segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Post 12: Sobre filmar em SP, Síntese e Culpa
Escrevi este texto faz um tempo, depois reli, achei meio desinteressante e fui deixando de lado. Ontem, na festa de casamento de uma prima, me perguntaram se eu iria interromper esse diário assim sem aviso, como o final de um filme do Kiesloswsky. Depois deste comentário, mesmo achando o texto meio desinteressante, resolvi prosseguir nesta empreitada. Aí vai:
Quando os personagens desta história saem do asilo, não há mais carros ou aviões ou qualquer tipo de motor ligado na cidade, então precisávamos de um lugar silencioso para filmar em São Paulo. Encontramos na Granja Vianna a casa do Márcio Amaral, coincidentemente meu amigo e vizinho. Irresponsavelmente, ele topou se mudar com a família para um hotel por um mês e deixou que invadíssemos sua casa, que tirássemos todos os móveis, destruíssemos seu jardim e ainda deixássemos o Juca, seu labrador, deprimido. Não temos cerca separando nossos terrenos, então literalmente, eu acordava, atravessava o jardim e estava no set. Um filme deste tamanho ficou parecido com filme de estudante, filmado praticamente no quintal. A grande vantagem de ter feito assim não foram só os minutos a mais de sono todos os dias, mas a privacidade. É mais constrangedor para alguém tocar a campainha de uma casa e pedir para entrar para dar uma olhadinha, então o set foi sossegado.
Rodar no meio da cidade, porém, foi mais movimentado. Ao chegarmos nas locações, sempre havia gente nos esperando, eu não entendia como as pessoas adivinhavam onde estaríamos rodando, até um dos curiosos me explicar que havia um grupo no Orkut que divulgava nosso plano de filmagem regularmente. Aliás, não entendo muito o interesse das pessoas em assistir a filmagens. Filmagem é a coisa mais chata se você não está trabalhando. Talvez mais chato do que assistir a um dentista obturando. (Eu nunca liguei para minha dentista para pedir para ir vê-la fazer uma obturação). Mas não atrapalhou, pois a platéia sempre colaborava, o problema é que tínhamos a idéia de não mostrar imagens do filme antes dele ser lançado, nem mesmo no trailler, mas, com esse vazamento de informação, alguns jornais mandaram fotógrafos e tivemos que desistir desta estratégia. O Estado de SP nos pediu permissão e publicou uma reprodução que fizemos de um quadro do Brueguel. É uma bela foto, mas me arrependi de ter liberado. Mas agora que já foi feito, o melhor é escancarar de vez. Eis aí a foto do nosso set pelo Estadão e abaixo o Brueguel:
A idéia de reproduzir quadros num filme não é original mas, nesta história sobre visão, trazer referências do imaginário humano ao longo do tempo pareceu fazer algum sentido. Fora este Brueguel, quem conhece um pouco de pintura vai identificar referências a Hieronymus Bosch, Rembrandt, Malevitch, alguns dadaístas, cubistas, Francis Bacon, gravuras japonesas, e principalmente algumas telas do Lucien Freud que nem referências são, são cópias mesmo. Homenagem. O que me espantou ao reproduzir estes quadros foi constatar que apesar do nosso empenho em buscar imagens expressivas no filme, cada vez que estas referências aparecem na tela elas saltam. Isso talvez explique porque estes artistas resistiriam ao tempo. Em seus trabalhos, conseguiram alguma espécie de síntese que mesmo nessas cópias, fora do seu tempo, ainda continuam expressivas.
Buscar imagens/síntese que expressem o filme como um todo é uma espécie de distúrbio que tenho. Sempre que penso em algum filme, me vem associada uma imagem como se fosse um registro emocional das duas horas de projeção. Às vezes são imagens espetaculares. Por exemplo: Penso em “Fitzcarraldo”, do Herzog e me vem a imagem daquele barco preso por cordas puxadas por centenas de índios sendo arrastado morro acima, não por acaso a imagem do pôster. Mas às vezes são imagens bem mais simples, como a expressão da Liv Ulman olhando a Ingrid Bergman tocar Sonata ao Luar em “Sonata de Outono” ou a mãe do Bambi correndo na neve antes de ser baleada pelos caçadores. Sempre que ouço a expressão “cinema brasileiro” me vem um plano de “Vidas Secas”, aquela família andando contra a claridade do chão árido. Ao fazer um filme, fico tentando criar ou encontrar uma imagem que tenha este poder de síntese. Lembro que em “CDD” havia me proposto a nunca filmar garotos apontando a arma em direção à câmera, um enquadramento clichê de filmes policiais, mas lá pelo meio da filmagem comecei a perceber que não tínhamos uma imagem forte ainda e apelei. Acabei rodando uma cena onde o Douglas Silva, Dadinho, apontava seu trinta-e-oito para a câmera. Intencionalmente, coloquei-o na frente de uma bananeira e pedi para ele dar risada enquanto atirasse. Foi uma atitude mais marqueteira do que artística, confesso. Imaginei que essa poderia ser uma imagem surpreendente do Brasil, o clima tropical, a alegria do moleque negro, não por causa de um samba ou de um gol, mas pela posse de uma arma. Dois anos depois, vi no metrô de Paris, em enormes pôsters, o Douglas apontando seu trinta-e-oitão para a francesada nas plataformas. Mesmo sendo uma imagem contrária ao que eu queria falar com o filme, onde a violência não deveria ser espetacularizada, os distribuidores franceses viram ali uma espécie de síntese e escolheram aquela imagem para representar o filme.
Descobrir qual é a imagem/síntese de um filme me parece tão importante quanto conseguir formular um “story-line” (resumir o filme em apenas uma frase). Em “Blindness” eu não sei exatamente qual será esta imagem/síntese, mas sempre imaginei um filme opressivamente luminoso. Em nossas 12 semanas de filmagens, conseguimos bons momentos de brancura e agora torço para que no meio das 45 horas de material rodado ou dos 3.888.000 fotogramas expostos, haja ao menos um que consiga traduzir esta história. Se não houver paciência, pois as filmagens já acabaram. E acabaram com festas e jantares. Como sempre.
A Ciça, minha mulher, e eu chegamos meia hora antes do jantar de despedida, que foi oferecido pelo Hotel Emiliano, e fomos direto para o quarto da Julianne. O Mark Rufallo foi até seu quarto pegar uma garrafa de vinho branco, nos espalhamos no sofá e coloquei o DVD com algumas cenas do filme já montadas. Não chamamos mais ninguém para assistir, só nós quatro. É duro este tipo de apresentação, é como fazer uma strip-tease, muita exposição, me sinto constrangido.
A Julianne parece que gostou da meia hora a que assistiu e só achou que estava meio exagerada numa cena em que ela chora. Fiquei de rever o material. O Mark, como era de se esperar, elogiou o que viu, elogiou a Julianne, mas ficou arrasado com sua própria performance. Típico. “Eu disse que você deveria ter chamado o Sean Penn”, falou. De fato algumas vezes, depois de acabarmos uma cena ele dizia: “Acho que o Sean Penn ainda está disponível, não me ofendo se você quiser me substituir”. Uma daquelas piadas que não são totalmente piada. Já vi muita gente culpada na vida, mas o Mark bate todos os recordes. É pior do que eu.
