!!!!

Grande abraço, e sucesso!!!

Alípio França disse...

Olá Fernando. Acabei de ver o trailer. Ficou ótimo. Mas o que é aquela narraçao em Off? Cara, mesmo que o estúdio tenha imposto aquilo, retire. Por favor.

camilo saraiva disse...

Fernado!!!

Acabei de ver o Trailer, e você disse que foi difícil chegar até ele... está muito, muito bom.
Parabéns, estou louco para ver na telona.

Abraços

Eden Rios Sócrates disse...

No seu texto li cinco vezes a palavra "montagem", me parece que é por aí! Por que não dar uma chance do Lessandro ajudar? Êle já trabalhou com você. É muito bom de serviço. Boa sorte.

Iza disse...

Acabei de ver o Trailler fiquei emocionada
está lindooooooooo
Sucesso

Publiquei no meu blog

Viuvez Perpétua disse...

Fazer um filme sobre um bom livro é um desafio quase sempre perdido à partida. Há muito pouco espaço para melhoras e o livro é precisamente uma obra prima devido ao entrosamento entre o que se diz e como se diz e a própria personalidade do narrador.

Tu pegas numa só das componentes e com a linguagem do cinema tentas recompor uma peça que já, era perfeita na sua forma original. Muito díficil fazer poesia assim.

Não consigo me lembrar de nenhum realizador que eu gostasse de ver fazer esse filme.

Lendo o teu blog não consigo perder a sensação que andaste um bocado perdido durante todo o processo e esta sensação é reforçada pelas reacções das pessoas que dizem que não criam ligação com os personagens.

Às vezes essa liberdade resulta de forma positiva, principalmente quando o ponto de partida não é tão "cheio" como o "Ensaio sobre a cegueira", mas aqui tinhas um material demasiado forte que me parece que tiveste dificuldade em domar. Tenho ideia que a reverência que se tem para com o livro pode atrapalhar muito todo o processo.

Continuo a pensar que o Saramago tinha razão em não querer que o filme fosse feito.

Ocorre-me uma ideia louca para abordar o filme: exagerar o estilo do Saramago. Frio. Contar a história e desprezá-la até certo ponto em favor de uma abordagem mais poética.

wilmota disse...

Olá, Fernando!
é realmente triste ter que modificar e cortar tanto o filme. Poderia ter um A versão do diretor!!

( eu achei interessante quando vi o Mark Ruffalo no filme, eu tinha-o imaginado em outro personagem de Saramago, o professor de História ho Homem Duplicado.)

Boa sorte, Fernando, para você e todos nós!!!

Renato Gaiarsa disse...

clap clap clap! assisti o trailer! como deveria ser! tudo como esperado.... mais ansioso ainda a partir de agora!

Unknown disse...

Assumo a rasgação.
Se vc fizer um blog pra cada filme, do jeito q tá, dá pra juntar os posts e montar uma obra que, certamente, além dos filmes é lógico, ficará para a história do cinema.
Sei lá, obrigado.

Festival REC disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Festival REC disse...

Meu nome é Gabriela, faço parte da comissão organizadora do Festival REC realizado na cidade de Vitória (ES). O festival está em sua quarta edição, em 2007 contou com a presença do diretor e roterista Jorge Furtado para uma palestra e lançamento do filme Saneamento Básico. Gostaria do e-mail de contato do Fernando Meirelles para fazê-lo um convite. Anseio em breve uma resposta através do e-mail rec@festivalrec.com.br

Grata pela atenção desde já.
Gabriela Gonçalves - Comissão Organizadora do REC
www.festivalrec.com.br

Unknown disse...

Estou sempre atento aos posts do filme!!!
Parabéns pelo blog!!
Gostaria de vc ouvisse um musica que está no cd novo do Detonautas que é homônima ao nome do livro do Saramago.
o link do para escutar a musica é esse: http://www.myspace.com/detonautas

Unknown disse...

Apesar de nunca ter comentado, acompanho sempre seu blog.
Sou fascinado pelo backstage, e seus textos sao muito bem escritos.

Espero muito desse filme (o livro eh genial) e com certeza verei no cinema, logo na estreia.
E futuramente, quem sabe, uma versao do diretor com todas essas cenas cortadas, seria magnifico.

Parabens, e boa sorte. Aguardo ansiosamente pela estreia.

Burocrata disse...

Se os americanos e canadenses nao gostaram significa que o filme esta ótimo! Nao ceda demais Fernado, o livro é perturbador e o filme deve refletir isso! Boa sorte, estou na torcida!

perdido disse...

