quinta-feira, 6 de março de 2008

15: Sobre Fogo Amigo, Concessões e Montagem (de novo)


No final de novembro de 2007, com a quarta versão da montagem concluída, fui ingênuo ou arrogante a ponto de achar que o filme já estivesse quase pronto.

Certo disso, resolvi fazer uma sessão para amigos. Pensei que iria receber alguns aplausos, ouvir poucos toques, fazer os inevitáveis ajustes e acabar o processo. O Colégio Santa Cruz nos cedeu seu auditório, e eu nem fui conferir se o projetor estava calibrado corretamente para a cópia precária que tínhamos. Não estava, mas os detalhes técnicos não impediriam ninguém de apreciar o filme. Mas invés dos poucos toques que aguardava, o que recebi foi uma artilharia pesada à queima-roupa. “Fogo amigo”, como dizem em Brasília.

Não doeu tanto. Sabia que todos estavam apenas interessados em me ajudar a melhorar o filme. Amigos do peito – mesmo assim foi duro.
Após a projeção, os aplausos foram mais educados do que entusiasmados, e seguidos de uns cinco segundos de silêncio.

“Ferrou”, pensei. Para evitar o constrangimento geral, abri a fuzilaria com um tiro no próprio pé: “Não estou muito seguro em relação ao primeiro ato do filme. O que acham?”
“De fato está meio fraco”, um amigo emendou de bate pronto. Outras vozes se seguiram e por quase uma hora fui anotando a lista de problemas que me eram apresentados e que, pelo volume, me ocorreu organizar em ordem alfabética.

Um filme sobre cegueira onde o diretor não conseguiu enxergar o que só naquele momento se revelou. Irônico. Lembrei da expressão “gelatina inútil”, que é como Glocester se refere aos seus olhos em Rei Lear, por não ter enxergado que Edmundo, seu filho bastardo, o enganava. É também sobre este tipo de cegueira que fala esta história.

Não vou aborrecer-lhes (ou alertá-los?) sobre a lista de problemas encontrados no filme, porém o que mais me preocupou foi a dificuldade de alguns amigos em se relacionar com os personagens sem nome e história. Na literatura isso funcionou perfeitamente, mas no cinema percebi que não seria tão fácil.

Como uma espécie de instinto de sobrevivência, minimizei alguns comentários que pareceram ter mais relação com a história do Saramago do que com o filme. Ignorei outros tantos por serem subjetivos, questão de gosto pessoal. Mas fora esses, o resto do pacote não poderia ser ignorado e me preparei para começar uma quinta versão de montagem já no dia seguinte.

De 2h20, esta nova montagem foi para 2h12. Escaldados, só o Daniel e eu assistimos a nova versão, e depois de vê-la já partimos direto para o sexto corte, o qual seria mostrado para os distribuidores e investidores no início de 2008. Trabalhamos entre o Natal e o ano novo e despachamos os DVDs no dia 02 de janeiro.

Do Canadá, Japão e Brasil vieram boas notícias. Em NY, onde fui pessoalmente levar a cópia, deu trave. A eficiente turma da Miramax, distribuidora nos EUA, disse que gostou, mas fizeram muitas ressalvas, principalmente quanto à intensidade do filme.

Por contrato, o corte final é meu, mas os caras sabem o que dizem e aproveitei este expertise e a minha disposição para repensar mais uma vez a montagem. Achei que foram hipersensíveis em relação às cenas de violência sexual e não dei tanta importância aos comentários. Nenhum amigo no Brasil havia levantado este problema. Norte-americanos são mais moralistas, generalizei. Mas mesmo assim, como política de boa parceria, decidi diminuir um pouco a voltagem do filme. Um pouco.

Voltei para São Paulo no dia 14 de janeiro para atacar a sétima versão que deveria ser mostrada em Toronto, em um primeiro test screening. Diretores costumam odiar test screenings, mas eu gosto. Eles colocam de 300 a 500 pessoas num cinema, projetam o filme ainda não totalmente acabado, e na saída todo mundo preenche uma ficha de avaliação cujas duas perguntas mais importantes são:

1 – Você classificaria este filme como: excelente; muito bom; bom; regular ou pobre.
2 – Você recomendaria fortemente este filme para um amigo?; recomendaria o filme a um amigo?; recomendaria com ressalvas?; não recomendaria?

Fora isso, avalia-se a performance dos atores e o interesse despertado por cada personagem. Há perguntas sobre o andamento do filme – lento, correto ou rápido. Pede-se uma avaliação do interesse despertado pelo início e final do filme, e levantam-se os pontos positivos e negativos, informações que serão usadas para fazer o trailer e o cartaz.

Depois que todos entregam suas fichas, eles mantêm umas 25 pessoas na sala e tem início o chamado focus group, no qual se levantam questões específicas, incluindo perguntas que o diretor ou os produtores queiram fazer.

Pois bem, entre os dias 14 e 25 de janeiro, o Daniel e eu tivemos que montar a sétima versão tentando solucionar os problemas levantados em NY pela Miramax, fomos para BH por três dias remontar a trilha sonora e voltamos correndo para preparar todo o pacote para o temido test screening em Toronto. Fizemos em 11 dias o que levaria uns 25.

A turma da finalização começou a virar madrugadas para aprontar uma boa cópia. Dia 25 de janeiro, tirei literalmente a fita da máquina aos 45 minutos do segundo tempo e saí correndo para o aeroporto.
“Não vai dar tempo, você vai perder o vôo”, garantiu o motorista.
“Provavelmente, mas com o Nelson Jobim no Ministério da Defesa e os amigos do Lula na Infraero e na ANAC eu tenho chances”, respondi, “Vamos tentar”.
Batata! O vôo atrasou 50 minutos e eu embarquei.

Antes não tivesse embarcado
O test screening começou bem. A imagem e o som estavam excelentes. Havia 540 pessoas na sala e gente para o lado de fora. Até o meio do filme senti que a platéia estava comigo, então veio a primeira cena de estupro, quando umas 16 mulheres foram levantando e saindo. “Será que passamos do ponto?”, me perguntei. Veio então a segunda cena de estupro e mais 42 (!) mulheres deixaram o cinema. “Sim, passamos do ponto!”, respondi para mim mesmo. Eis que chega a cena onde a Mulher do Médico mata o Rei da Camarata 3, e nessa hora minha surpresa foi ainda maior: o cinema explodiu em aplausos e gritos de “well done” assim que a tesoura da Julianne Moore entrou na garganta do Gael.

Alguma coisa está errada quando uma platéia de civilizados canadenses comemora como adolescentes em cinema do interior uma dona de casa cortando a jugular de um ceguinho boa pinta. Capitão Nascimento revisitado. Como saio desta?

O resultado da pesquisa apenas confirmou o que eu já imaginava após a sessão. Os números não foram formidáveis. Entre as razões pelas quais mais pessoas não avaliaram o filme como excelente, os 5 primeiros itens
mencionados estavam relacionadas a intensidade:

1 – Cena de estupro muito forte. 2 – Cenas de estupros muito longas. 3 – Muitas cenas de estupro. 4 – Filme muito intenso. 5 – Filme difícil de assistir.

E pensar que eu estava com medo de ter feito um filme muito limpinho... Tive que dar o braço a torcer para o pessoal da Miramax, havia mesmo passado do ponto.

Para completar a noite desastrosa no focus group, uma mulher, que havia avaliado o filme como “pobre”, fazia questão de participar ativamente do debate levantando todo tipo de problema que passava pela sua cabeça perversa e despenteada. Se o braço da minha poltrona fosse removível provavelmente teria tentado acertar aquele cucuruto grisalho de onde saía sua voz irritante:
“The sexual violence is totally gratuitous in the film”, dizia.
“Fecha essa matraca e vá pentear esse cabelo minha senhora!”, eu replicava mentalmente. “E aproveita e bota uma tintura também!”

...

Perdão. Me deixei levar pela emoção.

...

Na manhã seguinte, após uma ótima reunião com os produtores e distribuidores, saí convencido que deveria dar mais alguns passos atrás na intensidade. Estaria me vendendo ao mercado? “Talvez sim”, sugeriu minha mulher. “Obviamente que sim”, afirmou minha filha. Mas é claro que eu neguei.

Lembrei de um excelente filme que muita gente nem percebeu que era tão bom por causa de duas cenas excessivamente violentas: Irreversível, do franco-argentino Gaspar Noé. Por acaso eu estava na premiére deste filme em Cannes e lembro que parte da platéia saiu no meio da sessão berrando impropérios contra o diretor. O Gaspar Noé se divertia com isso, mas, no meu caso, realmente gostaria que o os espectadores conseguissem recuperar algum humor ou boa vontade depois das cenas mais pesadas para chegar até o final da história. A última cena está bacana, vale ser vista.

Mais uma vez frustrada minha expectativa de fechar o filme, me vi novamente na sala de montagem rumo à oitava versão. Desta vez não só aliviaria a barra pesada, mas também tentaria uma idéia meio radical que me ocorreu no vôo de volta: desestruturar completamente a narrativa, até então linear, e com isso poder cortar mais uns 15 minutos do início do filme. Este trabalho tomou mais uma semana, e ao invés de um oitavo corte acabamos montando também um nono e um décimo, que levei à NY para decidirmos qual versão mostraremos no segundo test screening, que desta vez acontecerá nos EUA.

Hoje é dia 25 de fevereiro. Embarco amanhã para NY, mais uma vez para mostrar a versão escolhida. De tanto rever estas cenas minha paciência está se acabando. Imagine o que é ficar assistindo ao mesmo filme diariamente por cinco meses. Cenas ou falas que eu gostava anteriormente agora me parecem ruins ou desnecessárias para a trama, então eu vou cortando fora. Estamos agora com uma hora e cinqüenta e nove minutos de filme. Isso parece um processo de destilação ou de redução de um caldo. Tende a sobrar apenas o que interessa, o que tem sabor, quero crer.

Este décimo corte será mostrado para uma platéia norte-americana na quinta-feira, dia 28 de fevereiro. Se tudo correr bem, dia três de março começa a pré-mixagem e estarei livre do filme por duas semanas. Pretendo sumir nestes dias para conseguir reaver um certo frescor antes de começar a mixagem final. Se houver notícias neste ínterim , ou novas versões a caminho, escrevo mais um texto curtinho.

Mas que a Nossa-Senhora-dos-Test-Screenings seja misericordiosa comigo desta vez.

Amém.

651 comentários:

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Anne disse...

Obrigada, Fernando Meirelles.
Foi uma experiencia sem igual.

Plenno disse...

Acabei de sair da sala de projeção
deve ter tido muito corte, porque nao achei tõ violento assim...

Parabens

Plenno disse...

ahhhh achei o maximo a cena do menino voltando do almoço e esbarra na mesa
a mesa tmb nao estava lá pro telespectador e PUM a mesa aparece ...
Genial

Michel disse...

Vi uma matéria no Jornal de que Meirelles não iria ler as críticas do filme. É uma pena, diversos elementos positivos poderiam ser extraídos das mensagens de crítica.

Meirelles ouviu todos os produtores e fez dezenas de concessões. Engraçado que agora não queira ouvir a platéia de seu filme. O pior cego é aquele que não quer ver.

Tanto é que o roteiro e edição do filme tomou esse rumo superficial e pobre. Essa tentativa de fazer o filme pegar uma censura baixa tornou tudo muito clean e artificial. O que se vê é um subaproveitamento dos atores e nenhuma tirada memorável.

Nunca O ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA poderia ser um filme tão asséptico e inodoro. Todo o processo de desumanização apresentado cuidadosamente no livro foi abandonado no filme. E tudo foi convertido numa redenção frágil e pobre no último ato do filme.

Seria prudente se tivéssemos um DIRECTOR'S CUT.

Isaque Ribeiro disse...

Fernando.
Acabei de ver seu filme.
Achei a superação de todos os seus trabalhos.
Forte até doer.

Queria que soubesse disso.
Ele chegou até aqui, em mim.
Obrigado.

Unknown disse...

Fernando, OBRIGADO por esse blog. Também sou grato pelos seus filmes, TODOS geniais! Abraço

Alan disse...

o filme promete !!!! http://divulgue1.blogspot.com/

Cecilia Barroso disse...

Volto aqui depois da estréia para dizer que o filme é fantástico.
Você conseguiu transmitir exatamente todos os sentimentos do livro.
Quantos às mutilações, de repente elas foram necessárias. Só lendo já me deu vontade de vomitar, imagina vendo as cenas.
Parabéns pelo resultado final!

Geração 2000 disse...

Bem...assisti ao filme ontem 9domingo) Sessão das 20:50 no Cinemark. E confesso que até o presente momento - 09:42 (segunda-feira) não parei sequer de pensar no longa. De fato muito intenso e muito original! Comentei com meu namorado ao final do filme. Este vai se tornar o filme concorrente do "Terminal" nas aulas de Sociologia, Filosofia nas grandes faculdades do Brasil. Acho que todos que se graduaram nas áreas humanas compreendem que digo agora! A concorrência se justificará não pela história semelhante, mas pela importância atribuída a uma reflexão da nossa sociedade.Intensidade: essa é a palavra que marca "Ensaio sobre a cegueira". Confesso que tive sensações de estar dentro do filme, sofri com os personagens ao ponto de sonhar por toda esta noite com imagens que dariam continuidade a história, ou que seriam algo complementar. Fernando, muito bom e intenso! Parabéns pelo grande trabalho! Amo as leituras de Saramago e até agora não entendi como ainda não tinha tido contato com esta, que sem dúvida será a próxima! sem dúvida alguma, o filme mais marcante para mim em 2008! Sucesso! E acompanhantes do logg, não o deixem de assitir! Estou aqui movida pela incessante curiosidade de saber ainda mais sobre o longa! Quero ouvir críticas, opiniões e buscar outros que sentiram aquilo que senti! Marcante!

Unknown disse...

Meirelles,

Assisti ao filme ontem. Fascinante! É um daqueles filmes que, vc deve bem saber, nos acompanham na hora de dormir, no café da manhã do dia seguinte, no almoço... e continua preenchendo a mente por horas e horas. As possibilidades da trama exploradas ao longo da história são perturbadoras. Aliás, o filme é perturbador, mas na medida certa (se é que existe alguma medida para esse tipo de coisa).
O que me chamou mto a atenção tb foi a direção de fotografia (área a que me dedico, mas não ainda em vídeo), que casa perfeitamente com a proposta do roteiro.
Meus parabéns!

Vitor Schietti
www.vitorschietti.com

Unknown disse...

Meirelles,

Assisti ao filme ontem. Fascinante! É um daqueles filmes que, vc deve bem saber, nos acompanham na hora de dormir, no café da manhã do dia seguinte, no almoço... e continua preenchendo a mente por horas e horas. As possibilidades da trama exploradas ao longo da história são perturbadoras. Aliás, o filme é perturbador, mas na medida certa (se é que existe alguma medida para esse tipo de coisa).
O que me chamou mto a atenção tb foi a direção de fotografia (área a que me dedico, mas não ainda em vídeo), que casa perfeitamente com a proposta do roteiro.
Meus parabéns!

Vitor Schietti
www.vitorschietti.com

Unknown disse...

Meirelles,

Assisti ao filme ontem. Fascinante! É um daqueles filmes que, vc deve bem saber, nos acompanham na hora de dormir, no café da manhã do dia seguinte, no almoço... e continua preenchendo a mente por horas e horas. As possibilidades da trama exploradas ao longo da história são perturbadoras. Aliás, o filme é perturbador, mas na medida certa (se é que existe alguma medida para esse tipo de coisa).
O que me chamou mto a atenção tb foi a direção de fotografia (área a que me dedico, mas não ainda em vídeo), que casa perfeitamente com a proposta do roteiro. Aliás, o comentário de macielbr falou tudo.
Meus parabéns!

Vitor Schietti
www.vitorschietti.com

Unknown disse...

Meirelles,

Assisti ao filme ontem. Fascinante! É um daqueles filmes que, vc deve bem saber, nos acompanham na hora de dormir, no café da manhã do dia seguinte, no almoço... e continua preenchendo a mente por horas e horas. As possibilidades da trama exploradas ao longo da história são perturbadoras. Aliás, o filme é perturbador, mas na medida certa (se é que existe alguma medida para esse tipo de coisa).
O que me chamou mto a atenção tb foi a direção de fotografia (área a que me dedico, mas não ainda em vídeo), que casa perfeitamente com a proposta do roteiro e é simplesmente genial.
Meus parabéns!

Vitor Schietti
www.vitorschietti.com

Unknown disse...

Meirelles,

Assisti ao filme ontem. Fascinante! É um daqueles filmes que, vc deve bem saber, nos acompanham na hora de dormir, no café da manhã do dia seguinte, no almoço... e continua preenchendo a mente por horas e horas. As possibilidades da trama exploradas ao longo da história são perturbadoras. Aliás, o filme é perturbador, mas na medida certa (se é que existe alguma medida para esse tipo de coisa).
O que me chamou mto a atenção tb foi a direção de fotografia (área a que me dedico, mas não ainda em vídeo), que casa perfeitamente com a proposta do roteiro e é simplesmente genial.
Meus parabéns!

Vitor Schietti
www.vitorschietti.com

Unknown disse...

Meirelles,

Assisti ao filme ontem. Fascinante! É um daqueles filmes que, vc deve bem saber, nos acompanham na hora de dormir, no café da manhã do dia seguinte, no almoço... e continua preenchendo a mente por horas e horas. As possibilidades da trama exploradas ao longo da história são perturbadoras. Aliás, o filme é perturbador, mas na medida certa (se é que existe alguma medida para esse tipo de coisa).
O que me chamou mto a atenção tb foi a direção de fotografia (área a que me dedico, mas não ainda em vídeo), que casa perfeitamente com a proposta do roteiro e é simplesmente genial.
Meus parabéns!

Vitor Schietti

Unknown disse...