Ontem, o Gael (que deu um olé na imprensa brasileira dizendo que tinha voltado para o México, mas ficou tirando umas férias no Brasil) passou na sala de montagem para ver um pouco do filme e depois de elogiar as performances dos colegas me perguntou se algum ator já havia assistido a alguma coisa. Disse que só o Mark e a Julianne haviam visto algumas cenas. “E o Mark achou que estava péssimo, certo?”, perguntou. Risadas. O pior (ou melhor) é que ele está bem para burro, começa o filme como um médico meio arrogante, muito seguro de si mas, depois que perde a visão, começa a se enxergar. E desmonta. Ele parece uma pessoa de verdade, e não o típico protagonista machão de cinema americano, mas vá tentar convencê-lo disso. Talvez a solução para o seu caso seja aumentar o número de sessões de análise ou trocar de analista. Vou sugerir.
E agora pretendo ficar bestando por uns 15 dias, até o início de Novembro, quando começo a acompanhar a montagem em tempo integral.
Coitado do Daniel.
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100 comentários:
Fernando, no seu mundo já é usual, mas o povo quer ver filmagem pra ver gente famosa.
Só por isso.
Vai entender...
ah, não Fernando, não vá dizer que vai abandonar mais uma vez, que depois que o seu negócio decola, você simplesmente arruma um substituto e vai embora... não deixe os blogueiros órfãos!
meu deus, mal vejo a hora de ver esse filme. pelo visto deve estar sensacional!
beijos!
Fernando, não abandone o blog - esse elo entre a produção do filme e nós.
O Mark costuma ter uma atuação surpreende, com sua direção - que é bem diferente das que o dirigiram ultimamente - tenho certeza que ele irá dar um show! Como todo o resto do filme.
Qual a previsão para lançamento do filme?
beijos
Que bom que não deixou este post de lado!!! Estava com saudades... Há muito tempo não sentia tanta anciedade para assistir um filme. A espera está sendo angustiante, mas tenho a certeza de que valerá a pena.
Tb estou ansiosa. Pelo menos um trailer.
Meirelles,
Queria ter algo interessante ou inteligente para dizer, mas, infelizmente, eu não tenho. De qualquer forma, um abraço e boa sorte. Continuarei acompanhando seu trabalho e torcendo por você.
Olá Fernando!! Já da para começar a perceber o começo do fim buáááááá´... Mas o que me conforta é que apesar de saber que esse blog esta com as atualizações de seus post´s com os dias contados sei também que isso significa que a estréia do filme esta próxima e isso me alivia, pois apesar de estar viciado nesse blog estou igualmente obcecado pela esteia desse filme.
Para mim, que se tudo der certo, começarei a estudar cinema em janeiro próximo, a satisfação de ver essa filme será tão completa, pois será a constatação de uma obra de arte que, de onde possível, acompanhei desde o começo, portanto Fernando, como sempre, agradeço imensamente pelas tantas aulas de cinema gratuitas. Obrigado !!
alfamgm@hotmail.com
acompanhei teu blog do inicio ao fim
me deixou tão ansioso que comprei o livro e tô esperando chegar pra devorar duma vez.
muito legal se sentir próximo da experiência de filmar uma grande produção e da experiencia que tens sendo o cineasta responsável por ela.
dá uma certa segurança em saber que qualquer um tem inseguranças.
parabéns, cara
Hahaha. Excelente a história do Mark! bjos
Viajei na idéia de uma imagem-símbolo do filme. Toda vez que me lembro da história vem uma imagem de um horizonte devastado, todo branco, porém devastado. Um chão cinza, com uma escada, e pessoas descendo por ela, frágeis, encurvadas.
Vamos aguardar neh?
Pois é... acabou.
Sabe que eu tive a mesma dúvida: "Será que ele vai acabar com o blog sem dá nenhum tchau?".Cheguei a procurar o blog de The Constant Gardner para saber se era assim mesmo que você encerrava essa "relação". É, tchau não foi dado, mas afinal avisou que já foi embora. Deixou a luz acesa, a porta aberta e muita saudade.
Até a próxima...
É Meirelles, continua postando que se as filmagens acabaram, sabemos que ainda tem muito trabalho pela frente!
Um abraço!
Que prazer ter um cineasta como vc,leio sempre teu diário,que responssabilidade né ,mas ele serve de incentivo pra quem estuda cinema como eu,por favor continue com teu diário,beijokas e muita força querido.
gostei particularmente do trecho em que fala sobre a utilização de imagens de quadros nos filmes..
Fernando,
obrigado por dedicar tanto tempo para o blog. Para cinéfilos como nós é um deleite ler e curtir textos técnicos sobre o trabalho de fazer um filme.
Vou abusar um pouco, aproveitando o tempo que você disse que vai ficar "bestando". Eu gostaria de entrar em contato com algum profissional da área de cinema para conversar a respeito da área, pois estou pensando seriamente em tentar entrar neste mundo.
Atualmente sou Analista de Sistemas mas há anos tenho vontade de trabalhar com edição.
Se você puder, por favor, entre em contato comigo através do email jgslima@yahoo.com.br
Muito obrigado!
Abraços e boa sorte na edição!
Please, não nos abandone. Seu blog é uma maneira fascinante de acompanhar de longe o teu trabalho tão importante e belo.
By the way, quem é Daniel? =P
Adoro sua prima por ter casado a tempo de alguém te lembrar de finalizar o blog. Mas este post é mesmo uma despedida? Parece que sim, eu também não iria querer passar meus 15 dias de férias falando de trabalho, no fundo é isso. Mas, quem sabe na montagem vc sinta vontade de compartilhar mais alguma coisa. Senão, boa sorte. Ah, sobre os quadros, acho perfeito, acho que Bosch tem a cara do filme, mas senti falta de Munch e nem precisa ser o grito, pode ser outro. O expressionismo também casa bem com essa obra, acho eu. Sei lá, mil coisas. Sobre o Mark Rufallo, tudo de bom, mas imaginar vc e o Sean Penn trabalhando juntos dá água na boca até pelos desafios que isso deve representar. Descanse, vc merece.
Fernando....
Finalmente..e senti mais abandonada ainda do outro lado do mundo! As inhas filmagens já estão na terceira semana (só mais 3 to go) e já estamos pensando na nossa Wrap Party e no meu "break" antes de voltar para o Brasil (onde chego dia 24 de dezembro só para a ceia mesmo! ai ai ai...)
Eu lembro da palestra do Charlone que eu assiti no começo no ano no Sindicine (eu acho que é esse o nome) e ele explicando sobre a imagem do filme...como ele cria conceitos e todo o processo para achar a imagem ideal do filme dos livros de arte...das pinturas...enfim...foi muito bom e interessante..e ler vc escrevendo a mesma coisa me fez repensar todo o processo...