Achei esse o post mais interessante pq ele se foca nessa questão de ter aceitação da platéia, distribuidores, etc...Eu não conheço por dentro como é esse ambiente da indústria cinematográfica...mas como cinéfilo eu diria que pessoalmente essas supostas cenas exageradas e intensas sempre possuem razão de ser num filme (desde que não sejam meramente apelativas)...


Se as pessoas sentem-se incomodadas com cenas de estupro ou o sofrimento generalizado aos qual os personagens dos filme são submetidos é porque essa é justamente a sensação que deveria ser causada...Dá verosimilhança se tudo estiver muito bem contextualizado e, ao subir os créditos de encerramento surge aquela sensação de ter assistido a algo muito bem contruído e por decorrência vem a satisfação de ter acompanhado uma história tão interessante...


Por pricípio, eu sou contra esse tipo de corte pq acho q ele realmente tira uma intensidade do filme q deveria estar lá, caso não haja motivos óbvios para ela ser atenuada...Mas nesse caso a história se apóia completamente nos personagens e no relacionamento visceral que desenvolvem uns com os outros...


Sem dúvida acho que o filme será muito bom, o trailer me deixou com mais vontade de assistir ainda...Só acho uma pena q eu nunca poderei ver a versão dos cortes anteriores ao que será exibido nos cinemas...


bom é isso...
acho muito legal o modo sincero como descreve os fatos em seus posts...

até...

Carlos Quintino disse...

O blog é bem interessante!!
Parabéns por ele!!
Gostaria de te dizer também que no novo cd da banda Detonautas têm uma musica que é homônima ao nome do livro do Saramago.
Acho que talvez seja interessante para o filme. O link para escutar o cd e a musica é:
http://www.myspace.com/detonautas

Anônimo disse...

Tenho acompanhado o blog desde o começo, e estou cada vez mais ansiosa para assistir o filme!
Como eu já li o livro, e também já estou acostumada com o estilo de escrever do Saramago, não consigo ver dificuldade no fato dos personagens não terem nome. Quanto às cenas de estupro, eu assisti Irreversível, que é um filme maravilhoso, e passei mal tanto na cena do estupro quanto na cena do assassinato. Mas acho que um dos pontos do filme para ser tão maravilhoso é justamente o seu realismo. Eu, particularmente, acho que é impossível pensar em uma cena de estupro sem se sentir mal, seja assistindo um filme, lendo um livro, ou vendo uma notícia no jornal. A diferença é que, por auto-proteção, a gente não pensa com profundidade em assuntos desagradáveis, justamente para não se sentir mal. Mas eu diria para a Mulher Despenteada que, infelizmente, não existe estupro gentil, e que a ficção imita a realidade. E a idéia do Saramago, do meu ponto de vista, era justamente transmitir isso, pois o grupo de cegos no manicômio era uma pequena amostra da população. E em grupos de pessoas que são colocadas em uma situação extrema de sobrevivência, em situação de igualdade, acabam por se utilizar da força para ganhar vantagens, e nesse caso força é violência, e é violência sexual. Uma pena que as cenas tiveram que ser cortadas, apesar de eu ter certeza de que me sentiria mal assistindo, acho que eram importantes pela mensagem do Saramago. Espero que tenha dado tudo certo no Teste, e continuo aguardando o filme.
Parabéns pelo trabalho e por este blog, é muito educativo. Dá vontade de estudar cinema quando a gente lê os posts.
P.S.: "Mulher Despenteada" parece o nome de um personagem do Saramago. :P

Fabi M. disse...

Hilário, consegui imaginar perfeitament a cena da canandense mala recamando e vdc tendo que se concnetrar e ser educado. Pela primeira vez estou acompanhando o processo de produção de um filme " de perto", a sensação ao assistir certamente será diferente! Sucesso!

Micael disse...

Está faltando um post que divulgaram o site com o trailer!!!

www.blindness-themovie.com

E já tem no youtube também!

http://br.youtube.com/watch?v=r9S2KwhKGO8

Vanessa disse...

Acompanho o blog desde o início e não vejo a hora de assistir o filme. Morei em Toronto e adorei o livro "Ensaio sobre a cegueira" de Saramago, o que me motivou a me interessar tanto pelo filme. Quando descobri esse blog, fiquei mais ansiosa para a estréia do filme, pois os post dão uma real aula sobre a produção de um filme de um enfoque mais íntimo, mais pessoal, de uma pessoa que é totalmente parcial em relação ao filme, o que é muito bom, pois assim podemos ver quanto trabalho e precupação há em apenas 2 horas de divertimentimento pra gente. Quanto as cenas de violência sexual, já é esperado, pois afinal se trata de um livro de Saramago, que reatrata exatamente como seria a realidade, caso acontecesse o que o livro prevê, sem falar que muitas pessoas gostam de cenas mais fortes, enquantos outras odeiam, então acaba se tornando difícil decidir quem agradar. Bom, não vejo a hora de apreciar essa magnífica produção e desejo boa sorte nas edições finais do filme.

mariana bittencourt disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
mariana bittencourt disse...