Fernando, vc é o cara. O melhor cineasta do momento no Brasil.
Vi o Blindness ontem, é duca. Confesso que nao li o livro todo, Saramago nao é uma leitura tao fácil assim, e até onde li, as imagens do filme foram as mesmas que imaginei, principalmente a primeira!

Adonamanda disse...

Uh lalá, queria comentar, mas prefiro ler o livro primeiro. Só uma coisa: a cena em que o médico transa com a mulher sem óculos foi pior pra mim do que a dos estupros.

Adonamanda disse...

Uh lalá, queria comentar, mas prefiro ler o livro primeiro. Só uma coisa: a cena em que o médico transa com a mulher sem óculos foi pior pra mim do que a dos estupros.

sossas disse...

É....o filme é bom
Mas para uma amante e re-leitora do livro algumas partes deixam a desejar...
Mas de qq forma, parabens pelo trabalho!

brunoimbrizi disse...

Sei que meu comentario vai ficar diluido aqui no meio de tantos, mas faco questao de deixar um.

Fiquei muito feliz por encontrar seu blog e nao consegui parar de ler ate esgotar todos os posts. Muito bom.

Nao sou estudante de cinema, nem ator, ou aficcionado. Sou um brasileiro que saiu do pais e aqui de fora comecou a procurar o que o Brasil tem de bom. O alto nivel do seu trabalho e o seu blog em portugues(!) sao uma otima inspiracao. Parabens.

(desculpe a falta de acentos no texto)

Carla Bitelli disse...

Caro Fernando Meirelles e toda a produção, parabéns pelo trabalho MARAVILHOSO. Assisti ao filme no último sábado (sou do site www.homemnerd.com, mas não pude assistir à sessão para imprensa), depois de ler o livro. Achei o filme SENSACIONAL.

Não é um livro fácil de transpor para as telas. As cenas de violência e mesmo de degradação dos personagens foram, na minha opinião, (felizmente)"suavizadas" por uma edição de som e imagem e direção geniais. Citou-se o filme "Irreversível"; assisti-o apenas uma vez, e não pretendo nunca mais vê-lo (ele é real demais). Tecnicamente o filme é ótimo, sem sombra de dúvida.

Muito legal é que partes que não me chocaram muito no livro, especialmente a limpeza da mulher após o estupro, me tocaram profundamente no fime.

A resenha do filme no meu site está neste link: http://www.homemnerd.com/resenha.php?id=5611

Abraços e muito sucesso com o filme!

Cebola disse...

Caro Fernando, nos conhecemos de passagem em um daqueles festivais da Fotoptica há décadas, quando vc veio me cumprimentar pelo "Pra que o título". Anos depois, como ator, filmei uns comerciais do Bradesco com o Morelli (coitado, como sofreu). Cara, fui assitir teu filme sabendo que poderia amá-lo ou odiá-lo, mas fiquei no meio... Não sei porque, esperava uma experiência absurda, mas acho que os cortes podem tê-lo deixado morno... Gostaria muito de ver uma "versão do diretor" em um DVD depois... Confesso que cheguei a gostar até do Código da VInci numa dessas... Uma coisa que talvez pudesse ter deixado a performance dos atores ainda melhor seria o uso de infra-vermelho... (lembra da Jodie Foster em Silêncio dos Inocentes?) De resto, a tão falada fotografia branca não me incomoda, mas as partes escuras sim (em alguns momentos o som foi perfeito nessas horas, mas em outras não)... A cena do menino que esbarra em uma mesa que sai do nada me marcou muito. Quando era adolescente, meu pai ficou cego e minha mãe vivia mudando as coisas de lugar (uma metáfora excelente de qualquer casamento)

Iva Oliveira disse...

Vi o filme no fim de semana e ameeeeeeei. Eu, que sempre fui e serei fã do Saramago, agora sou mais sua fã tb. Já tinha gostado de Cidade de Deus, mas ficava imaginando como vc conseguiria colocar um texto tão profundo na tela. Conseguiu!!!

Bjs,

Iva Oliveira.

Dante disse...

Parabéns, pelo blog.

Unknown disse...

Fernando, achei a direção excepcional, assim como as atuações, perfeitas. Mas a edição ficou meio "cinza", entendo as necessidades de mercado mas acho que o filme perdeu com a redução da intensidade. Por favor, insira uma versão do Diretor no DVD.

Fernanda disse...

Só pra deixar registrado que é, sem dúvida, um dos melhores filmes que eu já vi na minha vida.
Pode não fazer diferença pra você, mas parabéns. Parabéns mesmo.
Você e Charlone me orgulham de ser brasileira.

Marcelão disse...

Filme ficou impressionante, muito bom. Vi ontem. Consegui achar melhor que o livro, ultima vez que isso acontecer foi com o Clube da Luta. Se superou mais uma vez cara.

marimagno disse...

Fernando,
poxa. meus parabéns!

fazia tempo que eu não saia do cinema tão satisfeita.

muito obrigada pelo privilégio que vc me deu de assistir um filme tão completo.

Que Deus continue te abençoando pra que vc continue iluminando nossas mentes.

Unknown disse...

A fotografia realmente é muito boa...
Mas como até Fernando diz, esta muito limpo. O filme não passa nem 10% da essencial do livro, dos aspectos de desumanização, podridão do livro. Talvez pelo tempo, provavelmente limitado por distribuidoras, não há como passar este sentimento. Todos os momentos marcantes do livrp passam muito rápido, sem que as sensações tenho tempo de acontecer, como de indignação das ações do grupo da Camarata 3. Não é um filme ruim, pelo contrário, é espetacular em muitos apectos, talvez só um filme com 3 horas de duração poderia retratar um filme tão intenso. Mas infelizmente, um dos melhores livros que já li, se tornou um filme bom.
De qualquer, excelente trabalho e gostaria muito que em um futuro DVD houvesse uma versão sem tantos cortes.
Obrigado pelo excelente trabalho.
Abraços.

Patrício disse...

Prezado Sr. Meirelles,

Meus maiores parabéns e meu muito obrigado pela maravilhosa obra cinematográfica orquestrada pelo Sr.

Li o livro e estava - confesso - preocupado com o resultado do filme. As adaptações, em geral, são muito aquém do desejável.

Entretanto, o filme me surpreendeu por ser fidedigno. Em diversas cenas tive aquela sensação de déjà vu, acredite.

Estou orgulhoso como brasileiro e como luso-descendente (português também) pelo resultado.

Reitero meu agradecimento,

Abraços,

Jaime Magalhães Machado Jr.

Patrício disse...

Prezado Sr. Meirelles,

Meus maiores parabéns e meu muito obrigado pela maravilhosa obra cinematográfica orquestrada pelo Sr.

Li o livro e estava - confesso - preocupado com o resultado do filme. As adaptações, em geral, são muito aquém do desejável.

Entretanto, o filme me surpreendeu por ser fidedigno. Em diversas cenas tive aquela sensação de déjà vu, acredite.

Estou orgulhoso como brasileiro e como luso-descendente (português também) pelo resultado.

Reitero meu agradecimento,

Abraços,

Jaime Magalhães Machado Jr.

Patrício disse...

Prezado Sr. Meirelles,

Meus maiores parabéns e meu muito obrigado pela maravilhosa obra cinematográfica orquestrada pelo Sr.

Li o livro e estava - confesso - preocupado com o resultado do filme. As adaptações, em geral, são muito aquém do desejável.

Entretanto, o filme me surpreendeu por ser fidedigno. Em diversas cenas tive aquela sensação de déjà vu, acredite.

Estou orgulhoso como brasileiro e como luso-descendente (português também) pelo resultado.

Reitero meu agradecimento,

Abraços,

Jaime Magalhães Machado Jr.

Adonamanda disse...

Muito bom!
quero mto ler o livro
para ter tempo de sentir e entender tudo que o filme passou.

Parabéns

Zé Carlos disse...

Caro Fernando Meirelles,

Acompanhei este blog desde o primeiro post, fazendo contagem regressiva para finalmente assistir ao resultado do trabalho, o qual fiz ontem. Como leitor e fã do livro, a expectativa era grande e lhe digo que me encantei com o preciosismo e acabamento da sua criação. Entretanto, o que mais me chamou em especial foi a escolha da música "Sambolero" para ser o ponto central da cena do radinho de pilha do Danny Glover. A universalidade e sensibilidade da música de Luiz Bonfá se encaixou perfeitamente no contexto dessa passagem. Curioso como até agora não encontrei nenhuma resenha ou crítica que comenta essa referência tão criativa que proposta por você no filme. Portanto, aí vai um comentário meu a respeito, em meu blog.
Parabéns e continue a fazer muitas dessas belezas para nossos olhos. Abraços!

Unknown disse...

Fernando, vc é incrível!!!
Li o livro há muitos anos atrás e ontem fui assitir o filme.
Adoreeeeeeeei!!!
Parabéns!!!
Juliana S.

Nessundorma disse...

Quando assistimos a filmes cada um de nós tem suas próprias impressões e é muito importante usá-las para entender as histórias que nos são contadas. A critica especializada não foi muito simpática a “Ensaio sobre a cegueira”. Talvez porque críticos se atentem a detalhes que nós expectadores não prestamos atenção ou então porque nós expectadores queremos é nos divertir e tirar alguma lição do filme independente dos seus aspectos técnicos.
Foi assim comigo quando vi “Ensaio sobre a cegueira” porque aguardava muito vê-lo depois de ter lido o livro de Saramago.A saber: “Ensaio sobre a cegueira” narra uma epidemia de cegueira que se espalha por uma cidade.Porém os cegos ao invés de “enxergar” tudo preto são acometidos de uma “visão” leitosa, fica tudo branco, como se estivessem nadando no leite.Por ser contagiosa, os cegos são confinados numa espécie de manicômio.E é em uma dessas alas que estão os personagens principais do livro, e do filme: a rapariga dos óculos escuros, o menininho sem a mãe, o ladrão, o velho da venda preta, o primeiro cego e a mulher do primeiro cego, o médico e a mulher do médico.Os personagens não tem nomes porque podem ser qualquer um de nós.A mulher do médico é a única que enxerga, mas não pode revelar, talvez porque seja boa demais, talvez porque tenha muito medo.Ela pra mim é a personagem em alguns momentos mais enigmática e ao mesmo tempo a mais clara.Ela é de uma dedicação e entrega as pessoas cegas e ao seu marido que para uns pode provocar comoção e para outros pode causar raiva.E essa variação é maravilhosa, muito bem representada pela Julianne Moore.
O filme e o livro narram a degradação das pessoas dentro desse manicômio e depois por toda a cidade. Sem a visão os seres humanos tornam-se realmente quem eles são, a partir do momento em que não podem julgar a partir do que vêem.
Ver São Paulo como foi retratado no filme dá um frio na barriga porque parece ser uma espécie de profecia do que não em muitos anos pode acontecer não só a essa cidade, mas para todas as cidades do planeta.A São Paulo toda degradada, cheia de lixo, de pessoas vagando, de cães sarnentos e famintos não é muito diferente daquela habitada pelos mendigos debaixo dos viadutos, seja os daqui, ou os que vivem em Paris, Nova Iorque ou qualquer lugar do mundo.É preciso enxergar que a humanidade caminha para o caos uma vez que não existem mais regras nem moral.
As imagens desfocadas, escuras ou claras demais e o clima pesado nos causam um desconforto num primeiro momento e é tudo proposital para que isso nos estimule a pensar, a nos tirar da “zona de conforto”, porque não enxergamos o que existe, mas apenas o que desejamos ver.

Victor Costa Lopes disse...

Fernando, vi o filme (duas vezes) e achei sensacional. Queria contar um fato que aconteceu no cinema na segunda vez que vi.

Fui com os amigos ao cinema e lá decidimos ver Ensaio sobre a cegueira. Vibrei, porque já tinha gostado do filme e queria revê-lo. Um dos meus amigos se recusou a comprar o ingresso (eu não saí de casa para assistir a Ensaio sobre a cegueira) e comprou de outro filme. Felizmente o convencemos a entrar na sala junto conosco depois de uns momentos.

A sessão correu tranqüila até o ponto em que a personagem da Julianne Moore pega a tesoura e vai em direção à camarata 3. Quando ela entra e vê toda a cena de estupro ao seu redor, percebo que há alguma coisa errada na sala de cinema. TODOS estavam se levantando e se dirigindo até às portas. Naquela hora pensei que pudesse estar acontecendo algo parecido com o que aconteceu em Toronto (sim, acompanho seu blog). "Será que o pessoal achou o filme tão forte assim?", foi meu pensamento. Mas vi que não podia ser esse o motivo. As pessoas estavam com a cara meio tensa. Pensei um pouco melhor na situação e, como vivemos no Brasil (e o shopping que eu estava tinha histórico sobre o assunto), a realidade me veio: estava havendo um arrastão dentro do cinema.

Todos puseram-se a correr, casais, famílias. Uma das amigas que estavam comigo correu sem nem falar conosco, chorando. As luzes se acenderam em poucos instantes e quando muita gente já tinha saído shopping afora, os seguranças entraram e identificaram o problema: briga de casais. Parece que um dos homens estava falando ao celular na hora do filme e o outro pediu para calar a boca. A briga surgiu daí e quando alguém gritou pra chamarem os seguranças, as pessoas pareceram interpretar errado e correrem. A maior parte dos que saíram provavelmente não sabiam porque corriam (eu mesmo teria corrido sem saber porque, mas estava com meus amigos e eles ficaram lá dentro). Os dois casais foram levados para fora do cinema sob vaias e apalusos pelos seguranças. A dúvida entre eu e meus amigos: ficamos ou não ficamos para terminar de ver o filme? Será que foi só uma briga mesmo? E foi aí que meu amigo, aquele que NÃO queria comprar para ver Ensaio sobre a cegueira, disse: "Eu saio agora é porra, o filme tá irado demais".

E pelo visto, essa foi a reação da maioria das pessoas. Apesar da confusão e do susto todo que houve, a maioria ainda permaneceu na sala para ver o final do filme. Pode parecer uma coisa simples, mas se alguém já passou por uma confusão como essa sabe que na hora você pensa que o mundo vai desabar. Arrastão (ou hipótese de um) é coisa séria!

Fiquei feliz por ver que tanta gente permaneceu e viu o filme. Fiquei feliz por ver que meus amigos todos gostaram do filme (eu não esperava isso, já que não é bem convencional e nenhum deles é cinéfilo). Tinha gente dizendo que era "excepcional"!

E enquanto víamos o final do filme (eu pela segunda vez), não sabíamos que o resto do shopping estava quase que desmoronando ao nosso redor. Imagine o que é quase duzentas pessoas saindo de uma sala de cinema pensando que estava havendo um arrastão lá dentro e imagine essas mesmas quase duzentas pessoas alcançando a bilheteria do maior shopping de Fortaleza em pleno domingo à noite espalhando essa notícia. Todos começaram a correr, a multidão entrou em pânico, as lojas fecharam. Na correria quebravam mesas, cadeiras, foi um rebuliço só. O shopping entrou em pânico. Por uma briga de casais.

Algumas pessoas acreditam que houve, de fato, arrastão em outro local do shopping nessa mesma hora, porque "não é possível que a confusão toda fosse só por causa de uma briga de casais". Eu não acho que houve essa coincidência toda, mas o fato é que: mesmo que tenha havido um assalto, a briga de casais no cinema teria sido suficiente para causar um tumulto gigantesco daqueles, mesmo sem assaltos. Não sei porque mas pensei no seu filme, àquilo que eu acabara de assistir. Ao caos que uma sociedade pode chegar apenas por uma pequena estremecida e a reflexão se esse caos foi mesmo por conta da estremecida ou se já estava dentro das pessoas.

Coincidentemente, tinha que entregar um trabalho de sociologia sobre violência urbana. Nem preciso dizer que esse fato, assim como o seu filme, fizeram presentes nele.

Contei tudo isso apenas pra que, caso você ou alguém da produção leia isso, saibam que esse filme é mais realidade do que muitos imaginam. Mas também, para parabenizar, porque assim como meus amigos, eu achei o filme excepcional. E olha que as minhas expectativas já estavam altas.

Parabéns! ;D

Unknown disse...

Seu filme está terrivelmente maravilhoso, PARABÉNS!
Estou torcenbdo muito por você.
Achei que seria improvável transpor para a tela toda a emoção do livro, mas você conseguiu.
Assisti ontem, 17/Set/08, São Paulo, 21:30, Shopping Bourbon.

Evaristo Souza

ju k disse...

se algum dia vc voltar aqui, e algum dia ler esses trocentos comentários, e te sobrar uma fresta entreaberta no tempo, dá um pulo no meu blog e lê meu post chamado Carta para Fernando Meirelles, de 14 de setembro de 2008. obrigada mesmo por tudo q vi.
http://desemburrecendo.blogspot.com

Unknown disse...

FERNANDO.. O FILME NAO TERA ESTREIA NA CIDADE DO NATAL???? ESTAMOS NA ESPERA E NADA.... COMO FAZEMOS???

ABRAÇOS

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Fernando... adorei a iniciativa de falares tão francamente sobre tuas dúvidas como diretor do filme. Confesso que ainda não assisti o filme e confesso que foi por medo... principalmente de descaracterizar uma obra tão cara para mim... Como estudante de comunicação sei e não julgo que um filme é o resultado de opções, da visão do diretor, da montagem, sobre algo, o filme não não é ser literal, é uma parte.. e era esse o meu medo.. li em comentarios anteriores que o filme não precisava ser um "soco no estomago". DISCORDO! Ensaio sobre a Segueira de Saramago é um soco no estomago do início ao fim do livro.. o filme, não poderia ser diferente. E precisamos disso.. algo que nos faça pensar, que reveja nossos conceitos, que faça nos sentir desconfortaveis com o nosso proprio conforto... verei, nesse final de semana TEU filme.Meu livro amado, em nova linguagem sobre um novo olhar. Pelo que li na web não perdeste a alma. Isso me basta.

Isaque Ribeiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Isaque Ribeiro disse...