Preciso dizer que a minha imagem de CDD não é do Dadinho atirando e rindo...é outra...
Bom..não nos abandone por favor! O mundo on location fica mais vazio!
Um abraço!
Marcia in Palau!
Bom, seria perfeitamente compreensível tentar escrever menos para expôr menos os trabalhos para a internet... a rede é uma dávida mas é uma praga também. Pior ainda com os dispositivos de registro de imagem, cada vez mais multiplicados e reduzidos... praticamente impossível informações e imagens não vazarem. A questão é usar de forma benéfica o meio.
Assistir gravações pra quem é aspirante ou mesmo cinéfilo é sempre uma aula. Lembro que fiz figuração num filme de manoel de oliveira numa igreja, há uns... 8 anos atrás. Fiquei lá, sentado, anotando o andar da caminhada, desenhando como era a câmera, reparando o diretor de fotografia... foi meu primeiro contato verdadeiro com o cinema. E foi bom.
E como alguém falou, SIM, muita gente foi porque tinha atores de fora. Ou você acha que as pessoas se aglomerariam pra ver ator nacional? Se eu tivesse em sampa teria ido ver Juliane Moore, fácil... aliás... é foda ler que você, sua mulher, Mark Ruffalo e Julianne Moore assistiram cenas montadas num quarto de hotel, tomando vinho. Aí é tirar onda demais, hehehehe....
Vão editar em Sampa mesmo? Tomara que retorne logo aos escritos. Abraços
Diário em 12 posts
Um estudante de odontologia, ou alguém apaixonado pelo assunto, adora assistir o procedimento de uma obturação, ou algo mais complicado. Também não é comum um cineasta fazer um blog sobre as filmagens, e olha o monte de gente lendo, comentando e pedindo mais. Mas infelizmente, isso tem que chegar a um final. E o fim desse blog já pode ter acontecido. Então, só podemos dizer obrigado por esse diário delicioso e genial.
Olá Fernando! Não acredito que o Mark se sinta tão insatisfeito com seu trabalho, ele é um grande ator. Confesso que os primeiros filmes que assisti com ele foram comédias românticas, então realmente não prestava tanta atenção na performance dele.
Mas foi só assistir Zodíaco e o filme em que ele contracenou com a Sarah Polley, que no Brasil chama "Minha vida sem mim" que descobri o quanto ele é bom. É bem como vc falou, ele é dos poucos atores dessa geração que parecem pessoas de verdade na tela, transmite uma fragilidade tão natural, humano mesmo, é lindo de ver.
Abraço, estou ansiosa
Mais uma vez esto aqui me debulhando em lágrimas.
Morrendo de raiva de não saber onde foram as filmagens, não moro na Granja, mas vou e volto muitas vezes por semana.
Numa terça, que vou às oito, volto para casa e ao meio-dia e meio estou lá esperando a criançada, preferia assistir às filmagens.
Fiquei pensando nessa coisa de imagem do filme, não sei como vcs filmaram, mas os santos de olhos vendados, e a mulher do médico no depósito, chorando, ao lado do cão...
Que pretenciosa que sou! Não vi nada, não entendo coisa alguma de filmagem e estou aqui dando palpite!
De qualquer maneira, estou imaginando como ficará o resultado final!
Boa montagem!
Paola
Imagens como referência sempre funcionam, ao menos pra mim que costumo memorizar histórias por cenas marcantes. Quanto à "cópia" de telas, acho isso espetacular. Fiquei fascinada quando vi Viridiana, do Luíz Buñuel, quando ele recria a tão famosa Santa Ceia.
Se esse filmé é iluminado, então certamente terás a capa dele, a imagem que melhor divulgue essa obra de arte que estás fazendo. Sempre pensei nele como uma folha branca, mas acho que não teria nenhum efeito. Só funcionaria com aqueles que leram o livro. Quanto ao trailer, uma cena certamente indispensável é o semáfaro. Sempre imaginei. Mas, tantas passagens eu imaginei,tantas são indispensáveis.
Desculpe novamente a intromissão.
Bjos
Thaise de Moraes
Bah, eu sempre quis ler esse livro mas acabava pegando outro. Agora que vem o filme eu tomei vergonha na cara e comecei. MUITO BOM! Realmente é o tipo de livro que tu lê num fim de semana. Agora só falta ver o filme :P
Parabéns pelo trabalho!
Abraço!
Adoro o Sean Penn, mas acho que você fez a escolha certa!
Fiquei tão fascinada nesse blog que mesmo já tendo lido o livro resolvi compra-lo pra ficar entre minhas relíquias rsrrs
Bjs
Seu texto é sempre interesante, e ver filmagens também, digo, para meros mortais como nós que acompanhamos seu diario.
como eu queria ajudar a montar este filme. por mais que seja trabalhoso (45 horas...)
Fiquei pensando.... Sabe pq ninguém vai assistir uma obturação? Pq todo mundo já sabe, já fez.
Mas assistir à filmagem é bem diferente, todo mundo tem uma fantasia, muitos filmes já glamurizaram o diretor que grita: Gravando! ou Corta! Os atores que num passe de mágica "vestem" o personagem.
Nós, os não iniciados achamos que assistindo um pouquinho vamos saber como será na telona, como se fosse um teleteatro.
ISSO Mesmo nao posso ficar sem esse espaço, quando tô deprimida no trabalho, venho aqui leio um post e fico achando que um dia vou fazer parte desse mundo,nem que seja servindo cafézinho no set. Ou até chocolate quente (aquele q vc nao sentiu o cheiro numa das filmagens)
enfim nao nos abandone
foi baum enquanto durou.........
bjos e boa sorte
Concordo com a Tati, não abandone a vida blogger, nós blogueiros sentiremos falta!
Quanto a chamar Sean Penn, sou a mais suspeita em apoiar o Ruffalo, mesmo antes de vê-lo atuar como o Médico. Claro não desmerecendo-o, quem sou eu pra fazer isso?
Eu não esperava que Rachel Weisz fosse excelente em o Jardineiro Fiel, e mordi a língua, Rachel é umas da minhas favoritas.
Fernando,
que trabalheira danada fazer um filme... trabalho de Hércules.
Não concordo com sua comparação: assistir a filmagens não é o mesmo que pedir para o dentista para vê-lo em ação. Para quem gosta de cinema de verdade, ficar ali observando é um privilégio e tanto - tudo muito emocionante.
Para mim, a imagem que melhor comunicaria uma síntese do filme/história, seria uma em que as aparentes diferenças entre os personagens se convertessem numa visão do Todo, como na frase que a moça bonita diz: "dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos".
Quanto ao Mark, creio que sua escolha foi perfeita. Conheço tantos atores, brasileiros ou estrangeiros, e não consigo imaginar nenhum deles no papel do médico. O Mark tem uma qualidade essencial: tem cara de indagação/questionamento/preocupação existencial. Não acha?
Gostaria, imensamente, de poder acompanhar "um" dia (please!...) do processo de montagem do filme. Seria "a glória".
Grata por todas as coisas interessantes que você compartilha conosco, de uma forma tão agradável.