Fernando, qual o email que posso entrar em contato com vc ou algum acessor pra conversar sobre uma possível participação em um evento?

Ah, adoro esse blog! Uma delícia acompanhar todo esse processo.

Obrigada, beijo.
Mariana.

marcos disse...

CARA! Parabéns. Obriugado por compartilhar isso tudo conosco. Adorei!

babyjune disse...
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junebug disse...

Sério, estou até agora rindo com a situação da senhora canadense!

Mas o melhor do blog é poder ver como realmente é o trabalho de um diretor e a busca em encontrar o seu filme.

Quanto as cenas de estupro é realmente difícil de opinar. O diretor tem o direito de mostrar o que ele quer e como ele quer, caso do Noé. Mas as vezes é difícil, principalmente para a platéia feminina, aguentar cenas tão perturbadoras de estupro ou outro tipo de violência barra pesada. A cena de Irreversível é nauseante. Talvez essa seja exatamente a intenção do diretor, mas não torna mais fácil para a platéia.

No meu caso, ou fecho os olhos (amarelando messsmo), ou saio do cinema pra tomar um ar, ou aguento firme e passo o resto do dia enjoada. rs Afinal, cada um com seus problemas.

Unknown disse...

Estou aguardando o filme ansiosamente....
Agora, quando você citou " Irreversível" lembrei de quando vi o filme e confesso que a cena de estupro me chocou tanto (e olha que sou cascuda pra cenas pesadas) que não consegui enxergar a mensagem do filme...pena....
Mas que Nossa-Senhora-dos-Tets-Screenings tenha abençoado o filme...pois a narrativa merece!
Até!

Unknown disse...

Estou aguardando o filme ansiosamente....
Agora, quando você citou " Irreversível" lembrei de quando vi o filme e confesso que a cena de estupro me chocou tanto (e olha que sou cascuda pra cenas pesadas) que não consegui enxergar a mensagem do filme...pena....
Mas que Nossa-Senhora-dos-Tets-Screenings tenha abençoado o filme...pois a narrativa merece!
Até!

Carlos Emerson Junior disse...

Meu caro Fernando, vá em frente! Acabei de assistir o "teaser" do filme e fiquei arrepiado só de pensar no que poderá vir por aí.
Sem querer me intrometer no seu processo de criação, lembro que o mercado americano é muito grande e muuuuito importante. E lembro mais, que este filme (posso estar enganado, claro), tem um víés dos grandes clássicos de ficção científica dos anos 60 (o que é um baita elogio, aliás, sou um fã do gênero):
Será que vamos ter mais um clássico e vindo de você, um conterrâneo ?
Felicidades. Estou, sinceramente, torcendo pelo seu sucesso.

Daniel Marvel disse...

Teriamos quem sabe depois de algum tempo um "corte do diretor"? Seria interessante.

Abraço.

Unknown disse...

Amém......pelo trailer já se nota que a fotografia do filme ficou otima...e com o perdão do trocadilho, poderei ver com "os olhos dos outros" essa romance. Boa sorte em tudo.

Camila disse...

Fernando, eu gosto muito do seu trabalho e fiquei extremamente orgulhosa e feliz ao saber que vc faria "Blindness". Amei o blog e acabei de ver o trailler no youtube. Estou ansiosa pra ver o filme, vc sabe quando chega na Alemanha? (Moro em Frankfurt)

DO disse...

Fiquei impressionado!!

http://www.ramsessecxxi.blogger.com.br/

Vampiro disse...

Aguardando ansiosamente pelo filme! Tudo bem que o filme teve 10 cortes e eu queria realmente ver aquelas duas horas e tantas do filme "cru", nós, como simples seres mortais nos contentamos com uma hora e meia de pura cegueira!
Good job!

Gláucio D'Almeida Lira disse...

Está podendo ler esse Blog é algo fascinante. Sou apaixonado por cinema, tenho como objetivo de carreira, sonho; Ser Cineasta, trabalhar com cinema.

E lendo esses detalhes da produção, elaboração... do filme, só me faz ter a certeza de que essa realmente é a minha vocação.

A opinião do público realmente importa, ninguém faz um filme pra ser jogado numa gaveta. Mas a nossa intuição deve ser mais importante. E a sua não preciso comentar. Boa sorte. Abraço.

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