Então foi assim:
Depois de assistir esse filme que me deixou encucado até hoje, vim aqui na esperança de ler mais algumas coisas e tal.
Para minha surpresa o que eu encontrei foi um diário de bordo sensacional.
Para os que trabalham com essas coisas de interpretar e filmar um prato cheio.
Simplesmente não deu para parar de ler, inclusive eu comecei a escrever.
Aonde estão as outras postagens?
E o retorno de tudo, distribuição, Cannes.
A curiosidade matou o gato e me deixou aqui entrando no blog.

murillo mendes disse...

O filme é d+... Sem exagero, sem "puxa-saquismo" por ser brasileiro, mas... Após ver os filmes medíocres que receberam o Oscar por melhor filme... Blindness merece o Oscar por ser muito mais do que esses, é inteligente, é intenso, é bonito e triste em certos momentos, é feio em outros, é engraçado, Juliane Moore é uma super atriz com uma atuação impressionante, Mark Ruffalo e Gael gracia são demais também. Ao contrário do que li no blog, as cenas fortes de violência mostram a que ponto nós chegamos, verdadeiramente, quando estamos no limite, as pessoas que não aguentam ver são falsos moralistas e hipócritas que não querem ver a realidade do ser humano e do mundo! MEIRELLES, se não ganhar um OSCAR por esse filme desisto definitivamente de acreditar na "ACADEMIA".

Simone Petry disse...

falo o que achou da repercussão na estréia aqui no Brasil.
Aliás... te achei genial na direção desse filme Fernando...parabéns e obrigada

Simone Petry disse...

Fernando o filme é genial. Fico orgulhosa de ser brasileira nesses momentos. Diz aí o que achou da repercussão da estréia brasileira.

super abraço

Afonso disse...

Ensaio sobre a cegueira

Uma metáfora para nos despertar!
Sim! Ao fazer uma cidade cega,
quer nos fazer enxergar
o tanto que à vida se nega!

Juntou a força de todas as cores,
na cegueira branca.
Mostrando todos nossos desamores,
de maneira franca!

Aí, como dói a claridade.
Os que não mais vêem,
a desumanidade,
expõem!

Em tela, a nossa imagem!
Que ser egoísta.
É preciso tirar a roupagem
do quanto nos falta a vista!

Solidariedade?
Resta a guerra,
o caos na cidade!
Cego, o humano erra.

A luz branca,
a cegueira desbanca!
O mago quer nos sarar.
Viva Saramago!

Isa Lorena disse...

Muito bom descobrir agora que existe um blog escrito por vc. Mais gostoso ainda ler de cabo a rabo e adorá-lo. Quanto ao filme, não vi ainda, mas devorei o livro aos 16 anos e repeti a dose um tempo depois. fantástico o Saramago sempre.
À essa altura - setembro de 2008 - após a estréia oficial do filme e com a ótima repercussão que está tendo, certamente suas idéias mudaram (?) e seus medos diminuiram (???). enfim. E quanto as cenas de estupro, acredito que o puritanismo é uma irreversibilidade humana. Tem gente que vê senas fortes de sexo, como um estupro - e o desejo extraído dalí é tão grande quanto a culpa por senti-lo. bem... eu acredito.
É isso aí.
Boa sorte e traga mais para nós.

Unknown disse...

Meirelles, seu filme é GENIAL

não se preocupe com as críticas negativas, sofrem todos de cegueira branca e não conseguem captar a mensagem de Saramago.

um Grande Abraço e Sucesso!

ROBNEY BRUNO disse...

A VISÃO DA CEGUEIRA
por Robney Bruno

www.euquerofazerlonga.blogspot.com

Unknown disse...

Vi o filme, ontem! fui sozinha. Há um tempo tinha lido o livo, no qual se baseou o roteiro; gosto muito do livro e de Saramago.
Quando assisti ao filme, foi muita emoção. Gostei muito do trabalho e incrivelmente, chorei praticamente o filme inteiro, desde o começo; das primeiras cenas. foi emoção. Cada escolha feita na montagem do filme, o conjunto, propiciou-me um grande prazer e satisfação. Uma grande leitura e espaço de discução do humano também.
Não faço a mínima idéia de como teria sido a minha reação ao ver uma edição anterior do filme, mas tenho certeza de que esta que eu vi ontem me é muito cara!
em nenhum momento deu vontade de me levantar da poltrona, nem ao final do filme. A vontade era de ficar, e assistir novamente.
Só meus parabéns e agradecimentos

(...) disse...

Mais uma vez você nos presenteia com uma bela obra de arte. Foi a união de um dos melhores autores da literatura com o melhor diretor que temos. Depois deste filme, mais do que nunca, virei seu fã!

ally_c disse...

Oi Meirelles!
Curso cinema na UFSC e temos uma revista eletrônica chamada "Punctum". Mandei um texto pra edição desse mês, mas óbvio que postei no blog antes.
Vi o filme hoje e escrevi um ensaio pro meu blog. Rolou um "punctum" em mim pra escrever logo que assisti.
Se tiver a fim...tá lá! =) hehe
Achei o filme excelente. Parabéns!
Ally

Beatriz Helena. disse...

Meu caro cineasta, ainda não li uma linha deste blog. Procurei-o e me sirvo dele agora unicamente para dizer: Meus parabéns pelo filme!! Ficou lindo e faz justiça à brilhante obra escrita por Saramago. Sou graduanda de Letras, e meu autor central é o Saramago.
O livro já havia dexado uma marca incapaz de ser apagada. Agora, tenho outra para equilibrar.

Anônimo disse...

Dio mio. Meirelles, meus parab'ens! eu li o livro e assisti o filme, foi a sensa'cao mais incr'ivel que eu j'a tive na vida. Quando o filme terminou minhas maos tremiam, eu estava completamente arrepiada e meus olhos, cheios de l'agrimas! O livro 'e forte, 'e maravilhoso e foi a melhor adapta'cao para o cinema que eu j'a vi!

'E estranho poder falar diretamente com algu'em que voce admira, mas o teu filme foi realmente genial! Se quem nao leu o livro, amou, quem leu o livro, como eu, ficou impressionado a cada cena! Os atores, Muito bons! Moore deu um show, alice braga tamb'em, realmente maravilhoso!

Tenho muita vontade de trabalhar na 'area de cinema, e, hoje, o teu trabalho 'e a melhor referencia que eu tenho! realmente incr'ivel!

e tem que colocar as cenas pesadas meeeesmo!

Meus sinceros Parab'ens, e desculpa ae pela falta de acento.
hehe!

ricardo cutz disse...

Fala Fernando.
Vc não deve vir aqui há algum tempo, ou recebe estes coments em sua caixa de email.

Bem estou escrevendo para dizer parabéns pela sensibilidade em não fazer esse um filme de guerra, nem de zumbi. Seria fácil... pesar a mão no suspense, transformar a cegueira em uma porção de situações limites... com aquele ar de thriller americano.

Bem gostaria também de parabenizar o Armandinho e o time dele. Fiquei muito feliz em ouvir um som de tamanha qualidade, técnica e estética, feitos aqui!

saudações.

Fábio disse...

Gostei muito do filme

Fábio disse...

Gostei muito do filme, só lamento não ter nenhuma música da cantora Kátia na trilha sonora.

Moi disse...

Eu assisti ao filme e gostei um pouco, mas teria gostado mais ainda se não tivesse as cenas de estupro, que são totalmente nada a ver. A animalidade das personagens já estava bem caracterizada, não precisava ser uma coisa tão explícita e degradante para as mulheres. Por conta disso, dou uma nota seis pro filme e só não dou menos porque a J. Moore estava um arraso. Na próxima, menos violência sexual e mais arte, se não for pedir muito.

Jeniffer Heemann disse...

Eu assisti ao filme ontem à noite e sai do cinema aos prantos (se até o Saramago chorou, eu tb posso). Hoje acordei com o filme na cabeça.

Entrei no site e descobri esse maravilhoso blog, que dessequei em algumas horas (li tudo! Não consegui parar. Acho que viciei).

Mas fiquei com uma curiosidade: como foi o último test-screening???

Depois de "acompanhar" toda a evolução do filme (sim, me senti como se fizesse parte dele), acho que mereço saber. =)

Também queria saber os comentários do Saramago depois de assistir pela primeira vez.

Enfim, parabéns pelo belíssimo filme.

Laninha disse...

Acabei de ver o filme. Fã do livro e de Saramago q sou há mto tempo, esperava ansiosa pra ver como seria resolvido o filme. Parabéns, Fernando, vc conseguiu. Chorei no final...um filme primoroso, sobre um livro primoroso.

Laninha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
capote disse...

Olá Fernando e equipe.Tudo bom?
Sabe uma coisa bem interessante sobre a personagem da Julieane?
Ela sente se incomodada com um personagem que priva ou outros da comida - A cena da morte do Gael,gerou bastante dúvida narrativa na época,né?-,porém quando ela acha um estoque de comida,pensa apenas nos seus.Onde está essa generosidade toda do seu caracter,quando a questão afronta?
Parabéns pela escolha do argumento,pois o resultado final ficou uma história muito relevante para o cinema atual.
Continue ousando assim e dane se o pessoal de Cannes. hehehe.
abs,ma!

Suelen Matos disse...

Olá Fernando,

Meu caminho pelo "Ensaio sobre a cegueira" foi um pouco diferente. Primeiro vi o seu blog; amei cada post, cada relato dessa experiência tão difícil e tão gratificante de adaptar um romance para as telonas. As linguagens são diferentes e daí a complexidade desse trabalho.
Depois de ler o seu blog, fiquei morrendo de vontade de ler o livro, o que fiz prontamente. A-MEI! Devorei o livro em dois dias, e aquelas imagens ainda permaneceram na minha mente por um bom tempo.
Depois reli seu blog; uma experiência totalmente diferente dessa vez. Me sentia mais familiarizada com as cenas que você descrevia. Estava louca agora p/ver o filme. O que aconteceu na última quarta-feira.
Nunca me senti tão íntima de um filme como esse. Conhecia toda a história e sabia de muitas histórias de como ele foi feito. Era como se eu tivesse participado dele rsrsrs. Sentei ao lado de 2 pessoas que não leram nem o livro nem o blog. Era engraçado ver as suas reações a cada cena. A surpresa. O que eu perdi um pouco, depois de tanta intimidade rsrs.
Mas isso não me impediu de amar o filme também. Todo o seu cuidado com ele, contado aqui no blog, estava lá. Estava impressa toda a dedicação de meses de trabalho. Fiquei feliz por você. De fato o livro é muito mais intenso, mas o filme não é menos poético. Parabéns pelo seu trabalho. O filme ficou lindo! Agora fico na espera do DVD que com certeza vai fazer parte da minha coleção.
Sucesso p/vc!!!

Suelen Matos
Salvador - Bahia - Brasil

Esther disse...

Ontem eu e meu marido, fomos ver o filme...ainda estamos pensativos e reflexivos! Penso que quase tudo já foi dito aqui sobre seu filme. E apesar de ter muito o que dizer sobre o impacto que me causou, acho que quero lhe dizer apenas que estou gastando muito tempo mesmo em pensar como eu seria sendo uma daqueles pessoas...
Fiquei com vontade de ver os primeiras versões do filme e já decidi que vou ler o livro.
Abraço e super parabéns pelo lindo trabalho!

Esther disse...

Ah, esqueci de dizer que hoje li tudo sobre o filme. Achei seu blog e li muitos dos comentários...e até comentei!
Outro abraço.
esther carrenho

Aurileide Alves disse...

Adoro seu trabalho. Mas acho que ainda estás meio cego com relação a muitas coisas. Tu realmente precisas ensaiar um outro discurso para muitas coisas que ainda não enxergas. És jovem e inteligente. Acredito que também não és o único cego, por isto estou tão otimista. O filme é prodigioso. Mesmo se rendendo à Miramax, fizeste uma obra magnifíca.

Unknown disse...

Vi o filme esses dias e publiquei um comentário no blog "Ode ao Ego": www.eli-ude.blogspot.com Achei muito acertada a decisão de amenizar nas cenas do estupro, mas espero que essas cenas sejam resgatadas na produção do DVD, afinal, cenas deletadas vê quem quer!

Adorei o modo bem humorado com que escreve seu blog e todas as informações são um presente para os admiradores do seu trabalho, como eu.

Muito sucesso! E, se tiver tempo de dar uma olhada no meu blog, ficarei feliz de ver um comentário seu na postagem sobre o filme... seria uma honra!

Abraços!

Terra à Vista disse...

fantastico o depoimento do Saramago na exibição do filme...fico imaginando o que seria um premio maior que esse...

baião atemporal - a saga disse...

DUAS VEZES NO CINEMA.
No sábado e no domingo assisti ao filme, e realmente me surpreendi bastante!
Acho que a filmagem foi fiel ao livro, mais suave de fato, mas com uma fotografia impecável,lindas cenas com espelho e atuações impecáveis, as locações e externas também são ótimas! Achei um filme interativo, onde o espectador pode em alguns momentos se sentir cego também e ser em alguns momentos um dos personagens.
É um filme que faz as pessoas pensarem, e esses filmes são os mais dificeis de se fazer, mas também são os mais valiosos, pois mudam as pessoas. Parabéns à você e a equipe. Lindo trabalho!

cleder.perez disse...

Assisti seu filme ontem. Muito bom. Parabéns.
Você já pensou em lançar uma versão extendida em DVD? Com certeza eu compraria.
Abraço.

cleder.perez disse...

Só mais uma pergunta, de curiosidade.
O fato de você ter mantido o rádio em português tem algum motivo especial?

Luís A. disse...

Fernando, uma vez que Blindness esta prestes a estrear em POrtugal, gostaria de saber se estaria disposto a uma entrevista por mail para o site/revista Red Carpet. O meu mail está no meu perfil.

muito obrigado

Luis Alves

Iza disse...

Hoje assiti ao filme, estava ansiosa depois de ler o livro e acompanhar o blog. Ainda estou digerindo, mas confesso que foi uma experiência sinestesica, foram como fleshs do livro. Muito bom! A música caiu com uma luva, a fotografia está sem palavras, Julianne deu um show, lindo filme. Sucesso!

Unknown disse...

Não sei o que torna a história melhor, se da poltrona do cinema ou da cadeira do computador.

Tom Capri disse...

Tenho um roteiro que preciso enviar a Fernando Meirelles, mas não encontro como. O e-mail dele, um endereço que seja. Vocês podem me passar? Como faço contato com ele? Obrigado, abraços, Tom Capri (11-3331.0688)

Unknown disse...

Caro Fernando
Aos destemidos cabe sempre o prêmio pelo preço a ser pago. A não ida do público NY em massa talvez apenas reflita outras necessidade daqueles "cegos" que não foram. Prá que mesmo cego precisa de questões?
Um alento no teu coração!!!
thimoteo1lobreiro@uol.com.br

Darcy Cabelereira disse...

nunca senti nada parecido em nenhum filme que ja vi.
estou chocada com tudo. desde a qualidade tecnica quanto às inumeras sensaçoes que seu filme provoca.

parabens. mesmo.
como bem escreveu Erico Borgo para o site Omeletehttp://www.omelete.com.br/cine/100014692/Da_Frigideira__Ensaio_Sobre_a_Cegueira.aspx:"Com o perdão do trocadilho, é o tipo de cinema que dá gosto de ver."

MarujoBHZ disse...

Ontem eu e minha esposa fomos assistir ao filme, aqui em BH. Confesso que estou 'tocado'; é realmente intenso, impressionante, uma mistura de sentimentos, angústia, afeto, e principalmente esperança, de que o mundo (sobretudo os que estão no poder) volte a enxergar novamente. Parabéns! Recomendo a todos. Mais um filme nota > 10. A trilha do MA encaixou como uma luva. Nos sentimos em casa.

Surris disse...

Estou louca pra ver o filme, li o livro há 2 anos atrás na faculdade e não sai mais da minha cabeça....é incrível, não vejo a hora de relacionar tudo o que li com o filme, se as cenas q passam na minha cabeça são as mesma do filme.

Surris disse...

Parabéns pelo trabalho.

Unknown disse...

Que filme maravilhoso! Parabéns pela genial adaptação do livro e pela excelente direção!
Estou encantada!

Ms. Cherryspoon disse...

Adorei ter lido todos os posts do blog. Gostei muito do filme, mas fiquei curiosa em relacao as outras montagens... Gostei muito mesmo! Meus amigos no brasil tiveram a chance de ver antes, eu moro em NY, todos amaram, alguns ja viram duas vezes. Assisti ontem e aindo penso no filme. Muito obrigada por um filme muito bom.

Flávio Mello disse...