Abraço
Ana Lanzoni
Quase chorei quando vi a imagem. Está lindooooooooooooooooo
parabéns
Sucesso sempre
"A idéia de reproduzir quadros num filme não é original mas, nesta história sobre visão, trazer referências do imaginário humano ao longo do tempo pareceu fazer algum sentido"
Muito interessante....
Aproveita para descansar
com certeza vc vai emcontrar a sua imagem/tema
ainda não terminei o livro
um abraço
Espero que você não desista de nos deliciar com suas palavras Fernando...
e sim, é uma delícia as filmagens pra quem está trabalhando nelas. Mas para cinéfilos, assistir as filmagens tb é maravilhoso. Ou vc não gosta de assistir ao making of daquele filme que adorou? Aposto que sim!
Te esperamos aqui no blog!
Fernando
Quero fazer um retrato seu!
Vou estar no debate da TRIP
Vc tem 10 min antes ou após?
Pode dar uma olhada em meu trabalho: www.jorgebispo.com
Olhe os retratos.
Obrigado!
Jorge
Não gostaria de estar lendo seus comentários para não diminuir a surpresa ao assistir, mas não resisto..
GRANDE SERTÃO: VEREDAS. VC É O CARRA PARA ENCARAR ESSA EMPREITADA HERÓICA: FILMAR A SAGA DE GUIMARÃES.
A produção de um filme deveria ser eterna para que, assim, o blog fosse eterno também.
Abençoada seja a luz que fez vc voltar atras e postar o texto =]
Abraços e boa sorte com a montagem!
A produção de um filme deveria ser eterna para que, assim, o blog fosse eterno também.
Abençoada seja a luz que fez vc voltar atras e postar o texto =]
Abraços e boa sorte com a montagem!
Galera li em um site especializado em cinema, que a previsão de estréia é para 21/03/2008. O site é : http://www.choveu.net/cinema/cinema.aspx?keyfilme=MTQyNTY=
Fernando, é fantástico a possibilidade de acompanhar a produção do filme via blog. O livro é fabuloso e não vejo a hora de sentar no cinema para assistir o filme.
Parabéns !
Beijos, Larissa Bertani
Ah Fernando, vai dizer que você não tem um ídolo também? É claro que no seu meio tudo isso é muito comum, mas para nós, mortais, poder ter visto um dia de filmagem, foi tão mágico, você não imagina!!! Eu disse em um site onde publiquei uma matéria sobre as filmagens do Minhocão, que foi como desvendar um truque de mágica, e alguns amigos concordaram comigo. E o melhor, você fica querendo mais.
Quanto a comunidade do Orkut, o pessoal se reuniu com vários propósitos. Tinha um aluno de artes cênicas que veio de Curitiba, tinha pessoal de fã-clube, da Julliane e do Mark Ruffalo, pessoal de faculdade de Artes Visuais, e muitos, a maioria de nós, amantes de cinema, admiradores de seu trabalho.
Não, Fernando.. Foi muito melhor do que ver uma obturação.. com certeza..
Aliás, acho que somos todos meio voyers...
Eu particularmente vivi uma experiência muito legal.. Pude falar com o Mark Ruffalo, mesmo que por breves instantes, e ele é um cara que eu admiro muito, não só por seu trabalho, mas pela pessoa que é, pela coragem, sensibilidade e humanidade. Dei a ele um cachecol laranja, que é a cor do movimento World can´t wait, que pede a retirada das tropas do Iraque e denuncia as atrocidades do Governo Bush. Ele faz parte junto com Sean Penn e outros. Ele agradeceu muito, e me disse que continuaria essa luta enquanto pudesse.
Minha surpresa foi quando, em 27/10em Los Angeles, numa passeata contra Bush, ele citou esse fato em seu discurso, falando sobre a mulher que tinha lhe dado um cachecol laranja em São Paulo, e que o mundo estava com os olhos voltados para a atitude dos americanos, que todos somos americanos, enfim...
Ele reproduziu exatamente o que eu lhe disse, foi muito emocionante, e gratificante. Alguns de nós tinha ido até lá com um propósito determinado, não apenas tietagem, o que também acho saudável prá caramba.
O meu era esse, além de um trabalho, um gesto político, que ficou registrado na minha vida, e teve importância na vida de uma pessoa que admiro muito, como Mark Ruffalo.
Obrigada por poder nos proporcionar essa oportunidade.
Agora, me desculpe a franqueza, na boa, você não tremeu um pouquinho ao falar com Saramago?
Fala sério...Você não tem do que reclamar...
E você queria o que?
Você criou o blog, escancarou o processo prá todo mundo, deixou todo mundo com "comichão"..
E aí?? Achou que iamos simplesmente morrer de curiosidade??? HAHAHAHAHA
Grande abraço
A propósito, dá uma olhadinha na comunidade no Orkut....
Tem muitas coisas legais, sobre o livro, sobre Saramago, sobre vocÊ, seus filmes, tem até uma enquete sobre quem é o melhor diretor brasileiro da atualidade.
Só não conto quem está ganhando...
Vai lá...
Eu tenho medo do que vc enfrenta, porque traduzir Ensaio Sobre a Cegueira é algo mesmo pra assustar.
Como os outros aqui, tb estou ansiosa pra ver.
Acompanhar o processo de criação é algo novo pra mim. Esses blogs são mesmo um universo à parte.
beijos.
a sinceridade do blog é o que me faz vir aqui e gostar sempre.
pêsames pela pasta azul (ainda!)
e esse acabou sendo um dos melhores comentarios do blog, apesar de não ser tão cheio de informações do filme em si, das filmagens e tal, foi legal porque foi um dos primeiros comentarios que me animou realmente com o filme, eu estava meio com um pé atras com o que eu ja tinha lido hahaha...
Mas agora pelo que li parece que o filme ficou bom sim...e é só esperar.
Será que esse filme terá alguma cena marcante?
Tipo no "Cidade de Deus" não consigo esquecer varias cenas eu teria comprado o dvd, mas só acho pra comprar ele em Letterbox 4:3
Outro detalhe hein fernando, não sei como funciona mas seria legal se o DVD de "Blindness" tivesse comentarios do diretor hehehe...e muitos extras.
Padrinho mau...nem lembra que eu existo né? rsrsrsrsrrs...saudades de vc, olha omeu e-mail aí rosalideca@hotmail.com. Bjus. Rosali
Se eu fosse um estudante de odontologia acho que ia achar demais ver um mestre fazer uma obturação. Minha tia fazia bolos e era uma viagem ver como ela conseguia fazer dez tons de verde a partir do mesmo glacê. Então... afora a tietagem (eu adoro a Julianne) eu teria ido ver se tivesse sabido com antecedência porque ver os mestres trabalhando não é todo dia que se consegue. Quanto a culpa por não se ter feito o melhor que se podia fazer, embora seja algo inútil, só pode partir de quem tem noção do quanto se podia fazer algo melhor. Falando nisso... esse texto não é um texto sem graça, não. Acho até corajoso de tão escancarado que é ao falar de decisões de a gente se arrepende. Mas, sem culpas, please.
Quem é Daniel?
Daniel Resende. Montador, claro!
A imagem do filme tem que ter o cão das lágrimas. Mas pela falta de menção a esse cachorro no blog acho que não vai acontecer. De qualquer forma, esse vai ser o filme do ano.
Ah, o motivo pelo qual o público gosta de ver filmagens é o mesmo motivo pelo qual todos tentamos descobrir os truques de um mágico. E, claro, a Juliane Moore.
Essa curiosidade é normal, eu acho. Já percebi isso mesmo quando você tem nas mãos uma câmera muito pequena e uma equipe de uma pessoa só.
Tem alguma coisa no cinema que atrai.
Fora, é claro, a Julianne Moore, o Mark Ruffalo e o Gael.
Engraçado que quando comecei a ler sobre a imagem que identifica o filme e você citou CDD, lembrei exatamente da imagem do Dadinho e sua arma.
Acho que funcionou.
Eu e alguns amigos acompanhamos de perto as filmagens, e devo dizer que não é chato...
Nós 3 fazemos faculdade de cinema, e nada melhor pra nós do que ver de perto um set, ainda mais nas proporções que foram nas filmagens do Blindness.Pretendo estar do outro lado da faixa zebrada.
Muita gente estava lá por acaso, outros gritando pela Juliann, Mark, Danny, eu estava pelo cinema, pelo set, pela câmera, pela dolly...
Devo dizer que não existe nada melhor do que assistir filmagens e ter certeza de que é isso que eu quero pra mim.
Você disse que não tem interesse em assistir sua dentista fazendo uma obturação, mas se você quisesse ser dentista, você iria sempre que pudesse ver ela trabalhando.
Enfim, alguns de nós queríamos mais do que simplesmente tietar e gritar... queríamos apenas respirar um pouco de cinema...
Aliás, meu amigo queria muito ter discutido um plano com você. Quem sabe numa próxima vez.
Fernando!
continua escrevendo! a gente também quer saber sobre o processo de edição, a estréia, os prêmios...
abraço!
ainda bem q vc postou!!!!!!!
sei la , mas eu gosto de ver filmagen, ouvir, ou o q for pq a sensação q me passa é maravilhosa, ver a criação pra mim é algo espetacular, sinto ate frio na barriga só de pensar
hehehehe
Caro Fernando: penso que posso dar uma pequena contribuição ao seu filme. Sou estudioso da obra do Saramago e já o "Ensaio sobre a Cegueira" pelo menos umas dez vezes. Abraços,
Ennio - ennioadvocacia@uol.com.br
Meirelles,
O Diário de Blindness, quem nem um diário é, e talvez nem seja um blog, não é a sua prioridade neste momento, e você e nós sabemos disso. Todos entendemos a necessidade de comentar e compartilhar esses momentos de euforia e dúvidas, alguns até de frustração, principalmente quando imaginamos uma cena e ela não acontece exatamente como planejamos... Os comentários que deixou sobre o seu trabalho e suas dúvidas em diferentes momentos da produção nos reconforta, pois sabemos que esse processo de criação é tão humano quanto qualquer outra atividade na vida! Alguém disse uma vez que um filme é realizado apenas uma única vez na mente de seu diretor e o que vemos depois nas telas são apenas fragmentos destas lembranças. É como viver um sonho maravilhoso durante uma noite de sono e tentar contá-lo no dia seguinte. Blindness é um desafio muito grande e você aceitou esse desafio. Independente do resultado, você criou um filme baseado num livro que te cativou... e esse filme você já viu pronto e gostou! Como seria bom se pudéssemos colocar em prática todos os nossos sonhos e, através deles, quem sabe, com um pouco de prática, mudar um pouco o mundo ;) Boa sorte neste novo projeto, que acredito, vai tocar as pessoas ou quem sabe muito mais, ajudar a transformá-las!
Fernando, em jeito de despidida também, desejo todo o sucesso do mundo para o teu "Cegueira".
A malta cá me Portugal está torcendo por você e por esse filme também.
Quero mais uma vez agradecer as aulas de cinema a borla e dizer que você foi um cara muito importante na história da minha vida. Tive o prazer de te conhecer quando era adolescente e você foi uma verdadeira fonte de inspiração para mim. Já naquela época te ver trabalhar era surpreendente pela simplicidade e genialidade. Também era gajo para nos dar caronas im-pa-gá-veis para casa, onde dentro do teu Escort velho e cheio de terra e lama, você me deu minhas primeiras lições sobre direcção e sobretudo esperança de que era possível e acessível para qualquer um, inclusive um arquiteto "sem formação" cinematográfica... (opinião que hoje partilho incondicionalmente.)
A cada sucesso seu, nós também sentimos orgulho como se nosso se tratasse...
Cara foi uma prazer acompanhar seu blog, torço para que existam muitos mais.
Um grande abraço, sorte e felicidade para você e sua família.
Alexandre
Sei que pode parecer uma intromissão absurda e ousada, até mesmo pueril, mas como entendo que uma obra de arte dada ao público já não pertence mais a quem a concebeu, gostaria de humildemente, por intermédio deste blog pleitear uma música para este filme: When a blind Man Cries - Deep Purple. Bastante introspectiva, andamento lento, melancólica e suave. Entretanto, mão pude deixar de observar na letra o principal componente para se articular a obra. Aqui vai, pois, a minha humilde sugestão, Fernando:
WHEN A BLIND MAN CRIES - DEEP PURPLE
If you're leaving close the door.
I'm not expecting people anymore.
Hear me grieving, I'm lying on the floor.
Whether I'm drunk or dead I really ain't too sure.
I'm a blind man, I'm a blind man and my world is pale.
When a blind man cries, Lord, you know there ain't no saddertale.
Had a friend once in a room,
had a good time but it ended much too soon.
In a cold month in that room
we found a reason for the things we had to do.
I'm a blind man, I'm a blind man, now my room is cold.
When a blind man cries, Lord, you know he feels it from hissoul.
Que maravilha... Já estão em pós-produção e o IMDb 'tá atualizadíssimo! Rerererererere...
Parabéns mais uma vez pela empolgação e por ter conseguido filmar tudo em somente 45 horas!!!
Quanto à síndrome de coitado do Mark Ruffalo, acho que ele 'tava esperando só um "que que é isso, cara! Você 'tá bem demais!" Rerererere...
Abraços!
Fernando,
Como ousaria não publicar esta postagem?
Muito boa. A referência a obras de artes-plásticas no cinema, como você disse, não é novidade e sempre que aparece, a meu ver, emociona porque evoca, inconscientemente, um sentimento que fora liberado pelo público quando viu a obra original. Deixando a psicologia de bar de lado, meus parabéns novamente. Cada dia aguardo com mais interesse essa obra.
Boa sorte com a montagem/ edição.
Jan
Como toda obra... inicio, meio e fim... ah, e a saudade que fica!