CEGO POR LAGRIMAS


Ontem, domingo, fui assistir ao filme Ensaio sobre a Cegueira, baseado em livro homônimo de José Saramago, eu já escrevi por aqui algo sobre o meu apreço ao escritor de Todos os Nomes, então me recuso dizer mais sobre ele, mas falarei sim, sobre o livro e o filme, mais sobre esse último.
Fui com medo, ansiedade e um desejo enorme de ver nas telonas as imagens, ou partes das imagens, que vi ao ler o delicioso tomo de Saramago, chegamos, minha esposa e eu, em cima da hora, além de ter os problemas corriqueiros na bilheteria, pois não aceitaram minha carteirinha da pós (sem data, disseram), compramos a pipoca e o refrigerante, e corremos para a sala (sala 06), sentamos no meio, onde poderíamos ter uma panorâmica relativamente boa, eu estava tenso e nervoso, partes por problemas íntimos e partes pelo filme, afinal estamos falando de Meirelles e Saramago.
Sinestesia total.
Ouvimos o som do trafego, passos... vimos o disco ficar vermelho, depois verde, depois vermelho e voltar ao verde novamente e a tão esperada frase veio:
- Estou sego!
Claro em discurso direto, jamais levariam o efeito Saramago ao cinema, impossível. Ele estava cego, meu Deus eu pensei, passarei por isso de novo, não acredito... mas de fato ele estava cego, assim como ficou o ladrão, o médico oftalmologista, a rapariga dos óculos escuros, o velho da tarja preta, o garotinho estrábico, o ladrão e a mulher do primeiro cego, menos é claro a mulher do médico, meu Deus... todos ficaram cegos... abriram-se os portões do sanatório, “quarentena” ouvimos um homem na TV dizer, eu via as linhas escritas em preto sobre o branco poroso do livro saírem e chicotearem as luzes emitidas pela enorme tela do cinema, Deus... que agonia...
Preciso dizer... o filme é fiel... fiel ao livro, fiel ao público, fiel por ser obra de Meirelles, fiel e respeitoso ao livro, sagrado, do Mestre José Saramago. E quem disser que não é... ou não entendeu a magnitude do livro, ou a poesia das lentes de Meirelles, quem sabe os dois.
O filme todo mexeu demais comigo, lembrei de quando lia o livro, sei lá... inacreditável, vi o sanatório em chamas, vi os homens estuprarem, urrando como animais que haviam se tornado, vi serem mortos do fio amolado da tesoura à chama ardente do fogo dos colchões. Mas, não chorei pela dor da mulher, não chorei pelo que estava vendo, chorei por ver que é passível de se acontecer, em qualquer parte, em qualquer lugar, a qualquer momento... Deus... ficaríamos cegos e viveríamos, por um tempo indeterminado, como animais, voltaríamos aos mais primitivos instintos, farejaríamos a comida, que poderíamos matar um pai, uma mãe, um filho pelos víveres que estivesse em suas mãos, que beberíamos a água rala e infectada da sarjeta, e que transaríamos como cães para saciarmos nossos desejos escurecidos.
Chorei ao ver a chuva atingir os corpos sujos e denegridos, chorei ao ver o desespero daquela que podia ver a dor do mundo, a infecção do dedo do diabo, chorei quando os santos dispostos na nave da igreja estavam vendados... e chorei ao ver um grupo de crianças caminharem feito mortos-vivos pelas ruas imundas e mortas como elas.
Duas horas de profunda reflexão...
Lá estava eu... estático, cego e anuviado por carinho, dor, e lágrima, as letras subiam e a magia do cinema ainda imperava sobre mim, a sala ficou mais clara, não clara como o mar de leite, mas o suficiente para me lembrar que estava vivo e na vida real... o suficiente para me revelar que tenho de viver melhor, e saber olhar as pessoas como se fosse cego.

4 One Day... disse...

Li o livro em um fim de semana, tamanho foi o interesse que ele me despertou. A última vez que assisti um filme adaptado de um livro, me decepcionei amargamente... e sendo assim, fui meio desconfiada assistir "Ensaio". Vou rever meus conceitos...
O filme capta perfeitamente o livro, até alguns cenários do filme são parecidos com os que imaginei durante a minha leitura. Seco, direto, transparente.
Parabéns Fernando! Acompanhei o teu blog antes de assistir ao filme, foi uma experiência e tanto!

Nathally Carvalho disse...

FERNANDO O FILME É FANTÁTICO!!

Fragmentos Betty Martins disse...

Fernando



Excelente trabalho


pois já e reconhecido em______outros que realizou



adoro______Saramago


e este livro que escreveu é realmente




estar.ver muito além_______...





um grande abraço

Nathalia disse...

Caro Fernando,

Escrevo porque acabo de assistir ao seu último filme. Nao me cabe a menor dúvida de que a obra de Saramago é de uma beleza imensa, mas graças ao seu filme pode-se dizer que é uma beleza descritível, nao em palavras como as deste comentario, mas em imagens e sons. Pessoalmente, acho que o seu filme descreveu com uma beleza imensa a idéia do livro.

Acabo de voltar do Festival de Sitges (Barcelona), onde foi exibido o filme pela primeira vez na "regiao" (dizem que a estréia prevista é pra 9 de janeiro e nao agüentaria esperar). Me sinto orgulhosa, na verdade como estudante de cinema, longe do Brasil, confesso uma grande admiraçao e o desejo de, quem sabe um dia, ter a honra de trabalhar na realizaçao de um filme dirigido por você.

Parabéns pela obra, e um abraço,
Nathália Vernizzi

Felipe Moratori disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Felipe Moratori disse...

Olá, Fernando.

Assisti ao filme ontem.

Sou graduando em Letras e venho estudando Saramago a algum tempo. Inevitável foi não voltar os olhos para ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA, depois do seu projeto.

Penso que o filme adaptado deve falar por si. Já que livro é o livro. Senti pobreza narrativa no início e no final da adaptação.

E, de fato, esperava algo mais violento o que, como todos sabemos, era a sua intenção.

Há, porém, muita coisa a elogiar. As cenas externas principalmente, foram impressionantes. Me arrepiei quando o menino encontrou a mesa que não víamos...

Abraços!

Mendes disse...

Estou escrevendo após ver o filme. Li o livro, e entendo seu ponto de vista sobre o filme, ou melhor, o ponto de vista que forçosamente você foi obrigado a ter.
Confesso que, no inicio, fiquei um pouco decepcionado com o filme, e continuo não entendendo algumas colocações. Por exemplo: por que trocar a nacionalidade do primeiro homem que cegou? Por que cortar certas cenas do livro que são fundamentais para a real compreensão do filme em relação ao livro? Olha, digo isto porque se você ler “Ensaios sobre a Lucidez” você entende que o primeiro homem que cegou tinha que ter a mesma nacionalidade dos outros personagens. Mas acho que o diretor tem que fazer uma interpretação realmente daquilo que leu, e transpor para a tela, não o que está escrito no livro, mas aquilo que ele quer passar para o publico que consumirá o filme.
Não há nisto nenhum fator econômico, é apenas criar um trabalho que seja apreciado.
Vi uma entrevista sua, com a Marilia Gabriela, que você deixou isto bem claro.
Espero que o filme seja apreciado pelo público. Desde já, lhe dou os parabéns pelo simples fato de você ter levado para as telas um livro do Saramago.

Mendes disse...

Estou escrevendo após ver o filme. Li o livro, e entendo seu ponto de vista sobre o filme, ou melhor, o ponto de vista que forçosamente você foi obrigado a ter.
Confesso que, no inicio, fiquei um pouco decepcionado com o filme, e continuo não entendendo algumas colocações. Por exemplo: por que trocar a nacionalidade do primeiro homem que cegou? Por que cortar certas cenas do livro que são fundamentais para a real compreensão do filme em relação ao livro? Olha, digo isto porque se você ler “Ensaios sobre a Lucidez” você entende que o primeiro homem que cegou tinha que ter a mesma nacionalidade dos outros personagens. Mas acho que o diretor tem que fazer uma interpretação realmente daquilo que leu, e transpor para a tela, não o que está escrito no livro, mas aquilo que ele quer passar para o publico que consumirá o filme.
Não há nisto nenhum fator econômico, é apenas criar um trabalho que seja apreciado.
Vi uma entrevista sua, com a Marilia Gabriela, que você deixou isto bem claro.
Espero que o filme seja apreciado pelo público. Desde já, lhe dou os parabéns pelo simples fato de você ter levado para as telas um livro do Saramago.

Stella Favaretto disse...

Fernando, estou nos Estados Unidos e ontem fui assistir "Blindness"; curiosamente,ha uma semana atras, houve um protesto na frente do cinema de pessoas cegas que queriam o filme vetado, o que, obviamente, aumentou ainda mais meu desejo de assisti-lo. Quero dizer que o filme esta de parabens, a direcao e barbara, a fotografia e direcao de arte impecaveis e o filme traz tantos questionamentos que eu e meu marido passamos horas falando sobre ele. Infelizmente e um filme pra poucos, mas certamente tera sua legiao de fas, como eu, que sinto um orgulho imenso de ser compatriota de um diretor tao talentoso como voce. Abracos, Stella Favaretto(stemf@hotmail.com)

Mendes disse...

Estou escrevendo após ver o filme. Li o livro, e entendo seu ponto de vista sobre o filme, ou melhor, o ponto de vista que forçosamente você foi obrigado a ter.
Confesso que, no inicio, fiquei um pouco decepcionado com o filme, e continuo não entendendo algumas colocações. Por exemplo: por que trocar a nacionalidade do primeiro homem que cegou? Por que cortar certas cenas do livro que são fundamentais para a real compreensão do filme em relação ao livro? Olha, digo isto porque se você ler “Ensaios sobre a Lucidez” você entende que o primeiro homem que cegou tinha que ter a mesma nacionalidade dos outros personagens. Mas acho que o diretor tem que fazer uma interpretação realmente daquilo que leu, e transpor para a tela, não o que está escrito no livro, mas aquilo que ele quer passar para o publico que consumirá o filme.
Não há nisto nenhum fator econômico, é apenas criar um trabalho que seja apreciado.
Vi uma entrevista sua, com a Marilia Gabriela, que você deixou isto bem claro.
Espero que o filme seja apreciado pelo público. Desde já, lhe dou os parabéns pelo simples fato de você ter levado para as telas um livro do Saramago.

Laísa disse...

As mutilações são necessárias...
Minha professora está tentando me ensinar isso.

As tinturas de cabelos, às vezes são também...e vc deveria ter dito isso à jovem senhora!

:D

Estou ansiosa para ver o filme.
Certeza de que está fantástico...(mesmo sabendo que também vou tapar os olhos com a almofada na cena de estupro e na garganta cortada do Gael...)
rsrs...

Julia Alcântara disse...

Talvez vc nem leia esse comentário, não por descaso, mas pelo tempo que o blog está parado. Não me importo muito. Ahh! Bobagem! Gostaria mesmo que vc lesse...rsrs... ainda estou tentando me situar no mundo depois de assistir o filme, ainda estou tentando descobrir o que estou fazendo neste mundo depois de assistir ao filme. Nunca senti tanta agonia dentro de um cinema, nunca o nó na garganta, a dor no peito foram tão grandes diante de um "simples" filme. A imagem da Julianne não me sai da cabeça.
Estudo Jornalismo e, em particular, cinema. Tenho feito umas coisas bobas e poucas, mas um dia (quem sabe) eu consiga provocar algo semelhante em algum espectador. É isso que desejo: provocar. Assim como seu filme me provocou.
Bia
(bia.agra@terra.com.br)

memórias solúveis disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Classic Shop disse...

Muito bommmmmmmmm!


Abraçaoooo

"Lipe.One"

www.flickr.com/lipeone

Anônimo disse...

Se é que tu vais ler... Admiro-te prá cacete. Baita filme... O Saramago, que se orgulhe, mesmo!!! Abração!

Anônimo disse...

Assisti o filme e gostei muito! Parabéns. Envio-lhe um texto escrito por Enio Squeff a respeito do filme.
---
O “Ensaio sobre a Cegueira”
e o que a crítica não quis ver.
por Enio Squeff –

Deve ser por uma espécie de obliteração visual – ou intelectual - quem sabe, que a crítica brasileira não se rendeu ao filme “Ensaio sobre a Cegueira”, do brasileiro Fernando Meirelles, baseado no romance homônimo do português José Saramago. O maestro Wilhelm Furtawaengler , na década de 30 do século XX, afirmava que a crítica nunca ia além do público, por ser em grande parte apenas e tão somente parte dele, ou mais que tudo, o seu espelho. Com efeito, Franz Kafka, com seus “O Processo” e “Metamorfose” só foi reconhecido quando alguns intelectuais se deram conta de que havia tudo de surreal, de “kafkiano” digamos, na vida cotidiana das cidades com suas regras irracionais, o esmagamento da individualidade e a falta de sentido no que a sociedade contemporânea elevou como dogma. Para dizer o óbvio em se tratando também de Kafka: as baratas tontas não se sabem à disposição do pé que pode triturá-las. São poucos, enfim, os que prevêem em qualquer ensaio sobre a cegueira um dos grandes diagnósticos, ou antes, a metáfora que, afinal, tornaria transparente a nossa relação com o mundo aparentemente luminoso da informação, e que seria o melhor do nosso século. Não espanta que a cegueira intelectual tenha muitos adeptos, mesmo entre banqueiros, como se está vendo. E que qualquer reflexão a respeito cause um pânico que normalmente convida à rejeição da sua existência como uma ameaça constante a nossas convicções.
Cegueira ou escapismo? Em determinados momentos as coisas parecem se confundir.
Na pintura “A parábola dos Cegos”, de Pieter Brueghel, o Velho (1520/30-1569), a cegueira é um preâmbulo da queda, de qualquer queda. Concebida por um artista que sempre se valeu das alegrorias, o cego que conduz os outros(como a confirmar o Evangelho), é o primeiro da fila a se estatelar: uma viola caída entre as suas pernas, é o único testemunho, algo patético, da sua atividade de músico. Fica a certeza de que a acuidade que lhe resta é a auditiva– um indício de que, afinal, nem tudo está perdido. Não por acaso, é essa também uma das características do filme de Meirelles – a cegueira branca que acomete as pessoas ( “toda a cegueira é branca” dizia o cego Jorge Luiz Borges), passa a ser compensada, em parte, pelos sons: o ouvido como compensação à visão. Ao contrário, porém, da tradição que canta os poetas cegos – o primeiro deles, Homero, teria como apanágio da sua introspecção, justamente a cegueira – no filme de Meirelles uma das poucas alternativas à sobrevivência do cego, não é só falar – é escutar. A questão, contudo, pode se definir numa outra consideração -e que consta do livro de Saramago: cabe ao não cego, ao vidente no sentido inclusive do visionário, do utópico, do que prediz o futuro, conduzir ao ordenamento do mundo. E não por acaso, certamente, o “rei” da terra dos cegos – aquele que, no fim das contas, tem olhos para ver (ainda que possa ser “caolho”, como no ditado popular, o que não é o caso) - só persiste como tal, não apenas por ter olhos, por estar na pele de uma mulher. Claro que se trata da solução de um cineasta que se cingiu aos contornos do romance, a uma reflexão que foi fiel a Saramago. Tanto no filme, quanto no romance, a mulher aparece como única solução viável ao mundo do caos. Talvez seja essa a contrariedade que o filme suscita: supõe-se que à falta de um macho, o protótipo do xerife, do super-herói americano a dar “porradas” e, na outra ponta, a lavar as sujeiras fisiológicas dos homens – tarefa a que as mulheres se dedicam já no trato com os nenéns – muitos críticos, ao que parece, fizeram eco aos norte-americanos. Não gostaram e pronto. É compreensível.
Num país, ideologicamente convencido, como nos Estados Unidos, de que, no cinema para as massas, as mulheres devem se travestir, têm de assumir os punhos poderosos, os ponta-pés especializados nas lutas orientais e em lutas em que as espadas mortíferas são brandidas como as dos samurais – que são sempre as armas dos homens, dos mais fortes fisicamente – vale muito pouco que o mundo feminino seja, no fundo, o vencedor. Afirmar, por aí, que a crítica brasileira imitou os norte-americanos pura e simplesmente, talvez seja apenas uma ilação apressada. Os especialistas têm sempre as boas razões que escapam aos leigos. A cegueira, porém, como sugerem o filme e o livro, é uma doença que se dá numa grande cidade – justamente em São Paulo. E isso parece não ter sido igualmente relevado.
Talvez seja esse o outro lado da questão. As filmagens externas se passam todas numa paulicéia facilmente reconhecível, até mesmo por quem não mora na cidade. As próprias cenas em que os cegos são submetidos à quarentena – uma espécie de hospício - não sugerem menos do que o inferno do Carandiru. E como vivemos no contraste do Brasil, há também os grandes apartamentos, as casas confortáveis que dão para aquela paisagem exuberante, mais que prazerosa dos arvoredos da região dos Jardins, vistos do alto. E há, finalmente, muito também do seu oposto, daquilo que somos na periferia, o que sugere o “panorama visto da ponte”, para recorrer ao título da famosa peça de Arthur Miller. Entre a pujança do horizonte aprazível de São Paulo, ou a degradação do Tietê, com suas águas estagnadas e as margens infectas e que confluem com as ferrovias da periferia, há o lugar para algumas cenas dantescas, coisas de cenaristas. Como constatava Mozart com sua incrível invenção que, inclusive, lhe provocava lágrimas quando escutava suas próprias composições, para um paulistano, a metamorfose a que o filme submete a cidade de São Paulo, deve arrepiar no sentido contrário ao prazer do compositor com a sua música: resta a interrogação angustiante, isto é, se não podemos chegar às ruínas que o filme mostra. Neste ponto, talvez não seja arriscada levantar a hipótese de que foi esse o outro problema para a crítica: é preferível, naturalmente, considerar a Gotan City do filme Batman, julgada pela mesma crítica muito melhor do que o filme brasileiro ( pelo menos é o que dizem as estrelinhas das cotações dos jornais), à alternativa requerível à cidade “dos cegos”(São Paulo) idealizada pelo cineasta. E que nos assusta, exatamente por a reconhecermos, não na sua ruína construída, deformada, que só o cinema pode engendrar – mas na sua degradação possível, previsível que só o pessimismo leva em conta.
Ao término da leitura de um de seus romances, Dostoievsky teve de acariciar as mãos de sua companheira, a guiza de consolo; ao lê-lo, ela mergulhou numa tal tristeza que foi difícil demovê-la de que o mundo, quem sabe, pudesse talvez ser menos trágico do que as invenções de um escritor. Quando escreveu algumas de suas sonatas, Beethoven não previu que certas pessoas iriam se desmanchar no choro: disse que compunha não para que as pessoas se derramassem em lágrimas, mas para que refletissem. Estima-se que nunca foi a intenção de José Saramago, ou de Fernando Meirelles sugerirem menos do que uma parábola. Nenhum dos dois deve ter se demorado na perspectiva que preside a idéia primitiva de que a cegueira pode ser, por exemplo, o tal atributo dos poetas. Homero cego, certamente justificava os seus poemas como conseqüência dos que se vêem mergulhados em sua própria interioridade. Inimaginável esse tipo de consideração nem em Saramago, muito menos em Brueghel, ou no cineasta brasileiro. Vem daí, porém, que a cegueira, como perda da capacidade de surpreender a evidência - que, por sua vez, tem a respaldá-la justamente o “ver”, o de conter em si a transparência, e que nasce do latim “videre” - passa a ser exatamente o contrário do que se imagina a grande contribuição da crítica.
O paradoxo, em suma, afigura-se todo esse: o filme “Ensaio sobre a Cegueira” deixa em aberto que, de fato, quase simploriamente, o maior cego é aquele que se recusa a ver. A pergunta que fica no ar, porém, é aquela que não fazemos: talvez não estejamos vendo pelas razões que a própria cegueira nos dá – de não termos como evidente de que estamos cegos. Fica, mesmo assim, a convicção de que São Paulo pode estimular esse tipo de raciocínio - que é a forma de não raciocinar, ou de se recusar a fazê-lo.
Na fita, a grande cidade se mostra pela ótica do que, contrariamente, talvez seja o que podemos denominar de “poética do horror”: nada de Batmans a cruzar os céus artificiais de uma cidade brumosa que assusta de mentirinha, por ser o ambiente de um “homem morcego”; ou de Super-Homens a salvar, no último momento, o próprio mundo. Quando as cidades mergulham no sem sentido de bolsas de valores, a se esfarinharem na predação do consumismo, ou a se diluírem sob bombas – não há mesmo esperança possível. Não há super-heróis que lhes valham. A não ser naquele que vê através do mundo escondido no branco, que tapa a vista à evidência. Explica-se, porém, desta forma, que o filme Batman seja considerado a grande realização cinematográfica para os grandes jornais: eles nos conformam, sabe-se lá, à cegueira circundante. Haveria, talvez, que falar sobre esse ir e vir do que é o filme de Meirelles: ele se propõe a discutir a cegueira, um tema que a cegueira espiritual teima em não fazê-lo.
Mas é apenas uma das especulações possíveis.
Em tempo: José Saramago viu o filme e confessou-se emocionado com a adaptação de Fernando Meirelles. Difícil dizer se a crítica cinematográfica de São Paulo ou do Brasil leu o livro de José Saramago. Quem o fez – embora essa não seja em momento algum uma exigência - muito dificilmente desqualifica o filme. No mais, noticia-se que uma associação de cegos americanas achou o filme “preconceituoso”. Talvez se possa falar de uma possível, mas até aqui inédita cegueira dupla.

Enio Squeff
enio@squeff.com
www.squeff.com
Outubro 2008

Silvio Garcia Martins Filho disse...

O filme não poderia ter sido melhor.

Me incomoda esse puritanismo do povo. A Arte não é só bondade e beleza. Ela vem pra nos fazer sentir e refletir também, seja por que meios for.

Parabéns!

Aline Kátia Melo disse...

Olá

Desculpe começar nesse tom intimista como se eu o conhecesse, mas ao ler os seus posts é como se tivéssemos sido apresentados, meu nome é Aline tenho 25 anos, sou estudante de jornalismo não entendo muito de cinema, ainda...
Assisti o filme semana passada, li suas postagens hoje, gostei do filme saí do cinema desnorteada, depois lendo o blog vejo os detalhes pensados, as dificuldades para se chegar no resultado esperado, as negociações...enfim gostei de me sentir próxima ao filme todo, da idéia à produção final.
Parabéns!

Aline Kátia Melo disse...

Olá

Desculpe começar nesse tom intimista como se eu o conhecesse, mas ao ler os seus posts é como se tivéssemos sido apresentados, meu nome é Aline tenho 25 anos, sou estudante de jornalismo não entendo muito de cinema, ainda...
Assisti o filme semana passada, li suas postagens hoje, gostei do filme saí do cinema desnorteada, depois lendo o blog vejo os detalhes pensados, as dificuldades para se chegar no resultado esperado, as negociações...enfim gostei de me sentir próxima ao filme todo, da idéia à produção final.
Parabéns!

Aline Kátia Melo disse...

Olá

Desculpe começar nesse tom intimista como se eu o conhecesse, mas ao ler os seus posts é como se tivéssemos sido apresentados, meu nome é Aline tenho 25 anos, sou estudante de jornalismo não entendo muito de cinema, ainda...
Assisti o filme semana passada, li suas postagens hoje, gostei do filme saí do cinema desnorteada, depois lendo o blog vejo os detalhes pensados, as dificuldades para se chegar no resultado esperado, as negociações...enfim gostei de me sentir próxima ao filme todo, da idéia à produção final.
Parabéns!

O Abismo é o Muro que Tenho disse...

Eu sou uma leitora viciada em saramago adorei o ensaio sobre a cegueira e quando vi as noticias de que fariam um filme o primeiro comentario foi: -Será que vão conseguir chegar ao nivel do livro??
afinal chegaram mas as cabeças pequenas e mediucres desta sociedade funcionam pior que sencura estou ansiosa pelo filme depois enviarei comentario com a critica, tenho pena que tenhas sido obrigado a fazer tanto corte adoraria ver a versão inicial.
provavelmente quem fez comentarios negativos tal como aquelas 16 e depois 46 mulheres que sairam da sala nunca leram o livro ou se leram nunca perceberam na totalidade e pensa que essas actitudes são apenas vergonha e medo de ver na tela aquilo que de mais baixo o ser humano é capaz de fazer e muitos deles saem da sala porque de certa forma se reveem naquelas cenas ou porque alguma vez ja quiseram matar alguem e faltou a coragem porque todos os dias sao agredidas violentadas pelos maridos e nao sao capazes de lhes meter uma tesoura no pescoço.
era formidavel se de alguma forma fosse possivel fazeres a edição da versao inicial em dvd ai só compra quem quer eu compraria de certeza e se isso nunca acontecer vai ficar a coriosidade de como poderia ter sido formidavel mas nunca o saberei.
Ana Bernardo.
Porto, Portugal.

Vladibd disse...

Olá Fernando,

Também sou Arquiteto e apaixonado por cinema.
Curiosamente meu maior sonho também é dirigir um filme originário de um livor... mas isto não vem ao caso neste momento.

Imagino o sofrimento de refazer a edição do filme tantas vezes, a sensação deve ser semelhante a de ter que alterar um projeto arquitetônico a pedido de um cliente e no processo algumas ideias originais vão se perdendo.

Sei que é cedo para falar nisso, mas gostaria que os 15 minutos cortados fossem colocados no futuro DVD do filme, assim o trabalho não seria de todo perdido.

Um Grande Abraço,
Vladi

Rafaela disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rafaela disse...

Acho que esse é O filme da sua carreira, escolheu o autor, que na minha opinião é o melhor da humanidade, sensível demais...

Sobre as críticas, não se preocupe, você abe muito bem o que são os críticos de cinema... Aliás esse mundo de cinema não passa de egos gigantes indo ao cinema todas as semanas... Muito ego!

Vi sua entrevista com a Marilia Gabriela, ela, uma chatinha, mas você, brilhante, como sempre. Me interessei pelo projeto de roteiristas jovens. Olha só que coincidência! Sou jovem e tenho um roteiro de longa metragem prontinho que estou louca para mostrar pra alguém! Será que eu conseguiria seu contato pra te enviar por e-mail?
se essa oportunidade existir, meu e-mail é rafa.guarischi@gmail.com e gosteira muuuuuuuuuito que você lesse.

Obrigada!

Henrique Miné disse...

assisti ao filme ontem...adorei...em todos os sentidos que voce pode imaginar
quanto as cenas de estupro, não sei como eram antes, mas as achei no ponto certo, afinal um estupro coletivo ja é suficientemente dificil de ser imaginado, como disse algum critico na internet que eu não lembro quem é.
O filme ja figura como um dos meus preferidos, e na minha opinião o melhor dos seus trabalhos.
Ah, como sonho em um dia ser como você...um cineasta.
muito obrigado por escrever este blog, o descobri ontem e ja li inteiro...obrigado também por ter entregado este filme.
Provavelmente você não lerá isso aqui, afinal acho que você nem acessa mais este blog, mas se ler, saiba que ao menos uma pessoa (embora eu ache impossivel, pois é um ótimo filme) adorou o filme.
abraços.

Unknown disse...

Mereilles, o filme é sensacional. Muito intrigante e interessante.
Me fez refletir no ser humano, em como essa ficção é tão real qt não parece ser...
PARABÉNS!

Anônimo disse...

O “Ensaio sobre a Cegueira”
e o que a crítica não quis ver
– Enio Squeff –

Deve ser por uma espécie de obliteração visual – ou intelectual - quem sabe, que a crítica brasileira não se rendeu ao filme “Ensaio sobre a Cegueira”, do brasileiro Fernando Meirelles, baseado no romance homônimo do português José Saramago. O maestro Wilhelm Furtawaengler , na década de 30 do século XX, afirmava que a crítica nunca ia além do público, por ser em grande parte apenas e tão somente parte dele, ou mais que tudo, o seu espelho. Com efeito, Franz Kafka, com seus “O Processo” e “Metamorfose” só foi reconhecido quando alguns intelectuais se deram conta de que havia tudo de surreal, de “kafkiano” digamos, na vida cotidiana das cidades com suas regras irracionais, o esmagamento da individualidade e a falta de sentido no que a sociedade contemporânea elevou como dogma. Para dizer o óbvio em se tratando também de Kafka: as baratas tontas não se sabem à disposição do pé que pode triturá-las. São poucos, enfim, os que prevêem em qualquer ensaio sobre a cegueira um dos grandes diagnósticos, ou antes, a metáfora que, afinal, tornaria transparente a nossa relação com o mundo aparentemente luminoso da informação, e que seria o melhor do nosso século. Não espanta que a cegueira intelectual tenha muitos adeptos, mesmo entre banqueiros, como se está vendo. E que qualquer reflexão a respeito cause um pânico que normalmente convida à rejeição da sua existência como uma ameaça constante a nossas convicções.
Cegueira ou escapismo? Em determinados momentos as coisas parecem se confundir.
Na pintura “A parábola dos Cegos”, de Pieter Brueghel, o Velho (1520/30-1569), a cegueira é um preâmbulo da queda, de qualquer queda. Concebida por um artista que sempre se valeu das alegrorias, o cego que conduz os outros(como a confirmar o Evangelho), é o primeiro da fila a se estatelar: uma viola caída entre as suas pernas, é o único testemunho, algo patético, da sua atividade de músico. Fica a certeza de que a acuidade que lhe resta é a auditiva– um indício de que, afinal, nem tudo está perdido. Não por acaso, é essa também uma das características do filme de Meirelles – a cegueira branca que acomete as pessoas ( “toda a cegueira é branca” dizia o cego Jorge Luiz Borges), passa a ser compensada, em parte, pelos sons: o ouvido como compensação à visão. Ao contrário, porém, da tradição que canta os poetas cegos – o primeiro deles, Homero, teria como apanágio da sua introspecção, justamente a cegueira – no filme de Meirelles uma das poucas alternativas à sobrevivência do cego, não é só falar – é escutar. A questão, contudo, pode se definir numa outra consideração -e que consta do livro de Saramago: cabe ao não cego, ao vidente no sentido inclusive do visionário, do utópico, do que prediz o futuro, conduzir ao ordenamento do mundo. E não por acaso, certamente, o “rei” da terra dos cegos – aquele que, no fim das contas, tem olhos para ver (ainda que possa ser “caolho”, como no ditado popular, o que não é o caso) - só persiste como tal, não apenas por ter olhos, por estar na pele de uma mulher. Claro que se trata da solução de um cineasta que se cingiu aos contornos do romance, a uma reflexão que foi fiel a Saramago. Tanto no filme, quanto no romance, a mulher aparece como única solução viável ao mundo do caos. Talvez seja essa a contrariedade que o filme suscita: supõe-se que à falta de um macho, o protótipo do xerife, do super-herói americano a dar “porradas” e, na outra ponta, a lavar as sujeiras fisiológicas dos homens – tarefa a que as mulheres se dedicam já no trato com os nenéns – muitos críticos, ao que parece, fizeram eco aos norte-americanos. Não gostaram e pronto. É compreensível.
Num país, ideologicamente convencido, como nos Estados Unidos, de que, no cinema para as massas, as mulheres devem se travestir, têm de assumir os punhos poderosos, os ponta-pés especializados nas lutas orientais e em lutas em que as espadas mortíferas são brandidas como as dos samurais – que são sempre as armas dos homens, dos mais fortes fisicamente – vale muito pouco que o mundo feminino seja, no fundo, o vencedor. Afirmar, por aí, que a crítica brasileira imitou os norte-americanos pura e simplesmente, talvez seja apenas uma ilação apressada. Os especialistas têm sempre as boas razões que escapam aos leigos. A cegueira, porém, como sugerem o filme e o livro, é uma doença que se dá numa grande cidade – justamente em São Paulo. E isso parece não ter sido igualmente relevado.
Talvez seja esse o outro lado da questão. As filmagens externas se passam todas numa paulicéia facilmente reconhecível, até mesmo por quem não mora na cidade. As próprias cenas em que os cegos são submetidos à quarentena – uma espécie de hospício - não sugerem menos do que o inferno do Carandiru. E como vivemos no contraste do Brasil, há também os grandes apartamentos, as casas confortáveis que dão para aquela paisagem exuberante, mais que prazerosa dos arvoredos da região dos Jardins, vistos do alto. E há, finalmente, muito também do seu oposto, daquilo que somos na periferia, o que sugere o “panorama visto da ponte”, para recorrer ao título da famosa peça de Arthur Miller. Entre a pujança do horizonte aprazível de São Paulo, ou a degradação do Tietê, com suas águas estagnadas e as margens infectas e que confluem com as ferrovias da periferia, há o lugar para algumas cenas dantescas, coisas de cenaristas. Como constatava Mozart com sua incrível invenção que, inclusive, lhe provocava lágrimas quando escutava suas próprias composições, para um paulistano, a metamorfose a que o filme submete a cidade de São Paulo, deve arrepiar no sentido contrário ao prazer do compositor com a sua música: resta a interrogação angustiante, isto é, se não podemos chegar às ruínas que o filme mostra. Neste ponto, talvez não seja arriscada levantar a hipótese de que foi esse o outro problema para a crítica: é preferível, naturalmente, considerar a Gotan City do filme Batman, julgada pela mesma crítica muito melhor do que o filme brasileiro ( pelo menos é o que dizem as estrelinhas das cotações dos jornais), à alternativa requerível à cidade “dos cegos”(São Paulo) idealizada pelo cineasta. E que nos assusta, exatamente por a reconhecermos, não na sua ruína construída, deformada, que só o cinema pode engendrar – mas na sua degradação possível, previsível que só o pessimismo leva em conta.
Ao término da leitura de um de seus romances, Dostoievsky teve de acariciar as mãos de sua companheira, a guiza de consolo; ao lê-lo, ela mergulhou numa tal tristeza que foi difícil demovê-la de que o mundo, quem sabe, pudesse talvez ser menos trágico do que as invenções de um escritor. Quando escreveu algumas de suas sonatas, Beethoven não previu que certas pessoas iriam se desmanchar no choro: disse que compunha não para que as pessoas se derramassem em lágrimas, mas para que refletissem. Estima-se que nunca foi a intenção de José Saramago, ou de Fernando Meirelles sugerirem menos do que uma parábola. Nenhum dos dois deve ter se demorado na perspectiva que preside a idéia primitiva de que a cegueira pode ser, por exemplo, o tal atributo dos poetas. Homero cego, certamente justificava os seus poemas como conseqüência dos que se vêem mergulhados em sua própria interioridade. Inimaginável esse tipo de consideração nem em Saramago, muito menos em Brueghel, ou no cineasta brasileiro. Vem daí, porém, que a cegueira, como perda da capacidade de surpreender a evidência - que, por sua vez, tem a respaldá-la justamente o “ver”, o de conter em si a transparência, e que nasce do latim “videre” - passa a ser exatamente o contrário do que se imagina a grande contribuição da crítica.
O paradoxo, em suma, afigura-se todo esse: o filme “Ensaio sobre a Cegueira” deixa em aberto que, de fato, quase simploriamente, o maior cego é aquele que se recusa a ver. A pergunta que fica no ar, porém, é aquela que não fazemos: talvez não estejamos vendo pelas razões que a própria cegueira nos dá – de não termos como evidente de que estamos cegos. Fica, mesmo assim, a convicção de que São Paulo pode estimular esse tipo de raciocínio - que é a forma de não raciocinar, ou de se recusar a fazê-lo.
Na fita, a grande cidade se mostra pela ótica do que, contrariamente, talvez seja o que podemos denominar de “poética do horror”: nada de Batmans a cruzar os céus artificiais de uma cidade brumosa que assusta de mentirinha, por ser o ambiente de um “homem morcego”; ou de Super-Homens a salvar, no último momento, o próprio mundo. Quando as cidades mergulham no sem sentido de bolsas de valores, a se esfarinharem na predação do consumismo, ou a se diluírem sob bombas – não há mesmo esperança possível. Não há super-heróis que lhes valham. A não ser naquele que vê através do mundo escondido no branco, que tapa a vista à evidência. Explica-se, porém, desta forma, que o filme Batman seja considerado a grande realização cinematográfica para os grandes jornais: eles nos conformam, sabe-se lá, à cegueira circundante. Haveria, talvez, que falar sobre esse ir e vir do que é o filme de Meirelles: ele se propõe a discutir a cegueira, um tema que a cegueira espiritual teima em não fazê-lo.
Mas é apenas uma das especulações possíveis.
Em tempo: José Saramago viu o filme e confessou-se emocionado com a adaptação de Fernando Meirelles. Difícil dizer se a crítica cinematográfica de São Paulo ou do Brasil leu o livro de José Saramago. Quem o fez – embora essa não seja em momento algum uma exigência - muito dificilmente desqualifica o filme. No mais, noticia-se que uma associação de cegos americanas achou o filme “preconceituoso”. Talvez se possa falar de uma possível, mas até aqui inédita cegueira dupla.