Fernando...
adorei blog em que vc desabafa como niguem... heheh
achei sensacional sua escrita (ja pensou em escrever algum livro?) e mal espero para assistir o blindness. Estou tão ansioso quanto estava para ler o sétimo harry potter (olha a comparação!!!)
..
e por td que vc escreveu e trabalhou, eu o parabenizo e muito. vc merece!
PARABENS
quero um post do Daniel! abre o monopólio do blog, Fernando! a mão desse montador é santa... se o filme começar com meia hora de tela branca... putz, ele é o cara pra isso; e pela amostra desse frame, vai ser f**a, vai fundo e regurgita esses outros 3800 mil apocalípticos frames. A torcida agradece toda essa transparência de ti. coisa tão rara no cinema... rara em qualquer lugar na verdade
fiz com seu blog o mesmo que com o livro do saramago. devorei numa sentada.
confesso que estou muito mais aflito que ansioso.
Olá
Tomei a liberdade de colocar seu link no meu blog!!!
Seu trabalho por aqui é leitura obrigatória para quem gosta de cinema
Abraços
Boa sorte
Como Lee Mafra disse ai em cima, eu, ela e mais um amigo fazemos cinema, e lembro que estavamos discutindo naquela semana de que as filmagens do "Blindness" em São Paulo iam começar.
Chegamos na facul num belo sábado nublado de manhã para uma reposição de aula e para nossa surpresa, não só teria filmagens a poucos metros da faculdade, como a própria serviu de base.
Foi um euforia só, ficamos das 9:30da manhã (horário que nossa aula acabou), até o término, onde tivemos a chance de tirar uma foto com você.
Ver aquilo acontecer na nossa frente foi uma aula, que nunca poderiámos ter na faculdade.
Era a câmera Panavision, a Dolly, o Boom, os assistentes correndo, o Charlone fotometrando, e você dirigindo os atores, coordenando tudo.
Fui embora ainda mais apaixonada pelo cinema, e com a certeza de que estava na carreira certa.
E logicamente, fomos acompanhar a filmagens sempre que dava. No final tava quase virando
assistente de platô, de tanto pedir silêncio para as pessoas.
E num dia, que eu nunca vou esquecer, graças a um crachá que consegui (não posso dizer como), pude ver as filmagens do outro lado da fita zebrada, exatamente atrás do seu video assist.
As pessoas que apareceram lá tinham variados motivos, seja para fazer tietagem com atores internacionais, seja por curiosidade, ou seja para ter uma aula como eu tive.
E é uma pena que esse blog provavelmente não será mais atualizado.
Olá Fernando, eu só queria dizer que foi muito bom ler seu blog e que desejo-lhe boa sorte com o filme. O clima é de despedida mas espero que continue a atualizá-lo. Nâo vou falar mais porque não consigo ainda acreditar que perdi as filmagens em São Paulo da obturação, ops! digo, das filmagens!
Grande abraço.
Li o livro, finalmente, após começar a ler esse blog. Foi engraçado, pois já imaginava como seria cada cena. Há tempos não devorava um livro em tão poucos dias. Grande responsabilidade essa sua de fazer um filme baseado nesse texto magnifíco! Boa Sorte, tenho certeza que o prazer será o mesmo. Abraços
Fernando, não é o melhor lugar para esse tipo de recado, mas, é o jeito.
Mandei um argumento pelo Eduardo Lyon, em junho. Foi o projeto que me levou a oficina de roteiro com Gabriel García Márquez, em dezembro do ano passado.
Gostaria MUITO que você lesse. Se o García Márquez gostou, você vai gostar. Está registrado no WGA e chama-se "A cabeça do Santo".
Um abraço,
Socorro Acioli
Depois que descobri esse blog através do blog de um amigo meu (risos dessas maravilhosas correntes de blogueiros), passo sempre por aqui pra esmiuçar seu diário de blindness... encantamento é a palavra. e como 'ensaio' é um dos clássicos da minha vida... minhas vísceras andam se remoendo na espera por teu filme, com certeza tão incrível como sempre. parabéns.
http://www.circodapoesia.blogger.com.br
Palavras de José Saramago, na apresentação pública do seu romance Ensaio sobre a Cegueira.
"Este é um livro francamente terrível com o qual eu quero que o leitor sofra tanto como eu sofri ao escrevê-lo. Nele se descreve uma longa tortura. É um livro brutal e violento e é simultaneamente uma das experiências mais dolorosas da minha vida. São 300 páginas de constante aflição. Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso."
Ê fernando, em que fria você foi se meter. Espero que saia bem como em seus outros filmes.
Cara senhor Meirelles,
Parece que descobri o seu blog na hora certa (já que to lendo que quer abandonar?)
Sou uma estudante belga e estou fazendo uma these sobre "Cidade de Deus". E uma comparação entre o livro e o filme, tipo analisar as diferenças e tal. Gostaria de saber se você poderia me dar a sua opinião sobre a filmagem, qual eram as scenas mais dificeis e tal, e se você sabe onde posso encontrar mais informações sobre a "técnica" que é utilizado para transformar um livro num filme...se é que me compreende...
Muito obrigada pela sua atenção.
Espero que o senhor possa compreender bem o meu portu^guês e desculpe pelos erros.
Atenciosamente,
Liesbeth Oeyen - Bélgica - estudante HIVT (Antuérpia)
email: oeyen.liesbeth@student.ha.be
Fernando, "Ensaio sobre a Cegueira" é um livro que me atormenta muito, é fantástico....estou muito anciosa pelo filme e tenho certeza que ele fará muitas pessoas sairem do cinema enxergando melhor. Por favor, não deixe o blog. É sensacional. Gostaria muito que participasse de um programa de cinema que faço na faculdade...quem sabe um dia, não é?
Abs
Fiquei pensando em qual imagem seria a de um filme sobre uma familia judia fugida da Alemanha no pós-guerra que tem seu patriarca morto estendido numa mesa, coberto por um lençol branco em torno dele os filhos fazendo a partilha dos bens pragmaticamente.
Caríssimo diretor, Fernando Meirelles, sou escritora e tenho uma trilogia escrita e quero muito lhe apresentar.
A primeira parte , desta trilogia já foi publicada, com a honra de ter Carlos Drumond de Andrade, no prefácio, me dando a chancela de originalidade e vigor literáio.
Adoraria mandar para vc, Fernando meirelles, uma cópia dos meus originais
Obrigado
Mirtes Gomide Mendes
meu e-mail
lelamendes23@yahoo.com.br
Ih, Fernando, agora você viajou! comparar assistir a uma filmagem de um megafilme com gente famosa com assistir a um dentista fazendo obturação hahahah, bem parecido. Eu já fiquei duas horas vendo a filmagem de uma telenovela ridícula. Odiei a novela mas amei ver as filmagens. Vai entender...beijos e boa sorte. Adoro seu trabalho, amo Julianne e sou fã do Saramago. Resumo: não tô aguentando esperar pra ver o filme :)
não... quer dizer que parou mesmo?
A pós-produção também é super interessante Fernando, traga-a para o diário!!!
abraço
Não entendo nada de cinema, confesso. Mas na minha singela opinião de quem está louco pra ver esse filme, acho q a imagem/síntese vai ser a cena em q a mulher do médico lava as roupas dos outros cegos a varanda do apartamento, ou qdo ela da banho nas mulheres após voltarem da ala dos cegos mals.
A diálogo cinema e pintura me intriga muito. Tem um filme de Raoul Ruiz que trata justamente disse "L'Hypothèse du Tableau Volé". Vale a pena assistir.
Parabéns pelos filmes e pelo blog. Vc tem a maestria dos dois.
Boas,
tenho a dizer que estando em 2008 não deve vir já a este blog, mas cá deixo o meu comentário, esperando ansiosamente por este filme e podendo dizer, pelo menos uma vez na vida, que tive contacto com a visão de um grande realizador que não seja apenas a transmitida no seu filme.
Sou português e fico feliz por uma obra de um grande escritor do meu país ser adaptada no cinema.
Sem dúvida, dará uma grande obra.
É verdade, quando tiver com falta de um actor, não hesite em chamar-me!
Os maiores cumprimentos e desejo de sucesso!
fernando...
porfavor nao mude cenas do filme devido a outros.
acho que se você quis assim deixe assim!
ate porque vai transmitir mais realidade e "emoção" a cena.
Venho aqui deixar neu elogio a este belissimo blog, como sempre com posts muito interessantes, meus parabens, espero que continue sempre assim - são blogs assim que a internet esta precisando
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A cena mais lembrada por mim será sempre a última, da janela.
Parabéns!
O “Ensaio sobre a Cegueira”
e o que a crítica não quis ver
– Enio Squeff –
Deve ser por uma espécie de obliteração visual – ou intelectual - quem sabe, que a crítica brasileira não se rendeu ao filme “Ensaio sobre a Cegueira”, do brasileiro Fernando Meirelles, baseado no romance homônimo do português José Saramago. O maestro Wilhelm Furtawaengler , na década de 30 do século XX, afirmava que a crítica nunca ia além do público, por ser em grande parte apenas e tão somente parte dele, ou mais que tudo, o seu espelho. Com efeito, Franz Kafka, com seus “O Processo” e “Metamorfose” só foi reconhecido quando alguns intelectuais se deram conta de que havia tudo de surreal, de “kafkiano” digamos, na vida cotidiana das cidades com suas regras irracionais, o esmagamento da individualidade e a falta de sentido no que a sociedade contemporânea elevou como dogma. Para dizer o óbvio em se tratando também de Kafka: as baratas tontas não se sabem à disposição do pé que pode triturá-las. São poucos, enfim, os que prevêem em qualquer ensaio sobre a cegueira um dos grandes diagnósticos, ou antes, a metáfora que, afinal, tornaria transparente a nossa relação com o mundo aparentemente luminoso da informação, e que seria o melhor do nosso século. Não espanta que a cegueira intelectual tenha muitos adeptos, mesmo entre banqueiros, como se está vendo. E que qualquer reflexão a respeito cause um pânico que normalmente convida à rejeição da sua existência como uma ameaça constante a nossas convicções.
Cegueira ou escapismo? Em determinados momentos as coisas parecem se confundir.
Na pintura “A parábola dos Cegos”, de Pieter Brueghel, o Velho (1520/30-1569), a cegueira é um preâmbulo da queda, de qualquer queda. Concebida por um artista que sempre se valeu das alegrorias, o cego que conduz os outros(como a confirmar o Evangelho), é o primeiro da fila a se estatelar: uma viola caída entre as suas pernas, é o único testemunho, algo patético, da sua atividade de músico. Fica a certeza de que a acuidade que lhe resta é a auditiva– um indício de que, afinal, nem tudo está perdido. Não por acaso, é essa também uma das características do filme de Meirelles – a cegueira branca que acomete as pessoas ( “toda a cegueira é branca” dizia o cego Jorge Luiz Borges), passa a ser compensada, em parte, pelos sons: o ouvido como compensação à visão. Ao contrário, porém, da tradição que canta os poetas cegos – o primeiro deles, Homero, teria como apanágio da sua introspecção, justamente a cegueira – no filme de Meirelles uma das poucas alternativas à sobrevivência do cego, não é só falar – é escutar. A questão, contudo, pode se definir numa outra consideração -e que consta do livro de Saramago: cabe ao não cego, ao vidente no sentido inclusive do visionário, do utópico, do que prediz o futuro, conduzir ao ordenamento do mundo. E não por acaso, certamente, o “rei” da terra dos cegos – aquele que, no fim das contas, tem olhos para ver (ainda que possa ser “caolho”, como no ditado popular, o que não é o caso) - só persiste como tal, não apenas por ter olhos, por estar na pele de uma mulher. Claro que se trata da solução de um cineasta que se cingiu aos contornos do romance, a uma reflexão que foi fiel a Saramago. Tanto no filme, quanto no romance, a mulher aparece como única solução viável ao mundo do caos. Talvez seja essa a contrariedade que o filme suscita: supõe-se que à falta de um macho, o protótipo do xerife, do super-herói americano a dar “porradas” e, na outra ponta, a lavar as sujeiras fisiológicas dos homens – tarefa a que as mulheres se dedicam já no trato com os nenéns – muitos críticos, ao que parece, fizeram eco aos norte-americanos. Não gostaram e pronto. É compreensível.
Num país, ideologicamente convencido, como nos Estados Unidos, de que, no cinema para as massas, as mulheres devem se travestir, têm de assumir os punhos poderosos, os ponta-pés especializados nas lutas orientais e em lutas em que as espadas mortíferas são brandidas como as dos samurais – que são sempre as armas dos homens, dos mais fortes fisicamente – vale muito pouco que o mundo feminino seja, no fundo, o vencedor. Afirmar, por aí, que a crítica brasileira imitou os norte-americanos pura e simplesmente, talvez seja apenas uma ilação apressada. Os especialistas têm sempre as boas razões que escapam aos leigos. A cegueira, porém, como sugerem o filme e o livro, é uma doença que se dá numa grande cidade – justamente em São Paulo. E isso parece não ter sido igualmente relevado.