Enio Squeff
enio@squeff.com
www.squeff.com
Outubro 2008

Dtescom.blogspot.com disse...

Realmente muito foda, ta de parabens blog muito legal.

Nira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rafael Marchesin disse...

Enfim assisti ao filme...
Bom, ein?? Tenho que assistir novamante para remoer algumas coisas que não pude remoer... mas vou dizer uma coisa: teve muitos momentos que fiquei arrepiado...

sara disse...

estou ansiosa pela estreia do filme em portugal, daqui a d~uas semanas.

não se preocupem pelas críticas. acho que ninguém que tenha compreendido verdadeiramente o romance vai desejar ver uma adaptação delico-doce. nem sabem o quanto eu esperei que alguém pegasse no romance de Saramago e fizesse um filme. eu, por minha parte estou à espera de sair completamente avassalada da sala de cinema. aliás, o filme vai-me fazer chorar de desespero...se, ao ver o trailer as lágrimas já vêm aos olhos, imagino a ver o filme todo!!!!

este filme tem que ser duro, tal como o romance é duro...não há hipótese de ser mole!!! quem quer moleza não vê os seus filmes, nem lê Saramago!!!!

tudo de bom e continuem com o óptimo trabalho!!!!

Anônimo disse...

Fernando, posso te chamar assim?

Acompanho o teu blog quase que do início, um amigo meu que me falou.

Moro em Natal/RN e tudo só chega depois, quase fui ver a estréia em Recife, mas não deu. Só quero dizer que valeu a espera, definitivamente esta é a sua obra-prima e já está na minha lista de filmes prediletos quiçá é o melhor filme que já vi. brilhante!

Quando alguém me perguntar o que quero ser quando crescer, com certeza a minha resposta será: "pelo menos metade do que o Meirelles é, hoje em dia."

Quando lembro do teu filme me cresce a esperança de ser cienasta, de poder fazer um filme com pelo menos um terço da genialidade dos teus filmes.

Tenho 26 anos e espero que não seja tarde pra sonhar e conquistar.

bjs

de sua fã de sempre
Myrianna

Unknown disse...

Caro Fernando (posso chamá-lo pelo primeiro nome?)

Neste final de semana assisti ao filme.

Apesar de não ter lido (ainda) tantos livros do Saramago quanto eu gostaria, é um escritor que aprecio muito. Comentei com minha esposa que queria ler o livro e minha sogra, antecipando meu aniversário, deu-me o livro.

Mas mesmo antes de ler o livro (que devo começar hoje à noite, pois pegarei umas 10 horas de avião) resolvi assistir o filme antes que saísse de cartaz.

Devo confessar que após um começo muito interessante (especialmente pela "generalidade" da cidade e dos personagens, que pode ser em qualquer lugar e qualquer um), a parte do confinamento foi pesada de assistir, especialmente quanto à violência sexual e a passividade dos "moradores" da camarata 1.

Nesta parte do filme pensei várias vezes "acho que não quero mais ler o livro, vou comprar outra coisa para ler na viagem...".

Mas as cenas finais me tocaram bastante e saí bastante empolgado para ler o livro.

Parabéns pelo excelente trabalho!!!!

Grande abraço,
Claude Wickihalder

P.S, vi a matéria na tv sobre o "test screening" com o Saramago. Também fiquei emocionado...

Belle, revelando a "pseudo intelectual" disse...

Eu achei maravilhoso o filme e acho que tem que dominar mto com outros olhos, o assunto "sociedade" e conhecer a biografia de Saramago, no mais ter lido o livro, para poder desfrutá-lo realmente.
excelente!

Barcellos disse...

Galera, conheçam o site CLUBE DA INFORMAÇÃO - Aprendizado e conhecimento gratuito!!!

www.clubedainformacao.com.br

Stela Borges de Almeida disse...

Sobre livros e filmes sobre "cegueira branca" . Este encontro provocou premiados autores, permitiu uma diversidade de leituras e interpretações espantosa, as vezes até desconcertante. A recepção a este grande encontro,numa amostra apenas através dos posts- diários, revela cada vez mais a responsabilidade de ter olhos. Parabéns pelo belo e cruel filme.

Bi disse...

já vi o filme e adorei! A verdade é que a sala aqui em S. Francisco estava quase vazia, para lá do meio do filme mais vazia ficou... Onde fica a casa do médico? Para quem viu o filme, acho que vai ficar mais fácil ler o livro.

Marcelo Moreira Santos disse...

Olá Fernando Meireles,
Estou desenvolvimento minha pesquisa, na PUC-SP, sobre a construção sígnica no cinema e gostaria de lhe apresentar minha dissertação de mestrado. Agora no doutorado vou dar continuidade, mas muito do que você relata neste blog tem a ver com que estou escrevendo. Este é o meu blog: filmsign.blogspot.com. Aí tem dois artigos meus publicados em Portugal. Se possível gostaria de um dia conversar contigo sobre criação, desenvolvimento e realização de um filme.
Grato,
Marcelo.

Fernando Bezerra disse...

sr meirelles,acompanho seus trabalhos inquietantes desde o Cidade De Deus,e confesso que este último me deixou com uma sensação de inquietude desde domingo passado quando enfim pude assistir este recente trabalho que a muito aguardava.No lado de lá da tela,ví muitas atrocidades de homens para com seus semlhantes,no lado de cá,na primeira metdade do filme,os risos que eu ouvia da platéia cada vez que um personagem tropeçava ou se confundia devido cegueira me deixava mais angustiado.mesmo sendo um filme,me incomodava ver que alguns se divertiam com as desventuras dos cegos na tela.em uma estória que fala sobretudo da falta de sensibilidade e apoio aos nossos semelhantes menos afortunados.
Tambem devo comentar que o personagem de Julianne Moore diversas vezes quase me fez gritar com sua inércia e incapacidade a princípio de tomar qualquer iniciativa,mas me segurei pq a função dela na trama ao meu ver era esta:o cego que não quer ver,akele tipo de pessoa que por comodismo não se posiciona ou toma partido.
Oara finalizar,reafirmo que desde Requiem para um Sonho e Irreversível,não passo por esta reflexão demorada sobre o tratamento que ñós seres humanos nos damos uns com os outros.
Quero vê lo no Oscar(se bem q o Oscar é uma grande porcaria,melhor mesmo um Leão de ouro...rs)

Vonks disse...

forma boa e segura de ganhar dinheiro e perfumes!
http://own3dx.blogspot.com/2008/10/bioesthetic-nova-forma-de-ganhar.html

Fabiane Fernandes disse...

loja faby

apas rio claro

Unknown disse...

perfeitooooo.............
aguardo dvd sem cortes! o livro eh o melhor.. espero o filme sem cortes passar um pouko da emoçao do livro!

a. disse...

não faço ideia se ainda lerá os comentários deixados neste post... mas descobri este blog depois de ir ver o filme e não resisto a deixar um comentário... o filme é fantástico, tenho pena de não poder ver a versão mais pura do mesmo. cumprimentos de portugal

José Ferreira disse...

Tive ontem oportunidade de ver o filme no cinema. Não li o livro, nem tão pouco conhecia a história.
Até ao momento em que os mantimentos deixaram de ser distribuídos equitativamente, achei o filme bastante aborrecido, parado, desinteressante para o espectador. Durante o intervalo comentei com as minhas companhias num sorriso desapontado "Se calhar poderiamos ir fazer outra coisa mais interessante", mas o dinheiro que pago pelos bilhetes obrigou-nos a ir ver a 2ª Parte ( não somos pobres, não somos ricos, mas deitar dinheiro ao lixo custa-nos).
Findo o cigarro fumado à pressa e as poucas conversas desse intervalo, estávamos de volta ao filme que até já tinha começado mas sem grande preocupação de nossa parte.
Bem, relativamente ao que se passou a seguir, pouco tenho a comentar. A verdade é que abandonei o cinema pela 1ª vez na minha vida.Caros leitores, nunca pensei que tal me pudesse acontecer, pensei eu que o telejornal de todos os dias me tivesse tornado um ser implacável, pelos vistos não!
Não estou, nem estarei disposto a sujeitar-me a este tipo de violência. Tento utilizar a minha sensibilidade para promover o bem e não para compactuar com realidades distorcidas em relação à minha.
Faço um apelo a todos que tencionam ver este filme ou que já viram coloquem as seguintes questões: "O que aprendi?" "Diverti-me?" "A quem vou aconselhar este filme?" "O que me trouxe de bom?" "O que trouxe de bom para os outros?" .... e por fim "Será que a minha realidade é esta?".
Bem... se alguma coisa conseguiu de mim foram 5,5 euros, colocar-me mal disposto e sem vontade de regressar ao cinema tão cedo. Ah, e estar a agora a exprimir o meu desagrado neste blog. Se era esse o objectivo, Muitos PARABÉNS e muita polémica.

Quem não gosta não come, eu vomitei!

Paz e Amor
José Ferreira
Portugal

NicaB disse...

Olá, sou uma portuguesa que assistiu ao filme este fim-de-semana, e está tão real e tão forte que senti-me angústiada durante o filme, e depois do filme ainda me custou a acreditar... Nunca antes me tinha sentido assim por causa de um filme. Adorei e ao mesmo tempo não o veria novamente. Obrigada pela genialidade!

Felizardo disse...

Oi Fernando! Não sei se tem tempo para ler os comentários mas não posso de deixar de escrever este comentário.
Fui ver o filme ontem, em Lisboa, Portugal, e adorei!!
Muito muito bom! Não esperava outra coisa de Fernando Meireles, mas com tanta coisa que li na imprensa estava um pouco céptico. O filme está bastante fíel ao livro, muito bem montado...valeu todo o trabalbho que tiveram.PARABÉNS!!!

erica disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
erica disse...

É dificil falar.
Faz 3 dias que assisti ao filme. Estou remoendo tudo até agora.
Estou arrebatada.
Sou apaixoanda pelo escritor e fascinada pelo diretor. Essa dupla só poderia dar nisso: um filme que deixa a gente assim... sem se saber.
Não li esse livro, mas li Ensaio sobre a Lucidez (e tantos outros). O que o Meireles fez é inacreditável! Traduzir Saramago em imagens é trabalho (e prazer) pra poucos! Acredito que esse refinamento seja só pra grandes homens.
Saramago é pesado e leve, e contundente, e voraz... as entranhas humanas não são mistérios pra ele ... aniquilador. E é otimista. Descreve a miséria mas encontra nela sentido.
Meireles foi tudo isso... e foi doce... apesar de toda miséria.
Cenas de estupro? Sim... mas e todo o resto? Nada encomodou? E o que leva ao estupro?
...
Sai do cinema tonta... e assim estou até agora.
Durante o filme me dei conta que não consegui pensar por nenhum segundo. O filme me devorou... me senti digerida. Tão cega quanto... pedaço de carne... sendo só pq se deve ser.
E ao mesmo tempo me sentia grande, exatamente pelo mesmo motivo.
...

...
Gostaria te poder estar naquele grupo seleto que viu pela primeira vez o filme... gostaria de saber até onde foi a persepção de mundo do genial Meireles a partir do que Saramago propôs. Quem me déra!
Pena que ainda existem mulheres despenteadas pra deixar o mundo sem seus maiores prazeres.

Érica, interior de São Paulo, Brasil.

x-pressiongirl disse...

Vi e egostei muito do resultado. Fico a pensar como seria o filme sem os cortes. Abraço português.

Cláudia - Lisboa

Ventos Internos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Thiago Luz Raft disse...

Li Ensaio sobre a cegueira durante 9 meses. Andava pelas ruas de olho fechado, por vezes tinha medo de ser atacado pelo companheiro de camarata. O livro me deixou, chocado e perturbado com minha própria cegueira. O filme me deixou o mesmo impacto, assisti-o com o corpo arrepiado por todo o tempo e até agora ainda não dormi. Estou tão emocionado quanto quando havia acabado de ler o livro.
Obrigado.

Unknown disse...

FERNANDO, DESCUPLA TA MUDANDO DE ASSUNTO DO POST, MAS GOSTARIA MUITO DE SABER SE VC ESTARÁ NO OSCAR 2009, SEI QUE VAI DEPENDER DE UMA INDICAÇÃO, MAS PELO AMOR DE DEUS, SERÁ QUE VC TEM COMO AJUDAR NÓS DA COMUNIDADE DA MERYL STREEP?
PRECISAMOS MANDAR UM PRESETNE PRA ELA!

Paula Almeida disse...

OLá Fernando meu nome é Paula. Uma "idéia" tem fervilhado na minha mente ultimamente e algo me diz que eu deveria levar isso adiante. Então pensei que você seria a pessoa ideal. Gostaria de poder compartilhar. Trata-se de um "tema" (desculpe, não estou familiarizada com os termos) para um filme. Antes de lhe escrever eu perguntei a algumas pessoas e elas de cara gostaram. Bom, então eu pensei não custa nada tentar. ]40 milhões de pessoas vivem um drama. Elas precisam sobreviver a uma doença tida como incurável, mas a verdade é que com o passar dos anos alguns cientistas encontraram definitivamente a cura, mas a industria farmaceutica está lá para impedir. O melhor dessa história é que a humanidade já vive um drama parecido com esse, que é o HIV. E as reais vítimas precisam despertar para esse fato]
Eu sei que essa pequena idéia partiu de alguém que nada entende de cinema, mas se de alguma forma lhe interessar estarei aqui. O mundo todo esta fervilhando de idéias e de alguma forma elas devem sair da mente para o papel, para um livro, para um blog, ou até mesmo um filme. Desde já parabéns pelo seu trabalho, e obrigada por me dá a oportunidade de me corresponder com você.
Paula

cap.almeida@hotmail.com

Unknown disse...

Fernado Meirelles sou admirado em cinema,eu tenho uma historia que eu invntei, gostaria que fosse para o cinema caso queira meu msn e petetirio@hotmail.com do rio de janeiro bairro cidade alta cordovil

Pedro Almeida disse...

Provavelmente vou correr o risco de o Fernando não ler o meu Comentário, mas se o ler, gostaria que volta-se a dar noticias neste seu blog, em relação à reacção de Saramago, bem como de toda a Imprensa!

Sou Portugues de Portugal e adorei o filme, o unico senão é o facto de este estar em inglês... sei que para causar impacto era necessário se-lo, mas entristece-me um pouco este facto, principalmente porque Saramago ama o seu país, fugindo dele pelo facto de este não estar segundo os seus cânones de país "perfeito"

Deixo aqui uma critica que coloquei num fórum onde o seu filme não foi muito bem criticado por parte de criticos... mas com eles podemos nós bem!

"O Cliché começa a cair em desuso, e refiro-me mesmo ao cliché de todos julgarem uma "adaptação cinematográfica" uma "representação cinematográfica", se um filme procura-se representar linha a linha, ou capitulo a capitulo, parte a parte, de um livro, tal e qual como está lá feito, não só em inúmeras situações era impossível, como deixava de ser uma adaptação, mas sim uma representação numa tela daquele filme! Acho descabido, em pleno século XXI ainda julgarem que há filmes "super-fieis" a livros... porque não há nem vai haver, cada um tem a sua opinião e o consenso é uma coisa bastante difícil de se alcançar neste meio.

O ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA de Fernando Meirelles (Não li o Saramago, mas depois do filme podem ter a certeza que irei ler, comentarei aqui posteriormente) foi, é, e será sem dúvida um dos melhores filmes que vi! É bem verdade que há muitas cenas demasiado "hollywoodianas", pequenos pormenores que falham, mas não li o livro, não sei se aí falam também (não deixar entrar telemóveis para o hospício mas eles terem armas...) e um "suposto" erro que li em diversos comentários em diversos sítios, foi o facto do espectador cegar a ver os outros cegarem, e o espectador julgar que está a ter a visão do personagem... sim, ele cega, mas não com a cegueira do personagem, com uma cegueira pessoal e é com esta cegueira que penetramos na essência do filme, nós estamos ali com eles, vivemos no meio deles, a câmara move-se como se anda-se sobre dois pés (e anda, mas no sentido mesmo humano,” ser a nossa visão”), nós percorremos todo aquele acontecimento, cegamos como eles, percebemos o que lhes acontece, estamos ali, ao lado! Infelizmente este plano confunde-se em diversas partes, onde nos tentam situar no espaço segundo planos aerios e acaba por se tornar confuso.

Na sua essência, o argumento, parece-me procurar a obra de Saramago, eu vi ali naquele filme Saramago, do pouco que li e sei de Saramago (confesso que nunca me despertou muito interesse, mas agora, talvez me desperte) percebi que aquilo era, sem duvida, uma obra de Saramago! Uma critica social tão brutal, uma descrição da sobrevivencia/selvejaria/essência humana, todo aquele ambiente, que foi excelentemente trabalhado com uma gama cromática reduzida e grande planos de claro/escuro, onde os corpos se confundiam com objectos, e onde as sombras eram pessoas, era sem dúvida uma obra de Saramago! MAS, não era, obviamente a representação fiel do livro, e não foi, de todo, um filme que cai-se no cliché de Hollywood, naqueles filmes de pessoas trancadas em locais abandonados, de um deja vu de I Am Legend entre outros filmes do género!
Foi mesmo um filme único, onde nos situa perante o mundo da cegueira, perante a sociedade humana, perante a nossa existência, as nossas diferenças, como nós nos mudamos quando ficamos cegos, como nós pioramos/melhoramos quando o mundo fica branco, como o mundo não está preparado para cegar... foi um filme impressionante, emotivo (coisa que de certeza a obra de Saramago não transpõe muito) tocou no espectador, quer pela positiva como pela negativa, e toda a sua representação a nível de imagem foi original, já existe claro, mas na medida em que conseguiu transmitir tudo o que queriam!