Talvez seja esse o outro lado da questão. As filmagens externas se passam todas numa paulicéia facilmente reconhecível, até mesmo por quem não mora na cidade. As próprias cenas em que os cegos são submetidos à quarentena – uma espécie de hospício - não sugerem menos do que o inferno do Carandiru. E como vivemos no contraste do Brasil, há também os grandes apartamentos, as casas confortáveis que dão para aquela paisagem exuberante, mais que prazerosa dos arvoredos da região dos Jardins, vistos do alto. E há, finalmente, muito também do seu oposto, daquilo que somos na periferia, o que sugere o “panorama visto da ponte”, para recorrer ao título da famosa peça de Arthur Miller. Entre a pujança do horizonte aprazível de São Paulo, ou a degradação do Tietê, com suas águas estagnadas e as margens infectas e que confluem com as ferrovias da periferia, há o lugar para algumas cenas dantescas, coisas de cenaristas. Como constatava Mozart com sua incrível invenção que, inclusive, lhe provocava lágrimas quando escutava suas próprias composições, para um paulistano, a metamorfose a que o filme submete a cidade de São Paulo, deve arrepiar no sentido contrário ao prazer do compositor com a sua música: resta a interrogação angustiante, isto é, se não podemos chegar às ruínas que o filme mostra. Neste ponto, talvez não seja arriscada levantar a hipótese de que foi esse o outro problema para a crítica: é preferível, naturalmente, considerar a Gotan City do filme Batman, julgada pela mesma crítica muito melhor do que o filme brasileiro ( pelo menos é o que dizem as estrelinhas das cotações dos jornais), à alternativa requerível à cidade “dos cegos”(São Paulo) idealizada pelo cineasta. E que nos assusta, exatamente por a reconhecermos, não na sua ruína construída, deformada, que só o cinema pode engendrar – mas na sua degradação possível, previsível que só o pessimismo leva em conta.
Ao término da leitura de um de seus romances, Dostoievsky teve de acariciar as mãos de sua companheira, a guiza de consolo; ao lê-lo, ela mergulhou numa tal tristeza que foi difícil demovê-la de que o mundo, quem sabe, pudesse talvez ser menos trágico do que as invenções de um escritor. Quando escreveu algumas de suas sonatas, Beethoven não previu que certas pessoas iriam se desmanchar no choro: disse que compunha não para que as pessoas se derramassem em lágrimas, mas para que refletissem. Estima-se que nunca foi a intenção de José Saramago, ou de Fernando Meirelles sugerirem menos do que uma parábola. Nenhum dos dois deve ter se demorado na perspectiva que preside a idéia primitiva de que a cegueira pode ser, por exemplo, o tal atributo dos poetas. Homero cego, certamente justificava os seus poemas como conseqüência dos que se vêem mergulhados em sua própria interioridade. Inimaginável esse tipo de consideração nem em Saramago, muito menos em Brueghel, ou no cineasta brasileiro. Vem daí, porém, que a cegueira, como perda da capacidade de surpreender a evidência - que, por sua vez, tem a respaldá-la justamente o “ver”, o de conter em si a transparência, e que nasce do latim “videre” - passa a ser exatamente o contrário do que se imagina a grande contribuição da crítica.
O paradoxo, em suma, afigura-se todo esse: o filme “Ensaio sobre a Cegueira” deixa em aberto que, de fato, quase simploriamente, o maior cego é aquele que se recusa a ver. A pergunta que fica no ar, porém, é aquela que não fazemos: talvez não estejamos vendo pelas razões que a própria cegueira nos dá – de não termos como evidente de que estamos cegos. Fica, mesmo assim, a convicção de que São Paulo pode estimular esse tipo de raciocínio - que é a forma de não raciocinar, ou de se recusar a fazê-lo.
Na fita, a grande cidade se mostra pela ótica do que, contrariamente, talvez seja o que podemos denominar de “poética do horror”: nada de Batmans a cruzar os céus artificiais de uma cidade brumosa que assusta de mentirinha, por ser o ambiente de um “homem morcego”; ou de Super-Homens a salvar, no último momento, o próprio mundo. Quando as cidades mergulham no sem sentido de bolsas de valores, a se esfarinharem na predação do consumismo, ou a se diluírem sob bombas – não há mesmo esperança possível. Não há super-heróis que lhes valham. A não ser naquele que vê através do mundo escondido no branco, que tapa a vista à evidência. Explica-se, porém, desta forma, que o filme Batman seja considerado a grande realização cinematográfica para os grandes jornais: eles nos conformam, sabe-se lá, à cegueira circundante. Haveria, talvez, que falar sobre esse ir e vir do que é o filme de Meirelles: ele se propõe a discutir a cegueira, um tema que a cegueira espiritual teima em não fazê-lo.
Mas é apenas uma das especulações possíveis.
Em tempo: José Saramago viu o filme e confessou-se emocionado com a adaptação de Fernando Meirelles. Difícil dizer se a crítica cinematográfica de São Paulo ou do Brasil leu o livro de José Saramago. Quem o fez – embora essa não seja em momento algum uma exigência - muito dificilmente desqualifica o filme. No mais, noticia-se que uma associação de cegos americanas achou o filme “preconceituoso”. Talvez se possa falar de uma possível, mas até aqui inédita cegueira dupla.
Enio Squeff
enio@squeff.com
www.squeff.com
Outubro 2008
Fernando, eu sei que provavelmente nem saberá da existência deste comentário, mas queria apenas mandar uma sugestão de um livro que NECESSITA de uma adaptação para o cinema. É um romance brasileiro e experimental da década de 1970: "Avalovara", de Osman Lins. A sua própria estrutura é muito interessante, visto que a cada página uma história nova e correlacionada com as outras é contada. O próprio autor faz uma meta-literatura no meio delas. Não sei como explicá-lo. Apenas apresento que nos é imprescindível trazer esse livro a uma linguagem tão rica quanto a do cinema. Ou, ao menos, apreciar esta tão fértil e bela obra da literatura nacional. Bem, eu ainda não consegui terminá-la, pois quero apreciar deliciosamente cada faísca filosófico-poética que dela surge.
Se tiver qualquer ideia a respeito, peço que me sinalize.[anacarol_1989@hotmail.com]
Bons dias! :)
Ana, a destemida.
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ASSISTINDO E RE-ASSISTINDO BLINDNESS TENTO BUSCAR CADA FRAGMENTO DE INFORMAÇÃO INTRODUZIDO NAS CENAS, NA TRILHA... NA MONTAGEM DE AMBOS, E NUNCA DEIXO DE ME SURPREENDER.
A RELAÇÃO ENTRE CERTAS SEQUÊNCIAS E CLÁSSICAS IMAGENS QUE HABITAM A LEMBRANÇA É DE UMA DELICADEZA TÃO PROFUNDA E AO MESMO TEMPO TÃO SUAVE...
BLINDNESS É DE UMA BELEZA MUITO SINGELA, SUBLIMINAR, MAS AO MESMO TEMPO É EXTREMAMENTE CRÚ E FRANCO, O QUE SE REFLETE COM CARÁTER INDUVIDÁVEL NAS LOCACÕES ESCOLHIDAS, E EM CENAS COMO AQUELA DAS MENINAS DANÇANDO SOB A CHUVA.
AINDA GOSTARIA DE SABER MAIS SOBRE AS LOCAÇÕES, OS ABRIGOS DESTE FILME: A CASA DO CASAL, O LOUVEIRA, O HOSPITAL, O CENTRO ANTIGO NO MÉXICO...
SE HOUVER ALGUM TEMPO, OU ALGO NOVO A SER DITO AGORA QUE TUDO PÔDE SER VISTO E REVISTO,
MUITO OBRIGADA E PARABÉNS À VOCÊ FERNANDO E CADA MEMBRO DA GIGANTESCA EQUIPE RESPONSÁVEL POR CADA PARCELA E PELO TODO RESULTANTE CHAMADO BLINDNESS
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