Um bom filme, tem de ter uma boa história, este tem uma boa história, se reflectirmos bem este filme vemo-la, bem sublime (ou não!) mas está lá!
Não julguem adaptações cinematográficas, representações de livros, são ADAPTAÇÕES!
Quanto a quem critica o argumento... não a nada a dizer...

Parabéns Fernando, lerei o Ensaio, fiquei curioso e acho que um bom filme que adapta um livro faz isso, obriga o espectador a ler caso ainda não tenha lido!"

Ha, e gostei desta estratégia de marketing do Blog, pena é que se torna repetitivo :P

Cumprimentos,

Pedro Leal Almeida

Ardeus disse...

Vou começar pelo mau e terminar com o bom.

O filme é muito fiel ao livro... mas é o que menos importa aqui.

Eu comecei por dizer que o filme é fiel ao livro, mas apenas num sentido factual.

Mas, se tal como no livro, os personagens não têm nome (e não há problemas com isso quer no livro, quer no filme), no filme os personagens não têm alma.

Como também sou realizador, de vez em quando ponho-me a ver filmes de um ponto de vista profissional, tentando prestar atenção aos detalhes técnicos, mas passados poucos minutos esqueço-me desse objectivo e quando dou por mim, estou só a ver o filme. Emociono-me e ligo-me facilmente aos personagens num filme, mas aqui não consegui ligar-me a nenhum.

De um ponto de vista intelectual, é uma experiência interessantíssima, mas emocionalmente, assistir a este filme é como ver um quadro com inúmeros pontos de fuga colocados ao acaso, sem intencionalidade.

Do ponto de vista intelectual, compreendo o que se passa, porque tomaste uma série de decisões, mas emocionalmente quase dá a sensação que um conjunto de robots filmou e escolheu aleatoriamente os pontos de vista e um mecanismo também aleatório fez a edição. Junte-se a isto um desprezo completo pelo papel que uma banda sonora pode ter num filme e temos o vazio que este filme deixa.

Parece que a opção pelo estilo cinematográfico te absorveu por completo e fez esquecer algo simples e essencial que deveria ser prioridade tendo em conta o material que tinhas em mãos: contar uma história bem contada. A ideia por de trás do estilo é interessante mas foi usada ad nauseam, sem subtileza nenhuma.

Rapaz, como é que conseguiste criar um vazio tão grande... até mesmo na 1ª cena do cão das lágrimas? Eu fiquei com vontade de chorar quando vi o que tu fizeste, como assassinaste essa cena. Eu devia ter ficado à beira das lágrimas, mas nunca por essa razão.

No geral, o problema, tanto quanto me apercebi, já veio de raiz, ou seja, do guião, mas o trabalho feito em cima do guião nem tentou alterar isso. A cena do cão das lágrimas, mais uma vez, é um exemplo acabado disso.

O enorme poder tradicional da banda sonora foi sacrificado por uma razão conceptual... valeu a pena? Valeu a pena deixar que grande parte dos espectadores ficassem indiferentes a todos os personagens?

Não tenho nada contra quebrar as regras que os mestres dos primórdios do cinema criaram (no sentido de contar uma boa história) mas que se pesem sempre as vantagens e desvantagens de o fazer.

Nos próximos dois anos tenho que pôr cá para fora 2 horas de filme sobre um tema polémico e a minha prioridade é garantir que os espectadores se ligam emocionalmente ao que estão a ver. Reverencio o tema e por isso vou-me por no meu lugar: operário. Quero ser só um instrumento que esse tema usa para chegar aos espectadores.

Se para isso tiver que usar todas as velhinhas regras de Hollywood, uso. Porquê? Porque o importante para mim é o tema, depois os espectadores e por último a minha ambição artística. Vou fazer um projecto paralelo onde aí sim, vou despejar toda a minha criatividade de forma absolutamente livre. Se alguma dela puder ir parar ao projecto principal, excelente, mas só vai desde que isso não perturbe a percepção do tema e se possível, que a melhore.

Ao ler o “Ensaio sobre a cegueira”, a história parecia gritar, pedir para ser posta em filme. Ela não sabia o que dizia.


Já falei da parte má... passando à boa.

Obrigado. Obrigado pelo blog. Foi fascinante segui-lo, foi a melhor parte do projecto de passar o "Ensaio sobre a cegueira" a filme.

Admiro-te, sério. A abertura com que escreveste foi impressionante e inspiradora. Muitos parabéns. És um exemplo a seguir.

ROBNEY BRUNO disse...

A VISÃO DA CEGUEIRA

por Robney Bruno

Imbuído de uma das maiores expectativas que já tive na vida, fui assistir, em sua semana de estréia, o filme ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA, de Fernando Meirelles. Li o livro em novembro do ano passado, logo depois de descobrir o blog do diretor, onde ele expunha todo o seu processo de criação e as difíceis escolhas que deveria tomar até que o filme estivesse pronto. E confesso que tanto a leitura de um como o outro, me deixaram em estado latente, tamanha ansiedade de ver na tela a tradução de tudo aquilo que vivi no livro e nas experiências expostas pelo diretor.

Com a frase em mente: "Em um filme que fala sobre falta de visão, nada melhor que deixar os olhos bem abertos” (do ensaísta a cineasta Carlos Daniel Reichel) , sentei na poltrona mais afastada de uma sala que não chegava a meia lotação, arregalei os olhos e pensei no último parágrafo do livro: É agora, chegou a minha vez!

Mas, ao contrário do que esperava, assistir ao filme foi como tomar uma ducha de água fria. Aos poucos o turbilhão de emoções, que esperava que fosse despejado na tela, deram lugar a sensação de estar vendo mais um daqueles filmes que, com o passar do tempo apenas ocupará o seu espaço comum empoeirado nas prateleiras das vídeos-locadora.

A primeira impressão é a de que estamos embarcando numa viagem de turismo, só que com um guia que leu errado a história do lugar. Do outro lado do vidro (ou da tela, se preferir), assistimos uma raça de animais irreconhecíveis, brigando para sobreviver num mundo irreal: "Atenção senhores passageiros, deste lado temos a ala da mulher do médico que finge ser cega, deste outro, a ala dos estrupadores sedentos, lá fora temos o caos, e cuidado com os corredores que estão cheios de coc^... " Ih! Cadê a merda toda? Cadê a sujeira? Cadê a jugular do ceguinho boa pinta jorrando sangue? Cadê as cenas tão comentadas de estupros? Cadê as pessoas famintas de fome? Cadê as montanhas de lixo espalhadas pela cidade? Cadê a velha cega comedora de carne crua? Cadê o clima apocalíptico? Cadê os elementos simbólicos que deveria ser utilizados em sua narrativa? Peraí, isso não é o cão das lágrimas, ou é?

É verdade. Tudo isso tem no filme. Ou quase. Mas de uma maneira tão superficial, que não chega nem a 20% dos aspectos de desumanização e podridão contidas no livro. Talvez um dos maiores erros, entre tantos, cometidos pelo diretor, foi ter-se limitado ao tempo de apenas 2 horas para contar a sua versão da história. Devido a uma montagem que peca por um ritmo acelerado, claramente extraída dos seus filmes anteriores, vemos cenas marcantes do livro passar na tela, sem que tenhamos tempo de imersão para digerir as sensações que elas deveriam nos passar. Falo da indignação das ações cometidas pelo grupo da camarata 3 e principalmente da sensação de fome e abandono que o livro tão bem nos faz sentir. É claro que o meio literário nos permite mais tempo para que estas sensações ocorram, contudo o roteiro do filme jamais deveria ter negligenciado certas passagens que pudessem fazer com que os nossos sentimentos se aproximassem da realidade vivida. Cito claramente o momento quando o grupo vai à casa da rapariga de óculos escuros e encontra uma velha que sobrevive comendo carne crua de coelhos e galinhas, e que foi descartada do filme. Esta cena, ao meu ver, seria primordial para entendermos como o processo de desumanização nos faz aproximar realmente da essência daquilo que somos: apenas animais em busca, cada um, da nossa própria sobrevivência.

Assistir a este filme me lembrou as visitas que já fiz ao zoológico com as minhas filhas. Vemos os animais presos em suas jaulas atolados na própria merda e não somos capazes de sentir a mínima piedade. Falta-lhe sensações humanas. Falta-lhe sensações reais. Em nenhum momento somos levados a nos importar com o que acontece com suas personagens, porque simplesmente não nos vemos nelas. A impressão que se tem é que o filme se perde na construção dessas sensações e motivações, e que, devido ao pouco tempo que o roteiro lhes reserva, os atores são sub-aproveitados em suas atuações. Faltam-lhes tempo para atuar. Tempo para nos passar as sensações que vivem, ou que deveriam viver no filme. Só para ficar num exemplo, destaco a personagem do velho da venda preta, que no livro tem uma importância fundamental, mas que no filme praticamente desaparece.

Contar uma história onde uma das premissas é não revelar os nomes e nem o passado de suas personagens, pode parecer ir contra qualquer manual para se fazer um bom filme, mas desprovê-los de tempo para que nos passem sensações como: fome, cansaço, sono, descrença, solidão, carência, egoísmo, indiferença e até mesmo esperança; é algo impensável para a adaptação de um livro que tanto nos enche desses sentimentos.

Ao final da projeção o que nos resta é o sentimento de que fomos guiados em uma história de cegos, onde o cão que nos guiara também era cego. Nem os olhos da Julianne, nem os olhos do diretor, foram capazes de nos fazer enxergar o que vimos na leitura do livro. Ainda, mesmo assim, sobre as suas viseiras, conseguimos extrair alguns momentos que são poucos perto do que prometia: Cito o encontro das mãos do primeiro cego com a sua mulher; o grupo tomando banho na chuva; os cães famintos na escada devorando um cadáver; a subjetiva de quando o primeiro cego volta a enxergar; e uma grata surpresa reservada só a nós brasileiros, quando somos levados as nossas raízes brejeiras pelo lampejo da trilha sonora na guarita dos guardas do confinamento.

Para um filme cuja expectativa criada ao longo dos últimos meses, era uma corrida rumo a tão sonhada estatueta dourada, temo que o que sobrou do seu processo de mutilação e escaldamento, seja suficiente apenas para expô-lo naquele já mencionado espaço empoeirado nas prateleiras das vídeos-locadora.

Gosto bastante do trabalho do Fernando Meirelles e da maneira lúcida como ele conduz os seus projetos, para julgá-lo por um filme que ficou tão aquém dos seus anteriores. Apenas não vou aqui fazer parte do saco da bajulância que o acompanha, e dizer que o filme têm aquilo que ele realmente não apresenta. Para o bem do bom cinema e de nós cineastas brasileiros, precisamos abrir os olhos e enxergar além daquilo que o filme nos mostra, ou melhor, daquilo que ele não foi capaz de nos mostrar

João Esteves disse...

Eta blog porreta, indicado por um grilo bem falante do GO. Valeu conhecê-lo e voltarei par ler os demais posts. Pelas informações específicas, uma referência. falando em referência, sou amigo pessoal do Paulo Lins, que você filmou.

Unknown disse...

Muito bom o blog, parabéns!
Continua assim pra =))

Visitem o meu também:
http://www.gateenhas.net/
Se tiver interesse em parceria, comenta por lá que eu entro em contato.. Abraços!

Nei Duclós disse...

15 de Dezembro de 2008
Diário da Fonte
ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA: NÃO VER É SENTIR

Nei Duclós

A crítica cinematográfica é cega. Não consegue enxergar um filme. Acharam “Ensaio sobre a cegueira”, de Fernando Meirelles, baseado no romance de José Saramago, deprimente, apocalíptico, azedo, óbvio. Se é para despejar adjetivos, para que a crítica? Uma análise precisa ver o que a obra mostra de maneira explícita, em todos os frames, cortes, formas, objetos, situações, diálogos, cores. E não o que o crítico acha. Não podemos achar nada sobre coisa alguma, apenas nos render ao que é evidente. E o filme é de uma transparência didática e cristalina: despojados da visão, as pessoas se desvinculam dos laços sociais, que regem a vida contemporânea por meio do massacre dos signos manipulados (os faróis do trânsito, as faixas de segurança, a indústria visual). Emerge então o que estava enterrado sob pressão, a barbárie e o sentimento.

A barbárie se manifesta na reprodução fiel da sociedade no microcosmo de um abrigo dos infectados pela epidemia (com um assustador Gael Garcia Bernal na liderança dos malfeitores). As pessoas chafurdam na sujeira, se submetem às maiores humilhações por comida, matam-se mutuamente, abrem mão dos vínculos familiares, se despedaçam. Quando ficam livres da prisão, encontram o Brasil, o país que não vê onde está realmente metido. As cenas de São Paulo imunda é o retrato do país entregue às moscas e aos cachorros. Numa das cenas, em que essa maravilhosa atriz chamada Juliane Moore entra num supermercado que está sendo saqueado, vemos exatamente as mesmas imagens que recentemente assombraram o noticiário, quando uma multidão entrou num supermercado inundado. As situações são praticamente idênticas.

O Brasil, no filme de Meirelles, é a metáfora do mundo entregue ao caos, por força dos que não conseguem mais ver o ambiente que produziram. É muito pior do que a favela carioca. No Rio, a brutalidade está confinada aos redutos da miséria. Aqui, é a cidade inteira, gigantesca, que está imersa no caos. Os cegos tentam sobreviver assaltando, aos berros, encontrões, empurrões, arranhões. Ao mesmo tempo, descobrem que podem sentir alguma coisa pelos seus semelhantes, os que estão mais próximos, que compartilham a saga e o martírio.

Não se trata de amor à espécie, que a simples eliminação da visão não irá despertar. Mas de algum amor, que se manifesta no velho (um tocante Danny Glover) que se declara à moça (Alice Braga, a estrela cresce), na relação de amantes isolados, no arrependimento das traições (Mark Rufallo, intenso, concentrado), na descoberta dos rostos antigos e distantes. Livres dos signos que decidem a vida social do dinheiro, dos carros, dos edifícios, dos papéis e funções profissionais, as pessoas se reencontram, emocionadas com o que podem tocar e ouvir.

A civilização em queda, em Meirelles, é o paredão de concreto que tolda a visão do próximo. O céu, a natureza, ou a tempestade branca, símbolo da cegueira, é o rito de passagem necessário para que volte o que perdemos. É por isso que Juliane olha para o alto e vê a representação da cegueira. Depois desce o olhar e vê o muro de edifícios de Metrópolis. São Paulo, a megalópole brasileira, encarna o pesadelo da civilização que não se enxerga e vai em frente com seu trem de insânias.

Todo filme é sobre cinema: Juliane, a única que vê, é o olhar do cineasta que acompanha a tragédia. Ela pouco pode fazer a não ser olhar a loucura tomando conta de tudo. Há impotência em sua expressão de dor diante da brutalidade. Há denúncia nesse desespero mudo, mas não cego. Quando todos perdem a visão, o artista é o único que enxerga. Se ningém conseguir ver o que ele mostra de maneira tão eloqüente, é porque o Mal venceu e pouco resta de esperança.

Ficar indiferente ao filme é participar do cerco a essas evidências. Fernando Meirelles, autor de grandes obras, compõe a dor de ver, e o que ele enxerga é uma janela para o que nos oprime. Vamos ficar atentos, descobrir o que nosso olhar viciado oculta. Para isso existe o grande cinema.

http://outubro.blogspot.com

Natalie Jorge disse...

Pena que você parou de escrever. Adorei ler seu blog. É muito bom saber que outras pessoas, mesmo experientes e renomadas como você, passam por críticas e reavaliações do trabalho. É difícil engolir pois sinto como se meu trabalho fosse meu filho.

Quando assisti o filme, logo pensei no "Irreversível", o qual não assisti por ter aquela cena horrível de estupro. Acredito que posso falar em nome da maioria das mulheres que é muito difícil assistir a uma cena como essa. Ao ver seu filme, mesmo depois de todos esses corte que você fez, foi muito difícil assistir essas cenas. Incomoda muito, dá um nó no estômago. Fiquei chocada. Fui para casa e não consegui parar de pensar nisso. Fiquei pensando em como os homens são.

É difícil.

Parabéns pelo trabalho. Apesar das cenas forte o filme ficou muito bom!

Unknown disse...

Caro Fernando,
Sou fã de seus filmes, mas passo agora à categoria de seu fã pessoal. O oferecimento do prêmio ao De Sanctis foi um ato político da maior envergadura, mas pode segurar o corpo, porque a rebordosa vai ser forte, rsrsrs
Você agora ganha o "Brasileiros do Ano" com muito merecimento.
Tovar

Voz da Tribo disse...
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Voz da Tribo disse...
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Voz da Tribo disse...

acabei de ver o filme e preciso de dizer que adorei. quem vai ver um filme destes nao pode estar a espera de sair igual como entrou.
penso que as pessoas que dizem que o filme tem violencia gratuita é porque de fato devem ser pessoas que nao querem ver...a verdade é que geralmente custa a ver, daí o filme ser fantastico!
a cena das mulheres que tem que se deitar com os homens da camarata 2 esta brutal. apesar de ser violento e me ter dado uma sensaçao de nojo dos homens, ou melhor da humanidade. est´´a muito bem conseguida, na verdade quase que nao se ve nada mas sente se tudo. quero dar os meus parabens ao fernando e à equipe toda pelo excelente trabalho, em especial à fotografia! quero voltar a ver o filme e ja estou a recomnedar a todo agente. obrigada pelo vosso trabalho.
ana marta(portugal)

Carol disse...

Preciso terminar de ler esse livro. Não consigo. é algo inconsciente. Talvez o medo de chegar ao fi me permanecer tudo naquel caos.
Saramago é brilhante. Assim que sair em DVD, vou assentar sozinha para ver o filem de Meirelles.

CICAS disse...

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Unknown disse...

Acabei de assistir ao filme, estou ainda na metade do livro de José Saramago, e, quando li no blog do diretor "Sobre fogo amigo, concessões e montagem", fiquei mto entusiasmada com o mesmo, pois a cada nova montagem que ele afirmava ter feito, cada cena rodava na minha mente. Ora concordava, ora descordava dos comentários das pessoas que fizeram parte do "teste screening". Enfim, gostaria de parabenizar ao diretor Fernando Meirelles pelo excelente trabalho. O filme conseguiu captar, na minha opinião, a essência do livro. Estou mto orgulhosa, porque posso perceber que nossos artistas brasileiros (diretores, atores, produtores etc) estão conseguindo alcançar excelência junto ao cinema americano de forma excepcional! Um grande abraço, Carla Xavier

eduengler disse...

Sou apenas um viciado em filmes.
Desde aqueles passados em clubes nos anos 70, sobre tela de lençol.
Bem, assisti este e só tenho uma palavra a descrever-lo.
Sublime.

Guto Leite disse...

Olá Fernando,
sou poeta "de formação", mas ocasionalmente parcerio com um amigo roteiros de curta universitários... Bom, o importante é que vi hoje pela primeira vez o "Blindness" e entendi o motivo de tanta controvérsia que acompanhei nestes meses. Na minha opinião, você chegou fundo demais naquilo de humano que todos tentam com esforço se afastar. Não sei nem se é possível vislumbrar o quão fundo do vespeiro você acabou por mexer, na verdade. Eu, por exemplo, comecei a chorar na cena do tumulto (no isolamento) e só me recobrei totalmente das lágrimas na chuva do final, mesmo assim, com um sorriso ressabiado, como se diz em Minas! Sei que não precisa ouvir isso de um pequeno escritor como eu, mas não se preocupe com as críticas apressadas das pessoas. Você, a meu ver, elevou seu filme ao julgamento da História e só lá ele vai poder ser condenado ou absolvido ou nada disso... (pois muitas vezes duvido deste martelo do tempo também) De toda forma, fazer esse nível de arte, e você o fez, já é um enorme passo e agradeço de coração pela experiência de hoje. Grande abraço e sucesso nos trabalhos futuros.
p.s.: ressalvo o relato da minha fragilidade por ter visto "oito e meio" ontem, que, cá entre nós, é um soco, não, parceiro?!

Stefano Venuto Barbosa disse...

Caro Meireles,
Li o livro e vi o filme. Não sou um perito, nem um intelectual, para enxergar nem no livro, nem no filme uma obra de arte. Talvez, porque seja sincero, talvez porque você não precise da minha opinião, mas jamais faça algo dessa espécie. O livro é bem chato (olha que já disse: sou sincero!) o filme é melhor. Tenho a maior esperança de que você é o único diretor brasileiro capaz de trazer um Oscar para o Brasil, mas procure algo mais simples da próxima vez. Você é um cara bacana e bem sucedido, não precisa da minha opinião, mas faça algo alegre, pelo menos uma vez na vida!

Antonio B Duarte Jr disse...

Gosto muito dos artigos de ótima qualidade do seu Blog. Esse filme é ótimo!!! Quando for possível dá uma passadinha para ver meu Curso de Informática à Distância. Antonio B Duarte Jr.

Henrique Martineli disse...

Olha, eu li os post e fiquei irritado com o pessoal do test-scrennãoseioquelá. Obra de arte é obra de arte. Filme comercial é filme comercial. O pessoal do test-screening não poderia ter avaliado o filme como uma produção comercial. Simplesmente não. O ponto de vista para se observar esse filme é outro. Deve ser outro. Tratá-lo como um filme comercial é simplesmente incoerente, até porque é baseado numa obra.
Eu ainda não vi o filme, mas sou fã do Meireles e tenho certeza que esse filme irá seguir seu padrão de qualidade, assim como "O Jardineiro Fiel" e "Cidade de Deus".

filipe disse...

Pô... você já deve estar cansado do blog, mas como termina a saga da finalização? E o lançamento?
Gostaria de ler aqui antes que o livro "diario de blindless" saísse em edição encadernada junto ao roteiro (q tal?).

Grande abraço!

Unknown disse...

henrique, tem 25 milhões investidos no filme cara, eu tbm ia querer ter uma segurança q ele tivesse retorno financeiro!

Ardeus disse...

Olá Fernando.

Resolvi seguir o teu exemplo e criar um blog para acompanhar a produção de uma série de filmes para um museu.

Ainda estou a ter alguma dificuldade em encarar o tema: as baleias e os homens que as caçavam.

Seguir o teu blog foi inspirador. A forma como te expuseste foi espantosa.

Aí fica o link para o meu blog:

http://cap-ahab.blogspot.com/

Abraço e boa sorte.

Abraço

Nat disse...

O blog é genial mesmo !

Em-conexão disse...

Olá tudo bem. Meu nome é Juliano Sanches, sou jornalista, moro em Campinas e admiro seu trabalho. Como pude perceber você comentou a questão da aparência. Isso acontece com muita frequência. Às vezes, começamos um trabalho, e vemos só o lado luz dele, e não percebemos que lá também existem sombras. E quando não notamos as sombras, parece que, aos poucos, elas só tornam muito evidentes para outros, que não estão energicamente envolvidos com a produção do nosso trabalho. As sombras estão em tudo. Quando observamos elas, e tentamos descobrir o que elas querem nos mostrar, parece que a o processo flui de maneira relativamente dinâmica e previsível.
Olá tudo bem.
Iniciei um blog de reflexão sobre as culturas do povo, o auto
conhecimento e a natureza. O espaço trata de temas particulares e gerais, e dedica a atenção às experimentações com o uso de imagem. Esse blog foi inspirado na obra Ethos Mundial, do escritor Leonardo Boff e, por isso, tem como base a promoção de uma ética planetária, fundamentada na universalização dos saberes. Nas palavras do filósofo e teólogo Leonardo Boff, "trata-se de entender a Terra como totalidade físico-química, biológica, socioantropológica e espiritual, una e complexa; numa expressão: nossa casa comum". Baseado nessa visão, idealizei um espaço de multiplicação dos saberes, para que, assim, possamos, de alguma forma, aprofundar as questões sobre a natureza e as alternativas de convivência com as adversidades cotidianas. Chama-se "Casa do Juliano Sanches". Comecei a fazer algumas experiências de coleta de informações. Durante os finais de semana, eu dedico uma parte do tempo à observação e ao acompanhamento dos coletores de lixo de Campinas. Já fiz amizade com alguns deles. Com as experiências, eu iniciei uma reflexão sobre a falta de visibilidade dos trabalhadores braçais. No blog Casa do Juliano Sanches (http://casadojulianosanches.blogspot.com/), eu também dediquei um espaço ao tema. O meu objetivo é verificar como são as relações sociais entre coletores de lixo e a população que anda pelas ruas de Campinas. Fiz algumas comparações entre carroceiros, profissionais de limpeza de banheiro, garis e margaridas. Pude perceber que são pessoas receptivas. Apesar de vivenciarem uma situação de anonimato, produzida pelos dispositivos da sociedade, eles aindam conseguem, mesmo que minimamente, manifestar suas visões a respeito das condições de sobrevivência nas cidades industrializadas. Fiz algumas fotos de dois dos garis que acompanhei. As imagens dos rostos deles fazem uma representação evidente das dificuldades vivenciadas pelas ruas, principalmente o cansaço e o abandono da sociedade.

Quando puder, visite minha casa.

O endereço é http://casadojulianosanches.blogspot.com/

Um grande abraço.

Unknown disse...

Fiquei com vontade de ver o filme.

Abraço

Cícero
www.cicero.art.br

Paula disse...

Acabei de assitir o filme em DVD e amei! Intenso sim mas belíssimo - que mão do Meirelles! Alguém sabe me dizer onde foi filmada a última cena? Reconheço a torre da transamerica mas não a igreja - parece o Pacaembu mas visto de onde? Alguma idéia?

Gustavo disse...

Este blog ainda está de pé?? Bom, eu vi o filme duas vezes no cinema, uma delas na estréia, e adorei. Tomara que o Meirelles adapte outro livro do Saramago.

Edmundo Alencar disse...

Fantástico, emocionante e tocante, me senti da mesma forma de quando assisti Awakenings ( tempo de despertar) maravilhoso, sensível e os cenários da cidade devastada faz você realmente sentir e universalizar o filme, você interage com o que esta assistindo. Esse filme traz uma mensagem de força e perseverança e mostra de forma nua e crua como o a humanidade pode ser tão bela e tão monstruosa, apresentando o que realmente temos dentro de nos quando as imagens do “espetáculo” não podem agir sobre nós e me faz pensar onde realmente esta a janela da alma, traz de forma tocante a índole humana seja para o bem seja para o mal. Bravo Saramago e Bravo Fernando Meirelles!! BRAVO, BRAVÍSSIMO!!!!!!!!!

Luciana Maryllac disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luciana Maryllac disse...

"Chega de coisas não terminadas na vida"

Você pode me ajudar a terminar uma idéia? Escrever um roteiro é algo complexo... Traduzir em palavras pensamentos e idéias...traduzir em imagens, vídeo...

Eu sou jovem, estou procurando algo que ainda não encontrei. Mas o tempo não pára de correr, e isso me dá gastrite nervosa...

O que fazer com minhas idéias? Como conseguir um emprego? A cada filme que assisto me sinto mais completa, mas no enredo da minha própria vida parece que nunca estou na hora certa, no lugar certo, com a pessoa certa. Quero trabalhar com vc!

Boas vibrações!
E MERDA! ...antigamente quando o povo ia ao teatro a cavalo e carruagem, depois da peça ao irem embora pisavam nas feses do animais que aguardavam na porta amarrados. Por isso, quanto mais merda se pisasse, significava que mais público se tinha. Muita merda tornou-se a expressão de "um bom espetáculo e um excelente público!"...Fantástico!

Até breve!
Luciana Maryllac - lumarillac@gmail.com

Anônimo disse...

Acabei de assistir. Me deu vontade de te dar aquele beijo que você deu no Saramago. Saramago me fez enchergar e você Fernando, você me deixou muda. Obrigada!

Anônimo disse...

Acabei de assistir. Me deu vontade de te dar aquele beijo que você deu no Saramago. Saramago me fez enchergar e você Fernando, você me deixou muda. Obrigada!

Puto em Maputo disse...

acabo de assistir ao filme em um cinema em Moçambique África, o fogo amigo deu certo, adorei ao filme! Obrigado por mais este fantástico trabalho!

Gustavo Machado disse...

Queria parabenizar pela coragem em adaptar esse clássico do Saramago, de fato é um grande desafio. Abraço :)

Meggie disse...

Poxa vida...
=)
Como é bom ler esse blog!
Obrigada por compartilhar tão sinceras palavras conosco.

Unknown disse...

Eu já havia dado uma olhad ano Blog,más fazia um tempo já,ainda estavam gravando o filme eu acho,e ví o filme agora a pouco,e estou maravilhada,o filme é simplesmete perfeito,o Fernando soube condizir a estória perfeitamente bem,durante o filme,tive sensações como medo,angustia,raiva,sofri junto,tive um misto de muitas coisas,relmente me fez pensar,e como eu escrevo muito para teatro e contos,o filme me deu muitas ideias,relmente é um lindo trabalho artistico,e um elenco maravilhoso.

www.sempremaisestetica.com.br disse...

Legal demais esse blog. Continue assim.


post interessante.

olhem meu site: http://www.sempremaisestetica.com.br Ele tem várias promoções. Tudo sobre estetica... Desenvolvido pela Namp galera. Vlw.

Unknown disse...

Olá Fernando Meirelles, sou aluna do Doutorado em Eng. e Gestão do Conhecimento, da UFSC (Fpolis) e na disciplina de Semiótica estamos fazendo uma leitura da intersemiose existente entre o teu filme e o livro do Saramago e gostaríamos de saber da possibilidade de você nos disponibilizar algumas fotografias do filme. Contato: iandrapavanati@hotmail.com

Unknown disse...

Gostaríamos, também, se possível de poder acessar ao roteiro.

Desde já agradecemos o auxílio e a atenção.

Unknown disse...

Olha.. acabo de assitir o filme.. estou assustado... o melhor filme e um dos piores sentimentos que já senti. Fernando expõem as misérias humanas.. o mundano, o pervertido de nossas idéias.. senti prazer e nojo!.. foi perturbador!... obrigado Fernando... esse filme me lembrou "A Metamorfose" ... precisaremos nos transformar em baratas para sermos mais humanos?

Não consigo dormir... obrigado!

kika disse...

Somos uma turma do curso de Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho, da GTI, em Braga, em Portugal. No âmbito de “Cultura, Língua e Comunicação”, foi-nos sugerido a realização de uma entrevista. Como tal, gostaríamos de lhe colocar algumas perguntas sobre a sua vida e obra que nos parecem especialmente pertinentes, dado que estreou recentemente em Portugal o filme “ Ensaio sobre a cegueira”


1. Como e quando surgiu o seu gosto pelo cinema?

2. Sabemos que a sua formação de base é arquitectura. O que o levou, a dada altura a romper este percurso e a dedicar-se as artes visuais?

3. Na sua obra parece-nos evidente a estreita relação entre a literatura e o cinema. Gostaria de comentar este assunto?

4. O que é que o inspirou no romance “ensaio sobre a cegueira”, de José Saramago para o adaptar cinematograficamente?

5. O título sugere um filme sobre a cegueira mas parece-nos mais do que isso: uma história sobre a degradação da sociedade, os limites do ser humano, a falta de moralidade e o desespero na luta da sobrevivência. Acha que o filme retrata a sociedade actual? Qual o seu objectivo? Critica? Denuncia? Alerta?

6. Aguardamos com expectativa o seu próximo filme. Diga-nos, nesta fase da sua carreira, continua a sonhar que pode mudar o mundo?

Unknown disse...

Eu ainda te leio, mas será que você me lê...?
Eu sempre choro com os seus trabalhos, por isso não sei se eu te amo ou te odeio, mas de qualquer forma, eu te respeito. Você é genial.

Unknown disse...

Boa noite, me chamo Anderson, passei por um momento na vida que não foi nada fácil, aconteceram várias coisas, tudo isso começou com um relacionamento que tive através da internet, não ficou apenas nos computadores, resolvemos partir para algo real, com todos os acontecimentos que tive, resolvi me desabafar escrevendo tudo que se passou durante esse tempo, mostrei isso para algumas pessoas, todas ficaram pasmas de verem o conteúdo, apesar de precisar de correção ortográfica e gramatical, disseram que o conteúdo é interessante e faz com que as pessoas se precisem de ler, algumas disseram que poderia se tornar um filme, outras disseram que pode ser um livro.
Não escrevi nada pensando nisso, mas sim na nescessidade de me desabafar, pois todas as pessoas que eu confiava me viraram as costas, e qualquer palavra que eu falava para um sempre ia adiante, me sentia incomodado por isso.
Eu escrevi tudo, mas como as poucas pessoas que leram mostraram muito interesse no texto, venho aqui pedir talvez uma ajuda ou auxílio, gostaria de saber se isso pode ser colocado em uma tela, talvez esteja pensando muito alto, mas talvez seja possível de fazerem um filme contando essa história.
Se por acaso tiver algum interesse eu mando todo o texto para analisarem.
Obrigado.

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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Luccas Florencio disse...

Muito bom o seu trabalho ! estarei acompanhando o seu blog ! um abraço !

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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Mayra Gabriela disse...

Fernando,

Eu e meu grupo, da faculdade de Jornalismo da Anhembi Morumbi, estamos fazendo nosso TCC sobre marcelo Tas e precisamos de seu contato para entrevista, isso pode ser possível?
No aguardo
Mayra

Unknown disse...

Ola Fernando.
Aqui é o Roberto Wolochyn, que mora em Paris e vai entrar na Louis Lumière ano que vem para fazer cinema,encontrei você e sua familia ontem aqui em Paris num bistrô, lembra-se?
Seguinte: eu gostaria do seu contato de email para que você possa me indicar o meio mais facil para começar a trabalhar com documentarios.O Brasil esta precisando saber de algumas verdades...Caso você fique por aqui mais algum tempo, mande-me um email que eu te passo o meu telefone e, se você tiver tempo, nos encontramos para conversar melhor.Se não for possivel, pode ser por email mesmo, ok?Um abraço, boas férias e à bientôt!

Roberto Wolochyn Marinho

Unknown disse...

bom, não sei se você conseguiu visualisar meu email, de quelquer forma:

betomarinho2006@gmail.com

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

hello... hapi blogging... have a nice day! just visiting here....

Karina Cividanes Izzo disse...

Olá Fernando!
Demorei muito tempo pra ver o filme, mas o que importa é que vi e AMEI! Até postei uma mega comentário no meu blog, e fiz uma pequena comparação com a sensação que tive quando assisti Vanilla Sky. Se quiser ler:
rangocinemaemusica.blogspot.com

Abraços,

Karina Izzo.

Érica She* Almeida disse...

Fernando,

Sei que é muita pretensão minha mas precisava de um e-mail direto seu. Precisava, muito, de um depoimento seu para o desenvolvimento de um trabalho de pesquisa que estou fazendo. Seria possível?

Atenciosamente,

Érica Almeida

Érica She* Almeida disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Érica She* Almeida disse...

Fernando, boa tarde!

Precisaria muito conversar com você por e-mail, pois estou desenvolvendo um projeto de peesquisa e queria, muito, contar com seu depoimento nele.


Seria possível?

Atenciosamente,

Érica Almeida

Brasil Empreende disse...

Ola. Estou passando para convidar para conferir a postagem: “Download: Um futuro com três pontos...” Estamos realizando, também, três enquetes e gostaríamos de contar com o voto de vocês.
Sua visita será um grande prazer para nós.
Acesse: www.brasilempreende.blogspot.com
Atenciosamente,
Sebastião Santos.

Brasil Empreende disse...

Ola. Estou passando para convidar para conferir a postagem: “Download: Um futuro com três pontos...” Estamos realizando, também, três enquetes e gostaríamos de contar com o voto de vocês.
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Atenciosamente,
Sebastião Santos.

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